Ibovespa rompe 160 mil pontos; JPMorgan projeta índice em 190 mil em 2026

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O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (B3), escreveu um novo capítulo em sua história nesta terça-feira (2). Pela primeira vez, o indicador superou a barreira psicológica dos 160 mil pontos e renovou seu recorde nominal.

O movimento de alta foi consistente ao longo do dia. Pela manhã, o índice já ensaiava o rompimento, chegando a subir 1,17% e atingindo a máxima intradiária de 160.472,50 pontos.

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Fonte: Google Finance

A força compradora não apenas se manteve, mas se intensificou durante a tarde, consolidando o rompimento da barreira psicológica. O Ibovespa confirmou o otimismo generalizado e encerrou o pregão com uma alta expressiva de 1,48%.

No mercado de câmbio, o movimento foi inverso ao da bolsa, favorecendo o real. O dólar à vista fechou a terça-feira em queda de 0,57%, cotado a R$ 5,3303 na venda. A moeda norte-americana registrou perdas contra a maioria das principais divisas globais, criando um ambiente externo benigno que facilitou o recuo da cotação no Brasil.

No mercado futuro, o contrato para janeiro recuava 0,43% na B3 por volta das 17h04, sendo negociado a R$ 5,3640, em linha com o otimismo do mercado à vista.

Desempenho dos pesos-pesados sustenta a alta

No pregão desta terça-feira, o otimismo se refletiu nos preços das principais ações da bolsa. O Itaú Unibanco (ITUB4) foi um dos destaques entre os bancos, subindo 2,01% e cotado a R$ 42,13.

A Vale (VALE3) também contribuiu para o recorde, avançando 1,12% para R$ 68,68. A Petrobras (PETR4) teve um ganho mais modesto, de 0,25%, fechando a R$ 31,93.

No varejo, o Magazine Luiza (MGLU3) acompanhou o bom humor e subiu 1,93%, negociado a R$ 10,54. Na ponta negativa, Ambev (ABEV3) e Gerdau (GGBR4) recuaram 0,21% e 0,57%, respectivamente.

Outro destaque do dia foi o Bitcoin. Cotado em reais, o criptoativo teve um salto expressivo de 7,36%, sendo negociado acima de R$ 490 mil.

Dados da indústria reforçam aposta em corte de juros

Para analistas de mercado, o desempenho recorde da bolsa é reflexo direto da leitura dos novos dados econômicos do Brasil. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os números da produção industrial.

A indústria cresceu 0,1% em outubro, recuperando-se da perda de 0,4% registrada em setembro. No entanto, na comparação anual com o mesmo mês de 2024, a produção apresentou uma queda de 0,5%.

Esses números vieram abaixo das expectativas do mercado, que projetava uma alta mensal de 0,4% e um avanço anual de 0,2%.

Embora dados fracos de atividade geralmente sejam negativos, neste contexto eles foram interpretados como "bullish" (positivos) para a bolsa. O resultado abaixo do esperado reforça a leitura de uma desaceleração da economia.

Essa desaceleração é vista como fruto do alto patamar da taxa Selic. Com a atividade esfriando, os investidores avaliam que a possibilidade de um corte de juros se torna mais concreta e próxima.

Parte relevante dos agentes financeiros já estima uma redução do juro-base na primeira reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) de 2026. Juros menores tendem a beneficiar o mercado de ações.

Avanço na pauta fiscal e conversa com Trump

No campo político, o dia também foi de novidades que agradaram o mercado, especialmente no fronte fiscal. A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) aprovou um aumento gradual da taxação das casas de apostas ("bets") e das fintechs.

A medida faz parte do esforço da equipe econômica do governo Lula para aumentar a arrecadação. O objetivo é fechar as contas públicas de 2026, uma preocupação constante dos investidores.

Além do cenário doméstico, o ambiente internacional contribuiu para o bom humor. O presidente Lula conversou por telefone com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no início da tarde.

Segundo o Planalto, a conversa girou em torno da agenda comercial e econômica, além da cooperação no combate ao crime organizado, sendo classificada como "bastante produtiva".

O contato direto entre os líderes ajudou a manter aquecidos os ânimos dos investidores, afastando momentaneamente temores sobre possíveis atritos comerciais ou diplomáticos com a nova administração americana.

JPMorgan vê Ibovespa a 190 mil pontos em 2026, mas alerta para cenário binário

Enquanto o mercado celebra o rompimento da barreira inédita dos 160 mil pontos, grandes bancos de investimento já olham para o futuro, com o JPMorgan traçando cenários que podem levar a bolsa brasileira a patamares ainda mais elevados no próximo ano.

O banco divulgou uma projeção otimista para o mercado acionário brasileiro, estimando que o Ibovespa pode encerrar o ano de 2026 na marca de 190 mil pontos.

A análise, no entanto, pondera que o cenário para o próximo ano é complexo e "binário", influenciado diretamente pelo calendário eleitoral e pelas incertezas políticas que ele traz.

Os analistas do banco traçaram projeções para cenários extremos. Em uma visão otimista (bull case), caso as condições econômicas e políticas se alinhem favoravelmente, o índice poderia disparar até os 230 mil pontos.

Por outro lado, em um cenário pessimista (bear case), marcado por deterioração fiscal ou turbulência política, o Ibovespa poderia recuar para a faixa dos 120 mil pontos, devolvendo os ganhos recentes.

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