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O dólar fechou em forte baixa pela quinta sessão consecutiva no Brasil nesta terça-feira (11), atingindo seu menor valor em quase um ano e meio. A moeda americana à vista caiu 0,62%, aos R$ 5,2746, a menor cotação de fechamento desde 6 de junho de 2024. No ano, a divisa já acumula uma queda de 14,64%.

Fonte: Google Finance
A forte valorização do real foi impulsionada por uma combinação de fatores externos e internos que aumentaram o apetite por risco. No exterior, o dólar perdeu força globalmente após o Senado dos Estados Unidos aprovar uma proposta para encerrar a paralisação recorde do governo.
Internamente, a busca por ativos brasileiros foi estimulada por dados de inflação de outubro que vieram bem abaixo do esperado e pela ata da última reunião do Copom, que reforçou a manutenção dos juros altos no Brasil, ampliando o diferencial para o resto do mundo.
Cenário externo: fim do "shutdown" nos EUA melhora o apetite por risco
O principal catalisador para a fraqueza do dólar no exterior foi o avanço no Congresso americano para encerrar o "shutdown" do governo, que já é o mais longo da história. O Senado dos EUA aprovou a medida por 60 votos a 40.
O projeto agora segue para a Câmara dos Deputados, controlada pelos republicanos, onde o presidente da Casa, Mike Johnson, sinalizou que gostaria de aprová-lo já na quarta-feira, antes de seguir para a sanção do presidente Trump.
Assim como na véspera, a expectativa de que a paralisação (que vinha congelando a divulgação de indicadores econômicos cruciais) está próxima do fim estimulou a busca por ativos de risco.
Moedas de países emergentes e exportadores de commodities, como o real brasileiro, o peso chileno e o peso mexicano, se beneficiaram desse movimento.
IPCA de outubro vem abaixo do esperado e anima o mercado
No cenário doméstico, os investidores reagiram muito bem à divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de outubro.
O índice subiu apenas 0,09% no mês, uma forte desaceleração em relação à alta de 0,48% registrada em setembro. O resultado veio abaixo das projeções do mercado e foi o menor para um mês de outubro desde 1998, quando foi registrada uma alta de 0,02%.
Com o dado de outubro, a inflação acumulada no ano está em 3,73% e, nos últimos 12 meses, o índice ficou em 4,68%. A desaceleração dos preços reforça a tese de que o ciclo de aperto monetário do Banco Central foi bem-sucedido e dá mais conforto para a autoridade monetária.
Ata do Copom reforça manutenção da Selic em 15%
O outro fator doméstico que deu força ao real foi a ata da 274ª reunião do Copom, divulgada nesta terça-feira. O documento avalia que a manutenção da taxa Selic em 15% ao ano é "suficiente para garantir a convergência da inflação à meta".
O Banco Central, no entanto, reafirmou que o patamar elevado de juros precisará ser mantido por um "período bastante prolongado".
A combinação da inflação corrente mais baixa com a sinalização de que os juros permanecerão altos por muito tempo eleva o juro real (descontada a inflação) do país, tornando os investimentos em renda fixa no Brasil muito atrativos para o capital estrangeiro.
Esse diferencial de juros, em um momento em que o Fed corta os juros nos EUA, tem sido um dos principais fatores para a forte valorização do real em 2025.
Desempenho dos ativos brasileiros
Esse fluxo positivo foi visto em todos os mercados nesta terça-feira. A queda do dólar ante o real ocorreu em sintonia com o novo avanço do Ibovespa, que superou os 156 mil pontos [Nota: A base cita 156 mil, embora o recorde anterior fosse 157 mil], e com a queda firme das taxas dos DIs (juros futuros), em mais um dia positivo para os ativos brasileiros.
No mercado futuro, o contrato de dólar para dezembro, o mais negociado no momento, também cedeu 0,34% na B3, fechando aos R$ 5,2950.
Ouro recua em realização de lucros, mas consolida acima de US$ 4.100
Enquanto o dólar se enfraquecia globalmente com o fim do "shutdown" e o otimismo dos investidores, o ouro, outro ativo de segurança, passou por um dia de realização de lucros após duas sessões consecutivas de alta.

Fonte: Investing.com
O ouro encerrou em queda nesta terça-feira, mas conseguiu se consolidar acima do nível de US$ 4.100. A movimentação ocorre em meio à expectativa de que a retomada da divulgação de dados econômicos nos Estados Unidos possa reforçar a possibilidade de um corte de juros pelo Federal Reserve no próximo mês.
Na Comex, divisão de metais da bolsa de Nova York, o contrato de ouro para dezembro fechou em baixa de 0,18%, a US$ 4.116,30 por onça-troy.
O metal precioso começou a sessão em alta e chegou a atingir sua máxima em quase três semanas, fortalecido por dados fracos de emprego no setor privado dos EUA. Contudo, o ouro devolveu os ganhos no início da tarde, em linha com a melhora no sentimento de risco em Wall Street.
Foco no Fed e no fim do "shutdown"
A expectativa do mercado é de que, com o fim da paralisação do governo, os dados econômicos que voltarão a ser divulgados mostrem uma economia mais fraca, o que "levaria o Fed a cortar as taxas de juros em dezembro", como observou Jim Wyckoff, analista sênior da Kitco Metals.
Segundo o monitoramento do CME Group, os mercados precificam 67,4% de probabilidade de uma redução na taxa básica no próximo mês. O ouro, tradicionalmente considerado um porto seguro, tende a se beneficiar em ambientes de juros mais baixos, por ser um ativo que não gera rendimento.
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