Ibovespa realiza lucros com Galípolo 'duro'; Dólar sobe a R$ 5,36 na contramão do exterior

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O Ibovespa iniciou o mês de dezembro com um movimento de realização de lucros, devolvendo parte dos ganhos recentes após ter atingido recordes históricos na semana anterior. O foco dos investidores permanece concentrado na política monetária.

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Fonte: Google Finance

Nesta segunda-feira (1º), o principal índice da bolsa brasileira encerrou as negociações com uma queda de 0,29%, aos 158.611,01 pontos. O volume financeiro acompanhou o movimento de ajuste de posições.

Na sessão anterior, o índice havia fechado em um recorde nominal histórico, acima dos 159 mil pontos. O recuo de hoje é visto como natural após a forte sequência de altas de novembro.

Galípolo mantém tom duro e afasta corte de juros

No cenário doméstico, o principal driver foi a participação do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, em um evento promovido pela XP em São Paulo.

Galípolo manteve o recado firme transmitido nas últimas semanas. Ele afirmou que a taxa Selic deve permanecer no patamar de 15% ao ano enquanto não houver sinais claros e sustentáveis de melhora no cenário inflacionário.

O dirigente reforçou que não houve mudanças em sua avaliação desde a última quinta-feira. A leitura do BC é de que a política monetária está surtindo efeito na economia, mas em um ritmo mais lento do que o desejado.

Segundo o presidente do BC, não surgiram fatores novos capazes de alterar a perspectiva para a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para o dia 10 de dezembro.

A mensagem foi clara: a política deve seguir restritiva pelo tempo necessário. O mercado, que já discute o espaço para cortes em 2026, ajusta suas expectativas de curto prazo para uma manutenção prolongada dos juros atuais.

Destaques Corporativos: MBRF lidera perdas e Eneva sobe

Entre as empresas listadas, a ponta negativa foi liderada pela MBRF (MBRF3). As ações da companhia desabaram cerca de 8% no pregão.

O movimento foi atribuído a um dia de rebalanceamento das carteiras dos investidores, gerando um fluxo vendedor intenso sobre o papel, sem notícias fundamentais negativas específicas divulgadas no dia.

Na ponta oposta, a Eneva (ENEV3) foi o destaque positivo, subindo mais de 3%. O papel foi impulsionado pela recomendação do Santander, que reiterou a ação como sua "top pick" (principal escolha) na América Latina.

Além disso, o BTG Pactual incluiu a Eneva em sua carteira recomendada para dezembro, aumentando a visibilidade e a demanda pelo ativo entre os investidores institucionais.

Pesos-pesados sem direção única

Os ativos de maior peso no índice operaram de forma mista. A Vale (VALE3) subiu mais de 1%, estendendo os ganhos recentes com o apoio do minério de ferro.

Na China, o contrato futuro mais negociado na bolsa de Dalian fechou com alta de 1,14%, cotado a 801 yuans (US$ 113,21) a tonelada, sustentando o otimismo com a mineradora.

Já a Petrobras (PETR4) encerrou em leve queda, apesar de testar altas durante o dia. A presidente da estatal, Magda Chambriard, anunciou a ampliação da Refinaria Abreu e Lima em parceria com o Porto de Suape.

A companhia também informou que a ANP aprovou um termo aditivo ao acordo da Jazida Compartilhada de Tupi. Além disso, houve um reajuste de 3,8% no preço do querosene de aviação (QAV) para distribuidoras.

Cenário Externo: Cautela com Fed e Banco do Japão

Nos Estados Unidos, os mercados operaram em compasso de espera por um discurso de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve. Os índices Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq fecharam em queda.

Embora o período de silêncio do Fed tenha começado, o mercado busca pistas para a trajetória dos juros. As apostas majoritárias seguem indicando um novo corte de 0,25 ponto percentual em dezembro.

Na Ásia, as declarações do presidente do Banco do Japão, Kazuo Ueda, trouxeram volatilidade. Ueda afirmou que o BC japonês considerará os "prós e contras" de aumentar a taxa de juros na reunião de dezembro.

Essa sinalização de possível aperto monetário no Japão pressionou os mercados asiáticos e gerou cautela global sobre a liquidez, dado o papel do iene no "carry trade".

Dólar sobe 0,47% com fluxo sazonal de saída, descolando do exterior

Enquanto o Ibovespa realizava lucros, o mercado de câmbio operou com dinâmica própria, descolando-se do enfraquecimento global da moeda americana devido a fatores técnicos de fim de ano.

O dólar à vista fechou a segunda-feira em alta de 0,38% ante o real, cotado a R$ 5,35 na venda. O movimento foi na contramão do exterior, onde a moeda americana perdeu força frente à maioria das divisas.

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Fonte: Google Finance

Analistas citam o tradicional fluxo de saída de recursos em dezembro como um dos principais motivos para a pressão. Nesta época, empresas e fundos costumam remeter lucros e dividendos ao exterior.

No Brasil, o Banco Central atuou no mercado com a venda de 50.000 contratos de swap cambial tradicional para a rolagem do vencimento de janeiro. No Boletim Focus, a projeção para o câmbio ao fim de 2025 permaneceu em R$ 5,40.

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