Bitcoin (BTC) recupera US$ 91 mil com BofA; Bitwise aponta "valor justo" de US$ 270 mil
- O ouro recua de máxima de duas semanas em meio a apetite por risco; queda parece limitada
- Ouro atinge o maior valor em seis semanas; parece pronto para subir ainda mais em meio às apostas na redução das taxas pelo Fed
- Ouro atinge pico de duas semanas; mira US$ 4.200, com postura dovish do Fed compensando alta do dólar e clima de risco
- Ethereum (ETH) sobe 11% e recupera US$ 3.000; demanda recorde e fim do 'Aperto Quantitativo' miram US$ 3.600
- Ouro recua da máxima de seis semanas em meio a clima positivo em relação ao risco; queda continua amortecida
- Ethereum (ETH) perde US$ 3.000 e testa suporte crítico de US$ 2.800; medo de juros no Japão pressiona

O mercado de criptomoedas viveu uma reviravolta significativa nesta terça-feira (2). O Bitcoin (BTC), que vinha pressionado nas últimas 24 horas, inverteu a tendência de queda e passou a subir mais de 8% durante a tarde, retomando o patamar de US$ 91.995.
O otimismo se espalhou por todo o setor, com as principais altcoins registrando ganhos ainda mais expressivos. Ethereum (ETH) subiu mais de 10%, enquanto Solana (SOL) e Cardano (ADA) saltaram 13% e 14%, respectivamente.
Fonte: CoinMarketCap
O movimento de alta foi catalisado por uma mudança na percepção de risco dos investidores, somada a notícias institucionais de grande impacto divulgadas nas últimas horas.
O destaque ficou por conta do Bank of America (BofA). Uma das maiores instituições financeiras do mundo informou que, a partir do próximo ano, permitirá que clientes de alta renda aloquem até 4% de seus portfólios em criptomoedas.
Essa decisão do BofA é vista como um sinal de validação institucional importante, abrindo as portas para um fluxo de capital significativo vindo de investidores tradicionais que antes não tinham acesso direto a essa classe de ativos via banco.
Cautela macroeconômica persiste apesar da alta
Apesar do rali impressionante, analistas de mercado ainda recomendam cautela. O cenário macroeconômico global continua fragilizado e apresenta desafios que podem limitar a sustentabilidade dessa alta no curto prazo.
Um dos pontos de atenção é a política monetária do Japão. Com a subida dos juros japoneses, o "dinheiro ultra barato" que financiou operações de carry trade por anos tende a escassear.
Isso reduz a liquidez global disponível para ativos de risco, como as criptomoedas. Além disso, a trajetória dos juros nos Estados Unidos ainda é incerta.
Embora a ferramenta CME FedWatch aponte agora uma chance de mais de 85% de corte de juros em dezembro — uma mudança drástica em relação às projeções de 40% de duas semanas atrás —, a decisão final do Federal Reserve ainda depende de dados econômicos.
Investidores aguardam dados represados dos EUA
O mercado permanece atento à divulgação de uma bateria de dados econômicos dos EUA que ficaram represados durante o shutdown do governo em outubro e novembro.
Para hoje, a expectativa gira em torno do relatório JOLTS, que mede a abertura de vagas de trabalho e é um indicador crucial para o Fed avaliar o aquecimento do mercado laboral.
Além disso, dados de inflação (CPI) e taxa de desemprego da Zona do Euro também estão no radar, podendo influenciar a percepção de liquidez global e o apetite por risco nos próximos dias.
A combinação de notícias positivas do setor bancário com a incerteza macroeconômica cria um ambiente de alta volatilidade, onde o otimismo institucional colide com a prudência monetária.
Bitwise vê Bitcoin defasado ante liquidez global e projeta alvo de US$ 270 mil
Enquanto a adesão do Bank of America sinaliza a entrada de capital institucional, um novo relatório da Bitwise sugere que o Bitcoin está fundamentalmente descontado em relação à explosão da liquidez global, criando uma oportunidade de valorização assimétrica.
O comportamento atual de negociação do Bitcoin reflete uma de suas desconexões macroeconômicas mais profundas em anos. A liquidez global está aumentando, mas o BTC continua atrasado em relação ao crescimento da oferta monetária.

Fonte: BItwise
O relatório da Bitwise argumenta que esse cenário pode estar preparando uma oportunidade significativa para 2026. Segundo o modelo de cointegração da empresa, o BTC está atualmente performando 66% abaixo da oferta monetária global.
Essa defasagem implica um valor justo baseado em modelo próximo de US$ 270.000. Se o preço do Bitcoin reverter para sua âncora de liquidez de longo prazo, isso se traduziria em um potencial de alta hipotético de cerca de 194%.
Liquidez global vira para reflação
O ambiente subjacente é descrito como muito mais altista do que a ação de preço atual sugere. A liquidez global está pivotando firmemente para a reflação. Os EUA estão emitindo quase US$ 1,9 trilhão em títulos do Tesouro por ano.
Além disso, o programa de aperto quantitativo (QT) do Federal Reserve terminou em 1º de dezembro. Simultaneamente, o Japão está lançando um pacote de estímulo de US$ 110 bilhões e a China aprovou uma iniciativa fiscal de US$ 1,4 trilhão.
Com mais de 320 cortes de taxas executados globalmente nos últimos 24 meses, a oferta monetária global (M2) atingiu um recorde de US$ 137 trilhões. O Bitcoin historicamente serviu como barômetro sensível para essa diluição monetária.
Ouro captura liquidez e Fidelity vê chance de rotação
Enquanto o Bitcoin ficou para trás, o ouro absorveu a maior parte da demanda por proteção contra diluição monetária em 2025. O metal precioso agora supera a oferta monetária global em quase 75%.

Momentum e Índice Sharpe do Bitcoin. Fonte: Jurrien Timmer/X.
Para a Bitwise, isso fortalece o argumento para uma rotação iminente de capital do ouro para o Bitcoin. Jurrien Timmer, diretor de Macro Global da Fidelity, observou que o ouro atualmente entrega melhores retornos ajustados ao risco (Índice de Sharpe).
No entanto, Timmer enquadrou essa divergência crescente como uma configuração potencialmente atraente para reversão à média. Ele notou que, apesar da queda abaixo de US$ 100 mil, o Bitcoin permanece alinhado com sua curva de adoção de longo prazo.
Ações da American Bitcoin Corp (ABTC) colapsam 51% em dia de volatilidade
Enquanto o Bitcoin mostra sinais de recuperação e análises macro apontam para alta no longo prazo, o mercado de ações ligadas a cripto ainda sente o peso da correção recente, com destaque negativo para a empresa liderada por Eric Trump.
As ações da American Bitcoin Corp (ABTC) desabaram nesta terça-feira. A empresa de mineração e tesouraria de Bitcoin viu seus papéis perderem mais da metade do valor nas negociações iniciais.
A ação atingiu uma mínima intradiária de US$ 1,75, representando uma queda de 51% no dia. O movimento dramático estende as perdas para cerca de 78% desde a máxima pós-listagem de US$ 9,31, registrada em 9 de setembro.
A ABTC estreou na Nasdaq no início de setembro, após uma fusão reversa com a Gryphon Digital Mining. Não houve um catalisador único aparente para a venda massiva desta terça-feira.
Leia mais
Isenção de responsabilidade: este artigo representa apenas a opinião do autor e não pode ser usado como consultoria de investimento. O conteúdo do artigo é apenas para referência. Os leitores não devem tomar este artigo como base para investimento. Antes de tomar qualquer decisão de investimento, procure orientação profissional independente para garantir que você entenda os riscos.
Os Contratos por Diferença (CFDs) são produtos alavancados que podem resultar na perda de todo o seu capital. Esses produtos não são adequados para todos os clientes; por favor, invista com rigor. Consulte este arquivo para obter mais informações.



