Bitcoin (BTC) cai para US$ 107 mil em início de semana 'difícil'; demanda institucional dá sinais de fraqueza
- A BitMine adiciona 27.316 ETH, no valor de US$ 113 milhões, ao seu tesouro de criptomoedas.
 - O ouro ganha força em meio à fraqueza do dólar americano e à retomada da demanda por ativos seguros
 - Ouro se recupera após atingir o menor valor em duas semanas em meio à desvalorização do dólar americano e às apostas na redução das taxas de juros pelo Fed; otimismo comercial limita ganhos
 - Bitcoin (BTC) se recupera para US$ 114 mil, mas traders veem riscos; macro melhora com alívio EUA-China
 - O fundador Binance Changpeng “CZ” Zhao, revela que comprou tokens Aster no valor de mais de US$ 2,5 milhões.
 - As baleias do BTC estão se tornando cautelosas, afastando-se tanto das posições à vista quanto das posições em derivativos
 

O Bitcoin (BTC) teve um início de semana negativo, com o preço caindo assim que o fechamento diário foi concluído, retornando ao nível de US$ 107.000. O movimento apagou todos os ganhos que haviam sido acumulados durante o fim de semana, que já vinham sendo vistos com desconfiança por traders.
A queda ocorre em meio a um sentimento de cautela, com analistas prevendo uma das semanas de negociação mais difíceis do último trimestre, e com dados on-chain mostrando uma preocupante reversão no fluxo de capital institucional.

Fonte:CoinMarketCap
O mercado de criptomoedas parece não estar com ânimo para acompanhar o otimismo visto no mercado de ações, que abriu a semana em alta com a notícia de um alívio nas tensões comerciais entre Estados Unidos e China.
A desconexão entre o Bitcoin e os ativos de risco tradicionais, somada à queda na demanda de ETFs e ao recuo dos investidores de varejo, coloca o suporte de longo prazo do BTC em teste.
Análise técnica: mercado em consolidação e o risco de um novo teste nas mínimas
A queda do Bitcoin para a faixa de US$ 107.000 reforça a visão de que o mercado pode estar entrando em um ambiente de consolidação, ou "range".
"Em toda a honestidade, parece que esta pode ser uma das semanas de negociação mais difíceis do quarto trimestre", previu o trader CrypNuevo em uma análise no X.
"Isso me faz pensar que podemos estar em um ambiente limitado por uma faixa; portanto, eu deveria estar ciente de um potencial reteste das mínimas da faixa."

Gráfico de 12 horas BTC/USDT. Fonte: CrypNuevo/X
CrypNuevo observou que essas mínimas têm uma confluência chave com a média móvel exponencial (EMA) de 50 semanas, localizada em US$ 101.150, o que aumenta as chances desse nível ser um alvo para o fundo da correção.
O preço já revisitou essa área na Binance durante o "flash crash" de outubro. "É um suporte muito sólido, então veríamos uma recuperação muito agressiva a partir dali", continuou ele.
Outros traders, como Daan Crypto Trades, focaram na liquidez do livro de ordens para definir os alvos de preço. "Dois grandes níveis de liquidez se formaram no curto prazo durante a faixa do fim de semana", disse ele aos seus seguidores.
"O preço rompeu o limite inferior que estava em US$ 108,5K. Ainda há um cluster decente em torno de US$ 112K. Ao ampliar o zoom, os níveis de US$ 105K-US$ 106K e US$ 117K são dignos de observação." A visão de que a liquidez em níveis mais baixos pode ser "muito tentadora" foi compartilhada por outros analistas, como Mark Cullen.
O "Uptober" decepcionante e o sentimento de medo
O Bitcoin já acumula uma queda de 2% em novembro, adicionando mais frustração aos compradores que ainda se recuperam do pior desempenho de outubro desde 2018.
Historicamente, novembro tem sido um mês forte para o ativo, com ganhos médios de mais de 40% desde 2013, segundo dados da CoinGlass, o que torna o início negativo atual ainda mais desanimador.
Os mercados de previsão refletem o baixo sentimento atual. A Polymarket, por exemplo, atribui apenas 33% de chance de o BTC terminar o mês acima de US$ 120.000. O índice Crypto Fear & Greed (Medo e Ganância) permanece em território de "medo", refletindo a última queda para US$ 107.000.
A plataforma de análise Santiment sugeriu que esse pessimismo extremo pode ser um sinal contrário. "Mercados se movem de forma oposta às expectativas da multidão, portanto, um rali de alívio é provável enquanto o FUD [medo, incerteza e dúvida] está atingindo o pico como está agora", escreveu a plataforma.
Cripto se descola das ações; mercado aguarda o Fed
A boa notícia de um alívio na guerra comercial entre EUA e China, que impulsionou os futuros do S&P 500 no início da semana, foi ignorada pelo mercado de criptomoedas.
A quebra na correlação do Bitcoin com as ações, que antes era forte, não ajudou a situação. O analista macro Jordi Visser disse que, atualmente, apenas as principais ações de tecnologia fornecem alguma âncora para o preço do BTC. "O Bitcoin se move com as ações de tecnologia.
Está correlacionado à liquidez e ao 'apetite por risco'", escreveu ele. "Por anos, você podia prever a direção do Bitcoin observando a Nasdaq. Essa correlação quebrou recentemente e desde dezembro de 2024. Completamente."
Com a paralisação do governo dos EUA, poucos dados de inflação estarão disponíveis para o mercado nesta semana, deixando os investidores com menos bússolas.
Ao fundo, cresce a incerteza sobre a política econômica dos EUA. O Federal Reserve tem adotado um tom cada vez mais "hawkish" (duro), e novos cortes de juros em 2025 já não são uma garantia.
A ferramenta FedWatch do CME Group coloca as chances de um corte na reunião de dezembro em apenas 63%.
Demanda institucional enfraquece e saídas de ETFs preocupam
A demanda institucional pelo Bitcoin, que foi um dos principais motores da alta em 2025, voltou aos holofotes esta semana, com o fraco desempenho do BTC em comparação com ações e o ouro.
Dados da Farside Investors mostram três dias consecutivos de saídas líquidas dos ETFs de Bitcoin à vista dos EUA até 31 de outubro. O maior deles, o iShares Bitcoin Trust (IBIT) da BlackRock, contribuiu com mais de meio bilhão de dólares do total retirado.

Fluxos líquidos de ETFs de Bitcoin nos EUA. Fonte: Farside Investors
Esses fluxos agora causam preocupação, pois a demanda institucional não está conseguindo acompanhar o aumento diário da oferta de BTC vinda da mineração. Charles Edwards, fundador do fundo Capriole Investments, notou a tendência.
"Pela primeira vez em 7 meses, a compra líquida institucional CAIU abaixo da oferta diária minerada", comentou ele, descrevendo os dados como "nada bons". A última vez que o apetite institucional falhou em absorver a nova oferta foi pouco antes de o BTC atingir suas mínimas locais em abril, em torno de US$ 75.000.
Varejo em "retirada" e métricas on-chain supervalorizadas
Os investidores de varejo do Bitcoin parecem ter corrido para se proteger desde que o preço caiu quase 20% de suas máximas em outubro. Isso é visível no declínio dos endereços ativos de BTC, que caíram 26,1% em relação a novembro de 2024, segundo a CryptoQuant.
A "ausência de investidores de varejo limita a atividade visível da rede e atrasa o fim natural de um ciclo de mercado", concluiu um analista da plataforma.
Outros analistas da mesma plataforma foram mais longe, sugerindo que a rede Bitcoin divergiu muito do preço. A Lei de Metcalfe, que mede o preço justo em relação à expansão da rede, indica que o ativo está supervalorizado.
"O valor atual de 2,97 [no NVM Ratio] sugere que a avaliação da rede está bem acima da média histórica, indicando que o Bitcoin está atualmente sendo negociado em uma zona supervalorizada em relação ao tamanho de sua rede", explicou a analista Pelin Ay, sugerindo que o preço do BTC poderia cair para até US$ 98.500 como resultado dessa "saturação".
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