Hapvida renova mínima histórica; distribuidoras sobem com operação contra fraude na Refit
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As ações da Hapvida (HAPV3) aprofundaram sua crise nesta quinta-feira (27), engatando a quarta baixa consecutiva e renovando sua mínima histórica na Bolsa brasileira. O movimento de venda intensa continua a marcar novembro como um mês desastroso para a companhia.
No fechamento do pregão, os papéis terminaram cotados a R$ 15,00, registrando uma queda de 5,30% no dia. Esse nível de preço coloca a empresa em um patamar de valuation nunca antes visto desde sua abertura de capital.

Fonte: Google Finance
A magnitude da destruição de valor é evidente no acumulado do mês. As perdas já ultrapassam a marca de 50,7%, isolando a Hapvida, com folga, como o pior desempenho entre todas as ações que compõem o Ibovespa em novembro.
O volume financeiro também chama a atenção, indicando uma saída massiva de investidores. Com mais de 10,4 mil negócios realizados e um giro financeiro de R$ 102 milhões, o ativo concentra parte relevante da pressão vendedora do pregão.
O gatilho fundamental: Resultados do 3º trimestre
A forte deterioração do ativo tem um ponto de partida claro: a divulgação dos resultados do terceiro trimestre. Os números apresentados frustraram profundamente o mercado e desencadearam uma reprecificação violenta do risco da empresa.
Embora o lucro líquido ajustado tenha vindo em linha com o esperado, os indicadores operacionais acenderam todos os sinais de alerta. As margens da companhia apareceram pressionadas, indicando dificuldade em repassar custos ou ganhar eficiência.
Além disso, a sinistralidade (MLR) permaneceu em níveis elevados. Esse indicador é crucial para operadoras de saúde, pois mede a relação entre o custo dos procedimentos médicos e a receita recebida dos beneficiários.
Outro ponto crítico foi o fluxo de caixa negativo. Em um cenário de juros altos e necessidade de investimentos, a queima de caixa é vista com extrema cautela pelos investidores, pois pode levar ao aumento do endividamento.
Reação em cadeia e perda de confiança
No dia 13 de novembro, imediatamente após a divulgação do balanço, a ação chegou a derreter mais de 42% em um único pregão. Aquele evento marcou uma quebra estrutural na confiança do mercado em relação à tese de investimento.
Desde então, o papel não conseguiu encontrar um piso. A falta de confiança dos investidores se somou a reavaliações pessimistas dos fundamentos de longo prazo da empresa.
Grandes casas de análise, como UBS, Genial, Safra, Citi e Morgan Stanley, revisaram seus modelos e classificaram o balanço como "decepcionante". Consequentemente, houve uma onda de cortes na recomendação das ações.
O Banco Safra, por exemplo, rebaixou o papel citando que o resultado fraco deixou o investidor "no escuro" quanto à capacidade de recuperação da empresa no curto prazo.
Desafios da fusão e pressão competitiva
Além dos números trimestrais, pesam sobre a Hapvida desafios estruturais do setor de saúde suplementar. A pressão competitiva aumentou, dificultando o crescimento da base de clientes sem sacrificar preços.
Simultaneamente, o aumento dos custos com serviços médicos e operacionais (inflação médica) continua a comprometer a rentabilidade. A empresa enfrenta o desafio de gerenciar esses custos em uma escala muito maior após a fusão.
A integração com a NotreDame Intermédica, que criou uma gigante do setor, trouxe complexidades operacionais que o mercado agora avalia com mais ceticismo. A captura de sinergias parece estar mais difícil ou lenta do que o projetado inicialmente.
Apesar de a companhia estar tentando retomar o fôlego por meio de programas de recompra de ações e ajustes operacionais, o mercado não aposta em uma reversão no curto prazo.
A percepção é de que os problemas são profundos e exigirão tempo para serem resolvidos. Enquanto a visibilidade sobre a melhora das margens e da geração de caixa não aumentar, a ação deve continuar no radar como um dos ativos mais voláteis e arriscados da bolsa.
Distribuidoras sobem com operação contra fraude de R$ 26 bilhões
Enquanto a Hapvida aprofunda suas perdas, as ações de distribuidoras de combustíveis registraram ganhos nesta quinta-feira, beneficiadas por uma ofensiva das autoridades contra a sonegação fiscal no setor.
As ações da Raízen (RAIZ4), Vibra Energia (VBBR3) e Ultrapar (UGPA3) figuraram entre as maiores altas do Ibovespa. RAIZ4 subiu 2,47%, VBBR3 avançou 2,04% e UGPA3 teve ganhos de 1,13%.
Fonte: Google Finance
O movimento positivo ocorreu após a refinaria privada Refit entrar na mira da operação "Poço de Lobato". A ação visa desarticular um esquema de fraude fiscal e tributária estimado em R$ 26 bilhões.
A força-tarefa envolveu a Receita Federal, o Ministério Público de São Paulo e diversas outras autoridades. Os investigadores alegam um esquema de longa data envolvendo sonegação, fraude aduaneira e uso de offshores.
Segundo as investigações, a Refit (antiga Manguinhos) é considerada uma das maiores devedoras contumazes do país. O grupo teria importado cerca de R$ 32 bilhões em combustíveis entre 2020 e 2025 usando táticas para evitar impostos.
Impacto positivo para as grandes listadas
Para o Bradesco BBI, a operação é positiva para as grandes empresas listadas. O banco destaca que o combate à informalidade tende a aumentar a participação de mercado das três maiores distribuidoras.
Além disso, a redução da concorrência desleal ajuda a diminuir a diferença de preços entre postos de marca e bandeira branca. Isso pode sinalizar espaço para expansão de margens e crescimento de volumes acima da média em 2026.
O banco avalia que, caso essa tendência de formalização se consolide, Vibra e Ultrapar poderiam negociar a múltiplos mais altos. O cenário abre margem para revisões positivas nas estimativas do mercado.
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