Ibovespa recua, tarifa alivia tensões e exportadoras ganham fôlego
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- O ouro recupera o impulso positivo em meio a perspectivas dovish do Fed e dólar americano mais fraco
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- Ethereum (ETH) perde US$ 3.000 e testa suporte crítico de US$ 2.800; medo de juros no Japão pressiona

O último pregão de julho foi marcado por oscilações relevantes na Bolsa de Valores brasileira, com o Ibovespa encerrando o dia em queda de 0,69%, aos 133.071 pontos. Apesar do recuo, algumas empresas conseguiram se destacar positivamente em meio à instabilidade global, com ênfase para exportadoras e companhias ligadas à indústria.
Fonte: TradingView
Destaques do dia: exportadoras em alta, consumo em queda
A sessão foi marcada por um desempenho misto entre os setores listados na B3.
Empresas voltadas para o mercado externo conseguiram reagir positivamente após a divulgação de que o novo pacote tarifário dos Estados Unidos, previsto para 6 de agosto, incluirá isenções estratégicas a produtos brasileiros.
A notícia trouxe alívio ao setor industrial e às exportações, especialmente de aeronaves e produtos siderúrgicos.
Entre os destaques positivos do pregão estão:
Usiminas (USIM5): avançou 5,80%, apoiada por expectativas de demanda aquecida no setor de aço e pelo bom momento para exportadoras com dólar valorizado.
Embraer (EMBR3): subiu 5,78%, impulsionada diretamente pela isenção tarifária dos EUA, que protege parte significativa de sua receita internacional.
TIM (TIMS3): registrou alta de 3,50%, beneficiada por fundamentos sólidos e estabilidade no setor de telecomunicações.
Por outro lado, setores sensíveis ao consumo doméstico e ao custo de insumos enfrentaram fortes perdas. Destaques negativos:
Marfrig (MRFG3): caiu 10,20%, impactada por incertezas sobre exportação de carne para os EUA e custos operacionais elevados.
BRF (BRFS3): recuou 5,65%, sentindo os efeitos de um real mais fraco e margens pressionadas.
Ambev (ABEV3): desvalorizou 5,25%, refletindo desaceleração do consumo interno e pressão inflacionária sobre matérias-primas.
Fonte: Google Finance
Fatores macroeconômicos e políticos em jogo
O principal catalisador do dia foi a confirmação de que o governo dos Estados Unidos implementará tarifas sobre produtos brasileiros a partir de agosto.
No entanto, mais de 700 produtos foram excluídos da lista, entre eles peças de aviões, itens agrícolas e equipamentos industriais, o que trouxe algum respiro para o mercado.
Outro fator relevante foi a manutenção do ambiente de juros elevados no Brasil, com a taxa Selic mantida em 15% ao ano. O custo de capital elevado segue impactando negativamente setores ligados ao crédito e à demanda interna, como varejo, alimentos e construção civil.
No câmbio, o dólar comercial fechou cotado a R$ 5,60, em alta de 0,55%. O euro também se valorizou, chegando a R$ 6,39. Essa dinâmica cambial favorece exportadores, mas penaliza companhias com grande exposição a importados e dívida em moeda estrangeira.
Fonte: Banco Central
Fluxo estrangeiro e balanço mensal
Julho foi um mês de perdas para a bolsa brasileira, tanto em termos nominais quanto de fluxo. Estima-se uma saída de mais de US$ 6 bilhões em capital estrangeiro, refletindo maior cautela global e fuga de mercados emergentes diante das tensões comerciais com os EUA.
Apesar disso, alguns setores mantiveram performance positiva no mês, como energia, telecomunicações e papel e celulose. Por outro lado, consumo discricionário, alimentos e varejo tiveram queda acumulada de dois dígitos.
Visão técnica do Ibovespa
O índice principal da B3 perdeu o suporte técnico dos 134.000 pontos, abrindo espaço para recuo até a região dos 130.800 pontos, onde está a média móvel de 200 dias. Caso haja uma retomada do fluxo positivo e alívio externo, o próximo objetivo está na resistência de 135.500 pontos.
Para o curto prazo, analistas recomendam cautela e foco em papéis com boa geração de caixa, expostos à exportação ou às commodities, enquanto se aguarda maior visibilidade sobre o novo regime fiscal e os desdobramentos das tarifas internacionais.
Perspectivas para agosto
O mercado entra em agosto com algumas expectativas bem definidas:
Acompanhamento da implementação efetiva das tarifas comerciais e seu impacto sobre o setor externo brasileiro.
Divulgação de dados macroeconômicos importantes, como PIB, produção industrial e inflação.
Sinalizações do Banco Central quanto à condução da política monetária no segundo semestre.
O investidor segue atento à agenda política, especialmente a discussão em torno do novo arcabouço fiscal e da tramitação de reformas microeconômicas que podem destravar valor para setores específicos.
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