Bitcoin (BTC) pausa em US$ 92 mil; Baleias movem BTC para Binance e sinalizam risco de venda
- Ouro cai com a recuperação do dólar americano após mais de um mês em baixa; queda parece limitada
- Ouro atinge o maior valor em seis semanas; parece pronto para subir ainda mais em meio às apostas na redução das taxas pelo Fed
- Com uma oferta submersa inferior a 30%, a movimentação do preço Bitcoin agora se assemelha assustadoramente ao início de 2022.
- O ouro recupera o impulso positivo em meio a perspectivas dovish do Fed e dólar americano mais fraco
- Ouro recua da máxima de seis semanas em meio a clima positivo em relação ao risco; queda continua amortecida
- Ethereum (ETH) perde US$ 3.000 e testa suporte crítico de US$ 2.800; medo de juros no Japão pressiona

O Bitcoin (BTC) registrou uma queda de 4% nesta sexta-feira (5), atingindo a mínima de US$ 88.140. O movimento estende o declínio do ativo para 19% desde o início de novembro.
Essa fraqueza contrasta fortemente com o mercado de ações tradicional. O índice S&P 500 está agora a menos de 1% de atingir sua máxima histórica, evidenciando uma divergência aguda entre os dois mercados.

Fonte: CoinMarketCap
No entanto, analistas avaliam que essa desconexão pode estar perto do fim. Uma "tempestade perfeita" de fatores macroeconômicos e estruturais está se formando, com potencial para impulsionar o Bitcoin rumo à barreira psicológica de US$ 100.000 antes do final do ano.
Os principais catalisadores para essa reversão incluem uma mudança drástica na política do banco central americano e o aumento do estresse de crédito no setor de tecnologia.
O fim do aperto quantitativo e a liquidez
O fator mais crítico é a mudança de postura do Federal Reserve. O banco central encerrou oficialmente seu programa de "aperto quantitativo" (QT) em 1º de dezembro.
Esse processo consistia na drenagem de liquidez do sistema financeiro, permitindo o vencimento de títulos do Tesouro sem reinvestimento. Nos últimos seis meses, o balanço do Fed encolheu em US$ 136 bilhões, retirando uma quantidade significativa de dinheiro do mercado.

Ativos totais do Federal Reserve, em USD. Fonte: TradingView.
Agora, o mercado antecipa agressivamente a próxima fase: juros mais baixos. Dados da ferramenta CME FedWatch mostram que os futuros de títulos atribuem 87% de probabilidade a um corte na taxa na reunião da próxima quarta-feira.
Além disso, as expectativas já precificam totalmente três cortes até setembro de 2026. Juros menores e o aumento da liquidez sistêmica corroem fundamentalmente a demanda por ativos de renda fixa.
Risco de crédito em "Big Techs" pode forçar rotação
Segundo a Bloomberg, há atualmente um recorde de US$ 8 trilhões estacionados em fundos de mercado monetário nos EUA. Esse capital está pronto para buscar rendimentos maiores à medida que as taxas caem.
A potencial rotação de capital é incentivada por riscos estruturais emergentes nos mercados de ações, especialmente no setor de tecnologia. O custo de proteção da dívida da Oracle (ORCL) contra calote disparou para o nível mais alto desde 2009.

Credit Default Swaps para a dívida da Oracle. Fonte: Bloomberg.
A Oracle possuía US$ 105 bilhões em dívidas no final de agosto. Investidores estão preocupados com o excesso de oferta de títulos no horizonte, dado que a empresa conta com receitas futuras incertas vindas da OpenAI.
Esse aumento na demanda por proteção de dívida (CDS) sinaliza um desconforto extremo do mercado em relação aos gastos imensos financiados por alavancagem no setor de IA.
Bank of America alerta para desaceleração; Bitcoin como refúgio
O estrategista do Bank of America, Michael Hartnett, argumentou que, se o Fed sinalizar taxas estáveis, as chances de uma desaceleração econômica aumentam significativamente.
Essa incerteza, combinada com o desejo de crescimento menos dependente de estímulos governamentais (como a iniciativa "Genesis Mission" de Trump), reforça o apelo da escassez do Bitcoin.
O capital institucional pode buscar o ativo digital para reduzir o risco ("de-risk") de suas exposições tradicionais em tecnologia, que estão cada vez mais alavancadas.
O fim oficial da drenagem de liquidez pelo Fed e a precificação agressiva de cortes de juros fornecem um vento favorável monumental. Essa convergência estabelece um caminho claro para o BTC romper a barreira dos US$ 100.000 nos próximos meses.
Aumento de depósitos de baleias na Binance alerta para pressão de venda
Um aumento acentuado no "Exchange Whale Ratio", agora em 0,47 em todas as corretoras, indica que grandes detentores estão movendo Bitcoin para plataformas de negociação. Essa tendência é mais preocupante na Binance.

Proporção Baleia (Whale ratio) de Bitcoin em exchanges na Binance. Fonte: CryptoQuant.
Lá, a média móvel exponencial de 14 dias dessa métrica subiu para 0,427, o nível mais alto desde abril. Depósitos de baleias tendem a preceder fases de distribuição, pois grandes entidades preferem a liquidez da Binance para descarregar posições.
Com o BTC lutando para superar os US$ 93.000, essa mudança implica uma resistência crescente logo acima. Se a tendência persistir, o preço tem maior probabilidade de consolidar ou retestar suportes antes de tentar um novo rompimento.
Entradas de BTC na máxima anual e volatilidade do USDT
Dados on-chain mostraram que a média móvel simples de 30 dias das entradas de BTC na Binance atingiu 8.915 em 28 de novembro. Esse valor se aproxima da leitura mais alta do ano, registrada em 3 de março.
Historicamente, picos de entrada semelhantes foram seguidos por movimentos bruscos de queda. O aumento sugere que os detentores estão se preparando ativamente para reduzir o risco ou sair do Bitcoin após o rali recente.

Fluxos de USDt de diferentes exchanges na Tron. Fonte: CryptoQuant.
Por outro lado, a Binance também registrou 946.000 transações de depósito de USDT em sete dias, superando de longe concorrentes como OKX e Bybit.
O aumento nos fluxos de stablecoin geralmente indica que os traders estão se posicionando para agir. Dado o cenário de venda de baleias, isso é provável um sinal de preparação para negociações reativas e volatilidade, e não necessariamente acumulação passiva.
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