Petróleo sobe com tensão na Rússia; Dólar fecha estável a R$ 5,31 com PIB fraco e apostas no Fed
- Ouro atinge o maior valor em seis semanas; parece pronto para subir ainda mais em meio às apostas na redução das taxas pelo Fed
- O ouro recupera o impulso positivo em meio a perspectivas dovish do Fed e dólar americano mais fraco
- Ouro atinge pico de duas semanas; mira US$ 4.200, com postura dovish do Fed compensando alta do dólar e clima de risco
- Ouro recua da máxima de seis semanas em meio a clima positivo em relação ao risco; queda continua amortecida
- Ethereum (ETH) perde US$ 3.000 e testa suporte crítico de US$ 2.800; medo de juros no Japão pressiona
- O ouro recua de máxima de duas semanas em meio a apetite por risco; queda parece limitada

Os contratos futuros de petróleo encerraram a sessão desta quinta-feira (4) em alta, sustentados pela incerteza contínua sobre o conflito no Leste Europeu. Os investidores seguem monitorando de perto os desdobramentos das negociações para encerrar a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, que parecem ter encontrado novos obstáculos.

Fonte: Investing.com
O petróleo WTI para janeiro, referência no mercado americano, fechou em alta de 1,22%, cotado a US$ 59,67 o barril na Nymex. Já o Brent para fevereiro, referência global negociada em Londres, avançou 0,94%, encerrando a sessão a US$ 63,26 o barril.
A valorização ocorre em um momento de cautela, onde o prêmio de risco geopolítico volta a ser precificado com mais força. A percepção de que um acordo de paz rápido pode ser improvável adicionou suporte aos preços.
Putin classifica conversas como "difíceis" e "necessárias"
O foco diplomático esteve voltado para as reações após uma reunião de mais de cinco horas realizada na quarta-feira entre o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e representantes dos Estados Unidos.
Putin classificou as conversas como "necessárias" e "úteis", sinalizando a manutenção de canais de diálogo. No entanto, ele também ressaltou o "trabalho difícil" em torno da proposta de cessar-fogo apresentada.
O líder russo destacou que existem pontos "inaceitáveis" para o Kremlin no texto atual, o que esfriou as expectativas de uma resolução imediata. Essa retórica dura sugere que as negociações podem se alongar.
Os comentários de Putin aconteceram antes de um novo encontro diplomático crucial nesta quinta-feira. O enviado especial da Casa Branca, Steve Witkoff, e Jared Kushner, genro do presidente Donald Trump, se reuniram com o principal negociador da Ucrânia, Rustem Umerov, tentando destravar o impasse.
Risco de ataques a infraestrutura mantém prêmio de risco
Enquanto um acordo diplomático parece distante, analistas de mercado alertam para os riscos físicos à oferta de energia. A consultoria Ritterbusch acredita que os preços podem continuar subindo devido à ameaça militar.
A "possibilidade de novos ataques com drones contra refinarias, oleodutos e navios-tanque clandestinos russos" é vista como um fator altista relevante. A guerra de atrito contra a infraestrutura energética tem sido uma tática recorrente.
A consultoria avalia que o conflito "pode se arrastar até o próximo ano", o que exigiria do mercado um "prêmio de risco suficiente para compensar" potenciais interrupções na oferta global.
No mesmo sentido, a corretora Kpler destaca que a escalada das tensões pode alterar o apetite ao risco no transporte marítimo. "Se os ataques continuarem, os navios-tanque que carregam no Mar Negro exigirão fretes mais altos", alerta a firma.
Isso se soma ao fato de que as rotas fora da Rússia já registraram aumentos acentuados nas taxas de frete, impulsionados pelo crescimento da produção de petróleo bruto no Oriente Médio e pela demanda por transporte.
Putin visita a Índia em busca de novos mercados
No xadrez geopolítico, a Rússia busca alternativas para escoar sua produção diante das sanções e da pressão do Ocidente. O presidente Vladimir Putin iniciou nesta quinta-feira uma visita estratégica à Índia.
A expectativa é que ele se encontre com o primeiro-ministro Narendra Modi. A agenda deve focar na oferta de petróleo barato e armamentos russos para reforçar os laços históricos entre os dois países.
Essa movimentação ocorre em resposta direta às pressões do governo Trump para minar as vendas russas de energia. Ao buscar a Índia, um dos maiores importadores de petróleo do mundo, a Rússia tenta garantir fluxo de caixa e contornar as restrições ocidentais.
Dólar fecha estável a R$ 5,31 em dia de PIB fraco e apostas no Fed
Enquanto o mercado de commodities reage ao risco geopolítico e à oferta, o dólar fechou próximo da estabilidade nesta quinta-feira, apagando parte do recuo mais acentuado registrado pela manhã. A moeda norte-americana encerrou a sessão com uma leve queda de 0,06%, cotada a R$ 5,3103 na venda.
O movimento ficou em linha com o desempenho misto do dólar no exterior frente a outras divisas globais. No mercado futuro, o contrato para janeiro de 2026 também operou com estabilidade, caindo 0,02% para R$ 5,3405 no fim da tarde.

Fonte: Google Finance
A divisa chegou a abrir em baixa, impulsionada pelo aumento das apostas em cortes nas taxas de juros pelo Federal Reserve. Investidores reagem à divulgação de dados econômicos dos EUA que sugerem uma postura mais branda do banco central.
Os juros futuros americanos estão precificando uma probabilidade implícita de 89% para um corte de 25 pontos-base na próxima reunião do Fed, em 10 de dezembro. Esse otimismo cresceu em relação à semana anterior, quando a chance era de 83,4%.
PIB brasileiro frustra e confirma esfriamento
No cenário doméstico, o destaque foi a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB). A economia brasileira teve alta de apenas 0,1% no terceiro trimestre de 2025 (3T25) em relação ao trimestre anterior.
O número ficou levemente abaixo do esperado pelo mercado. A expectativa em pesquisa da Reuters era de um crescimento de 0,2% na comparação trimestral e de 1,7% na base anual.
Os dados publicados pelo IBGE comprovam a percepção de esfriamento da economia ao longo do ano. Após expandir 1,5% no primeiro trimestre e 0,3% no segundo (dados revisados), a atividade perdeu força significativa na segunda metade de 2025.
Essa desaceleração econômica adiciona uma camada de complexidade para o Banco Central do Brasil, que mantém a taxa Selic em patamares restritivos para controlar a inflação, enquanto a atividade dá sinais claros de fadiga.
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