Forex hoje: dólar lidera alta, iene se recupera e moedas emergentes enfrentam turbulência
- Ouro cai com a recuperação do dólar americano após mais de um mês em baixa; queda parece limitada
- Ouro atinge o maior valor em seis semanas; parece pronto para subir ainda mais em meio às apostas na redução das taxas pelo Fed
- Com uma oferta submersa inferior a 30%, a movimentação do preço Bitcoin agora se assemelha assustadoramente ao início de 2022.
- O ouro recupera o impulso positivo em meio a perspectivas dovish do Fed e dólar americano mais fraco
- Ouro recua da máxima de seis semanas em meio a clima positivo em relação ao risco; queda continua amortecida
- Ethereum (ETH) perde US$ 3.000 e testa suporte crítico de US$ 2.800; medo de juros no Japão pressiona

O mercado cambial global encerrou o mês de julho com fortes movimentações, marcadas por uma combinação de fatores políticos, monetários e geoeconômicos.
A valorização do dólar americano, impulsionada por uma postura mais firme do Federal Reserve, dominou o pregão, enquanto moedas de economias emergentes enfrentaram pressões externas.
Ao mesmo tempo, o iene japonês mostrou sinais de recuperação, e o euro sofreu perdas com repercussões negativas de um acordo comercial entre EUA e União Europeia.
Dólar americano: primeiro ganho mensal do ano e retomada da força global
O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas principais, fechou julho em alta de 2,7%, alcançando 99,95 pontos. Essa é a primeira alta mensal do ano e reflete uma reavaliação generalizada das expectativas para a política monetária norte-americana.
Em sua última declaração, o presidente do Fed, Jerome Powell, reiterou que os juros devem continuar em patamares elevados por mais tempo, descartando cortes em setembro. Isso aumentou a atratividade do dólar como ativo de renda fixa e pressionou seus pares.
Fonte: TradingView
O fortalecimento da moeda também foi estimulado por um novo acordo comercial firmado com a União Europeia.
O pacto, embora tenha evitado tarifas máximas, impôs uma tarifa média de 15% sobre exportações europeias, o que favoreceu os termos de troca dos EUA. Além disso, dados recentes de inflação e emprego vieram acima das expectativas, reforçando a ideia de uma economia ainda resiliente.
Para os traders, o dólar volta a ser visto como porto seguro e também como oportunidade de carry trade, dado o diferencial de juros frente a outras economias desenvolvidas.
USD/JPY: iene recupera fôlego com perspectiva de mudança no BoJ
O par USD/JPY recuou levemente, com o iene mostrando força após comunicação do Banco do Japão (BoJ). A autoridade monetária manteve sua taxa básica em 0,5%, mas revisou para cima as projeções de inflação, sinalizando que um aperto monetário pode ocorrer nos próximos meses.
Essa possibilidade de normalização, mesmo que gradual, despertou interesse especulativo no iene, que vinha sendo alvo de venda nos últimos trimestres.
Tecnicamente, o par se estabilizou na faixa de 148,20 após testar máximas acima de 149,50.
A leitura é de que o suporte em 147,85 será chave para definir a próxima direção. Um rompimento abaixo dessa região poderia desencadear correção até 146,50, enquanto uma retomada de força do dólar levaria o par de volta aos 150.
Fonte: TradingView
EUR/USD: euro pressionado por acordo comercial e dados fracos
O euro sofreu no pregão de hoje, caindo para 1,1426 dólares, o menor nível em mais de sete semanas.
A moeda europeia perdeu terreno com a divulgação dos termos do acordo comercial com os EUA, que impõem tarifas de 15% sobre várias categorias de exportação, em especial do setor automotivo.
Além disso, indicadores da zona do euro continuam decepcionando, com PMI industrial abaixo de 47 e desemprego em alta na Espanha e Alemanha.
Analistas já observam uma formação de topo em 1,1570, com o par voltando a testar a zona de suporte em 1,1375. Caso essa barreira ceda, o próximo alvo está em 1,1250.
Uma recuperação do euro dependerá de dados mais fortes e de uma posição mais agressiva por parte do Banco Central Europeu, que tem sinalizado fim do ciclo de alta de juros.
GBP/USD: libra segue enfraquecida com dados fiscais negativos
A libra esterlina também figurou entre as moedas mais fracas do dia, com o par GBP/USD caindo para próximo de 1,2820.
O mercado foi pressionado pela divulgação de dados fiscais negativos do governo britânico, que registrou déficit público de 5,6% do PIB no segundo trimestre.
A situação fiscal delicada limita a capacidade de estímulo e preocupa investidores estrangeiros, que reduziram a posição em gilts (títulos do governo).
A fraqueza da libra também se deve à ausência de pressão inflacionária recente, o que leva o Banco da Inglaterra a considerar um hiato em sua política de aperto. O suporte mais próximo está em 1,2750, enquanto a resistência significativa se encontra em 1,2980.
Mercados emergentes: rupia indiana e real brasileiro sob estresse
Entre as moedas de mercados emergentes, a rupia indiana registrou forte depreciação, fechando em 87,60 por dólar.
O movimento foi causado pelo aumento do risco geopolítico na região do Indo-Pacífico, somado às tarifas de 25% que os EUA impuseram sobre produtos industriais indianos.
O fluxo de capital externo foi negativo, com saída estimada de US$ 2 bilhões do mercado de dívida em apenas três dias.
O real brasileiro também apresentou fraqueza, pressionado por incertezas fiscais internas e pela perspectiva de corte de juros mais agressivo por parte do Banco Central do Brasil. O par USD/BRL voltou a operar acima de 5,60, reacendendo debates sobre intervenção do BC.
Fonte: Google Finance
Polarização marca o fim de julho no forex
O pregão de 31 de julho encerrou um mês de virada para o mercado cambial. O dólar retomou a liderança global com apoio de fundamentos fortes, enquanto moedas de economias desenvolvidas buscaram acomodação diante das novas dinâmicas comerciais e monetárias. Já os emergentes voltaram a enfrentar pressões externas e instabilidades locais.
A leitura para agosto é de continuidade da volatilidade, com traders atentos a dados de inflação, emprego e novas diretrizes dos principais bancos centrais. A estratégia segue sendo cautelosa, com foco em pares majoritários e análise técnica de curto prazo.
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