Ibovespa fecha estável com Petrobras (PETR4) em destaque; Dólar tem dia de ajuste na véspera do Fed

O Ibovespa fechou praticamente estável nesta terça-feira (24/09), com uma leve subida de 0,04%, aos 146.481,75 pontos.
O índice de referência do mercado acionário brasileiro oscilou entre uma máxima de 146.585,26 pontos e uma mínima de 146.067,12 pontos, em um dia que refletiu um movimento de realização de lucros após o mercado atingir novos topos históricos nas sessões anteriores.
A maior contribuição para o desempenho do índice foi o avanço das ações da Petrobras (PETR4), impulsionadas pela alta dos preços do petróleo no mercado internacional.
Fonte: Google Finance
O desempenho robusto da estatal ajudou a contrabalançar os movimentos de venda no mercado, que se mostrou mais cauteloso em razão do cenário externo e da aproximação de novos dados econômicos importantes tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. O volume financeiro do dia foi de R$ 15,8 bilhões.
Cautela em Wall Street com falas de Powell
O otimismo visto no mercado brasileiro nos últimos dias foi contido por um cenário de maior cautela no exterior. Em Nova York, os principais índices fecharam em baixa. O S&P 500 caiu 0,28%, e o Dow Jones recuou 0,37%, pressionados principalmente pelo setor de "big techs".
O mercado global repercutiu declarações do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, que na terça-feira adotou um tom mais cauteloso em relação à possibilidade de novos cortes de juros nos Estados Unidos.
Embora o mercado continue precificando mais duas reduções na taxa de referência dos EUA ainda este ano, a fala de Powell serviu para moderar o otimismo e levar os investidores a adotarem uma postura mais defensiva. Além disso, o mercado americano também reflete a alta nos rendimentos dos títulos do Tesouro (Treasuries), que ocorre devido ao forte desempenho das vendas de casas novas no país.
O dado gerou receio quanto à possibilidade de adiamento nos cortes de juros, o que acabou valorizando os títulos do governo americano e impactando o apetite por risco.
Agenda de indicadores no foco dos investidores
Com a agenda de indicadores no Brasil relativamente vazia nesta quarta-feira, os investidores já se posicionavam antes da divulgação de dados importantes que ocorrerão na quinta-feira.
O principal deles é o IPCA-15 de setembro, a prévia da inflação oficial, que dará novas pistas sobre o cenário de preços no país. Além disso, o Banco Central divulgará seu Relatório Trimestral de Inflação, que será seguido por uma entrevista coletiva do presidente da autarquia, Gabriel Galípolo.
Nos Estados Unidos, a agenda de quinta-feira também é relevante, com a divulgação de novos dados de pedidos de auxílio-desemprego e a revisão do Produto Interno Bruto (PIB).
Esses indicadores podem influenciar diretamente as próximas decisões do Fed sobre a política monetária e, por isso, são acompanhados de perto pelos investidores.
Destaques do Ibovespa: Petrobras sobe e Raízen cai
A alta das ações da Petrobras (PETR4), de 2,26%, foi o principal destaque positivo do pregão e o que impediu uma queda maior do Ibovespa.
O movimento foi impulsionado pela valorização dos preços do petróleo no mercado internacional, onde o barril do tipo Brent avançou 2,48%. O bom humor com a estatal foi reforçado por uma revisão de projeções do banco de investimentos JPMorgan, que reiterou sua recomendação de "overweight" (exposição acima da média) para as ações, elevando o preço-alvo das preferenciais de R$ 43,50 para R$ 45.
Na contramão, as ações da Raízen (RAIZ4) caíram 5,98%, marcando a quinta baixa consecutiva. A companhia não receberá recursos da capitalização que foi proposta para a Cosan, que divide o controle da empresa com a Shell, e não houve novidades sobre a entrada de potenciais novos investidores, após um noticiário intenso nas últimas semanas.
As ações da Cosan (CSAN3), por sua vez, avançaram 5,68%, no segundo pregão de recuperação após a forte queda sofrida no início da semana. Fora do Ibovespa, as ações da Ambipar (AMBP3) desabaram 18,52%, no segundo dia de forte queda, em meio a incertezas após a companhia anunciar uma troca no comando de sua diretoria financeira.
Dólar tem dia de ajuste e volta a subir antes de 'Super Quarta'
Após a forte queda da véspera, o dólar teve um dia de alta ante o real nesta quarta-feira, com investidores recompondo posições na moeda norte-americana. O dólar à vista fechou em alta de 0,93%, aos R$ 5,3277, em um movimento de ajuste que também foi sustentado pelo avanço firme da moeda no exterior.
Fonte: Google Finance
A queda do dia anterior havia sido uma reação a comentários do presidente dos EUA, Donald Trump, que elogiaram o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e reduziram o temor de novas medidas contra a economia brasileira.
No entanto, na quarta-feira, os investidores voltaram a adotar uma postura mais cautelosa, aproveitando o preço mais baixo para recomprar a moeda americana antes das importantes decisões de política monetária do Federal Reserve e do Copom, que ocorrem nesta "Super Quarta".
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