MBRF dispara com joint venture na Arábia Saudita; Ibovespa renova máxima histórica com alívio na inflação e juros
- Ouro despenca à medida que traders realizam lucros antes de dados-chave de inflação dos EUA
- Ouro cai com amenização das tensões comerciais e realização de lucros
- Previsão de Preço Top 3: Bitcoin, Ethereum e Ripple – BTC, ETH e XRP se recuperam à medida que o impulso baixista perde força
- O ouro recua com o otimismo em torno das negociações comerciais entre EUA e China; apostas em cortes de juros pelo Fed podem limitar as perdas
- Principais previsões de preço: Bitcoin, Ethereum e Ripple – BTC enfrenta resistência chave, ETH e XRP apontam para mais fraqueza
- Previsão do Preço do Ethereum: troca de carteira da Fundação ETH gera realização de lucro de US$ 700 milhões

As ações da MBRF (MBRF3), empresa resultante da fusão entre Marfrig e BRF, dispararam nesta segunda-feira (27), após a companhia anunciar um acordo estratégico com o fundo soberano da Arábia Saudita (PIF) para a criação de uma nova joint venture focada no mercado halal.
No fechamento do pregão, os papéis da MBRF fecharam em alta de 6,45%, cotados a R$ 16,00, figurando entre as maiores altas do Ibovespa no dia.

O negócio, avaliado em mais de US$ 2 bilhões, envolve a expansão da parceria já existente com a Halal Products Development Company (HPDC), uma subsidiária do PIF.
O acordo prevê a formação da "Sadia Halal", uma nova empresa voltada especificamente para o mercado de alimentos certificados pelas leis islâmicas, com foco inicial nas regiões do Oriente Médio e Norte da África (MENA).
A forte reação positiva do mercado reflete a percepção de que o movimento representa um passo importante na internacionalização da MBRF e fortalece sua atuação em uma das regiões com maior crescimento na demanda por proteína animal no mundo.
Os detalhes do acordo de US$ 2 bilhões com o PIF
A transação entre a MBRF e a HPDC tem um valor total de US$ 2,07 bilhões.
O acordo inclui a transferência de ativos importantes da MBRF para a nova joint venture, como fábricas e centros de distribuição que já estão localizados na Arábia Saudita e nos Emirados Árabes Unidos. Além disso, operações em outros países da região, como Catar, Kuwait e Omã, também farão parte da Sadia Halal.
Os negócios de exportação de aves, bovinos e alimentos processados que são destinados a essa região também serão incorporados pela nova empresa.
A estrutura do acordo vai além da simples transferência de ativos. Ele prevê também um contrato de fornecimento de longo prazo, com duração inicial de dez anos e possibilidade de renovação.
Através desse contrato, as unidades de produção da MBRF no Brasil fornecerão produtos de frango e bovino para a Sadia Halal. A precificação desses produtos será feita com base no custo total de produção e nas regras de preços de transferência aplicáveis, garantindo a rentabilidade da operação para ambas as partes.
A visão do mercado: consolidação em mercado estratégico e potencial de IPO
A análise de mercado sobre a transação é majoritariamente positiva. A visão é de que a MBRF está se posicionando de forma estratégica para consolidar sua liderança em regiões de alto crescimento no mercado halal.
Além disso, a estrutura da joint venture abre espaço para uma potencial expansão da atuação da empresa para além da avicultura, incluindo também a carne bovina halal, um segmento com grande potencial de crescimento.
Relatórios de bancos de investimento destacaram a avaliação implícita na transação. Os ativos que estão sendo transferidos para a nova empresa geraram um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de US$ 230 milhões nos últimos 12 meses.
Com base no valor total do acordo, isso implica um múltiplo de avaliação de 9 vezes o Ebitda, um patamar considerado atrativo e acima da média de concorrentes do setor de proteína.
A análise também aponta que a criação da joint venture pode ser o primeiro passo para um futuro IPO (oferta pública inicial de ações) da Sadia Halal na bolsa de valores de Riad, capital da Arábia Saudita, com um prazo estimado até 2027.
O acordo ainda prevê que a HPDC, a subsidiária do fundo soberano saudita, poderá investir até US$ 430 milhões adicionais na nova empresa, caso decida elevar sua participação para 40% no futuro. Esse potencial de investimento adicional confere ainda mais fôlego financeiro para os planos de expansão da Sadia Halal na região.
Reação do mercado e os benefícios estratégicos da operação
A forte valorização das ações da MBRF no pregão desta segunda-feira reflete a leitura positiva do mercado sobre os múltiplos benefícios estratégicos da operação.
A transação injeta um capital significativo na MBRF, o que ajuda a fortalecer sua estrutura financeira e a reduzir seu endividamento, um ponto de atenção para os investidores nos últimos anos.
Além do benefício financeiro, o acordo abre as portas para a MBRF em um mercado enorme e em franca expansão.
O mercado halal global movimenta trilhões de dólares anualmente, e a demanda por proteína animal certificada pelas leis islâmicas cresce a taxas elevadas, impulsionada pelo aumento da população muçulmana e pelo crescimento da renda em países do Oriente Médio, Norte da África e Sudeste Asiático.
A parceria com um fundo soberano local confere à MBRF uma vantagem competitiva importante para navegar nesse mercado.
Por fim, a criação da Sadia Halal fortalece a presença internacional da marca Sadia, uma das mais valiosas do portfólio da MBRF. O movimento é visto como um passo que demonstra visão estratégica por parte da gestão da companhia e que anima os investidores a voltarem a comprar os papéis, após um período de maior cautela.
A operação anunciada pela MBRF ainda depende da aprovação dos órgãos regulatórios competentes nos países envolvidos, um processo que deve levar alguns meses para ser concluído.
Ibovespa renova máxima histórica com alívio na inflação e nos juros
A forte alta das ações da MBRF, impulsionada pelo acordo estratégico na Arábia Saudita, contribuiu para o desempenho positivo do Ibovespa nesta segunda-feira, que fechou em um novo recorde histórico, sustentado por um cenário de alívio inflacionário e recuo nos juros futuros. O Ibovespa encerrou esta segunda-feira em alta de 0,55%, aos 146.969,10 pontos, marcando o maior fechamento da história.

Mais cedo, o índice chegou a renovar a máxima intradiária aos 147.976,99 pontos, mas perdeu força ao longo da tarde com parte dos investidores realizando lucros, após a forte valorização acumulada de quase 4% nas últimas duas semanas.
Juros e inflação mantém o otimismo na bolsa
O movimento de alta continuou sendo sustentado por um cenário doméstico favorável, com alívio nas projeções de inflação e recuo nas taxas de juros futuros, fatores que reforçam o apetite dos investidores por renda variável.
A leitura do IPCA-15 abaixo do esperado na semana passada, somada à revisão para baixo das projeções de inflação no Boletim Focus desta segunda-feira, alimentou as apostas de que o Banco Central possa iniciar o ciclo de cortes de juros antes do previsto
"A inflação cedendo alivia a curva de juros. Todo mundo coloca na conta que o Banco Central começará a cortar juros e isso ajuda a Bolsa", destaca um gestor de renda variável.
Além disso, a redução recente no preço da gasolina pela Petrobras ajudou a reforçar a percepção de que a inflação está sob controle.
Leia mais
Isenção de responsabilidade: este artigo representa apenas a opinião do autor e não pode ser usado como consultoria de investimento. O conteúdo do artigo é apenas para referência. Os leitores não devem tomar este artigo como base para investimento. Antes de tomar qualquer decisão de investimento, procure orientação profissional independente para garantir que você entenda os riscos.
Os Contratos por Diferença (CFDs) são produtos alavancados que podem resultar na perda de todo o seu capital. Esses produtos não são adequados para todos os clientes; por favor, invista com rigor. Consulte este arquivo para obter mais informações.

