Ibovespa sobe para 140 mil pontos com dados dos EUA; ações do BRB (BSLI4) despencam com veto do BC a aquisição

Pedro Augusto Prazeres
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Fonte: DepositPhotos

O Ibovespa encerrou o pregão desta quinta-feira (4/9) em alta de 0,81%, aos 140.993,25 pontos, em uma sessão de otimismo generalizado. O índice chegou a flertar com sua máxima histórica de fechamento e, durante o dia, superou a marca de 141.481 pontos.

O bom humor foi impulsionado por dados do mercado de trabalho nos Estados Unidos, que vieram mais fracos do que o esperado e reforçaram as apostas de que o Federal Reserve cortará a taxa de juros ainda este mês.

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Fonte: Google Finance

O cenário externo favorável se somou a notícias positivas no front doméstico, com a balança comercial de agosto mostrando forte resiliência apesar das novas tarifas americanas. Como reflexo do apetite por risco, o dólar comercial perdeu força e fechou em queda de 0,09%, a R$ 5,447, enquanto as taxas de juros futuros recuaram em toda a curva.

Dados do mercado de trabalho dos EUA reforçam aposta em corte de juros

O principal motor para o otimismo nos mercados globais veio do mercado de trabalho norte-americano. Os números semanais de pedidos de seguro-desemprego subiram, e o relatório privado de emprego da ADP mostrou a criação de um número de vagas em agosto que ficou abaixo das expectativas e quase na metade do volume registrado em julho.

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Presidente Donald Trump e o presidente do Fed, Jerome Powell. Foto: REUTERS/Carlos Barria.

Esses dados foram interpretados pelos investidores como um claro sinal de desaquecimento do emprego nos EUA.

Com o mercado de trabalho mais fraco, cresce a convicção de que o Federal Reserve terá os argumentos necessários para cortar a taxa de juros em sua próxima reunião, nos dias 16 e 17 de setembro, a fim de cumprir seu duplo mandato de controlar a inflação e manter o equilíbrio no emprego.

A quase certeza de um corte se refletiu nas apostas do mercado: segundo a ferramenta da CME, a probabilidade de uma redução de 0,25 ponto percentual já atingia 97,6%.

Balança comercial brasileira mostra resiliência em agosto

No cenário doméstico, a divulgação da balança comercial de agosto também contribuiu para o bom humor.

O Brasil registrou um superávit que foi 35,8% maior do que o do mesmo mês do ano anterior. O dado foi considerado uma surpresa positiva, pois agosto foi o primeiro mês completo sob o impacto da tarifa de 50% imposta pelo governo Trump sobre produtos brasileiros.

Embora tenha havido uma queda nas exportações para os Estados Unidos, o resultado geral da balança comercial mostra que o país conseguiu compensar essa perda com outros mercados, sinalizando uma dependência menor da economia americana.

Apesar do bom resultado, o cenário político em torno do tema continua, com a oposição buscando reverter a inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Desempenho das principais ações no Ibovespa

O otimismo que veio dos Estados Unidos se espalhou pelo pregão em São Paulo, com quase todos os ativos do Ibovespa fechando em alta. As ações dos grandes bancos, que vinham sofrendo com a incerteza jurídica, tiveram um dia de recuperação.

O Banco do Brasil (BBAS3), que ainda lida com as preocupações sobre a aplicação da Lei Magnitsky, conseguiu fechar com uma alta de 0,69%, embora tenha passado boa parte do dia no negativo. Outros bancos, como o Bradesco (BBDC4), tiveram um desempenho ainda melhor, com uma alta de 2,00%.

As duas principais blue chips da bolsa, Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4), também fecharam no campo positivo, com altas de 0,20% e estabilidade, respectivamente. O desempenho das duas companhias foi notável, pois elas conseguiram subir mesmo com a queda dos preços de suas commodities de referência, o minério de ferro e o petróleo, no mercado internacional.

Apesar do dia de ganhos para a maioria das ações do Ibovespa, uma notícia específica do setor bancário penalizou fortemente os papéis do Banco de Brasília (BRB), que não compõem o índice.

Ações do BRB (BSLI4) despencam após BC vetar compra do Banco Master

As ações do Banco de Brasília (BRB) recuaram forte nesta quinta-feira, após o Banco Central não aprovar a compra do Banco Master, uma operação que havia sido anunciada no final de março. Em fato relevante divulgado na noite de quarta-feira, o BRB informou que o BC indeferiu o requerimento referente à aquisição de 49% das ações ordinárias e 100% das ações preferenciais do Master.

A reação do mercado foi imediata e negativa. As ações preferenciais (BSLI4) recuaram 5,56%, a R$ 10,84, enquanto as ordinárias (BSLI3) caíram 3,25%, a R$ 10,20. Nas mínimas do dia, ambos os papéis chegaram a cair mais de 10%. 

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Fonte: Google Finance

O movimento reflete a frustração dos investidores com o fim de uma operação que era vista como estratégica, mas que também era alvo de críticas no mercado.

Alguns analistas apontavam riscos na transação, dado que os dois bancos são de porte semelhante e o Master vinha de uma expansão rápida baseada em um modelo de financiamento considerado agressivo.

No comunicado, o BRB afirmou que solicitou acesso à íntegra da decisão do Banco Central para avaliar seus fundamentos e examinar as alternativas cabíveis. O banco também reiterou que via a transação como uma "oportunidade estratégica com potencial de geração de valor para o BRB, seus clientes, o Distrito Federal e o Sistema Financeiro Nacional".

Isenção de responsabilidade: este artigo representa apenas a opinião do autor e não pode ser usado como consultoria de investimento. O conteúdo do artigo é apenas para referência. Os leitores não devem tomar este artigo como base para investimento. Antes de tomar qualquer decisão de investimento, procure orientação profissional independente para garantir que você entenda os riscos.

 

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