Ações da Cosan (CSAN3) disparam com recomendação de compra do Bank of America; Raízen (RAIZ4) segue neutra com venda de ativos

Pedro Augusto Prazeres
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Fonte: DepositPhotos

As ações da Cosan (CSAN3) continuaram sua trajetória de forte alta nesta quarta-feira (3/9), com os papéis fechando o dia com uma valorização de 8%, cotadas a R$ 6,75. O movimento dá sequência ao bom desempenho recente do ativo, que já acumula uma valorização de mais de 13% nos últimos cinco pregões e liderou os ganhos do Ibovespa na sessão de ontem.

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Fonte: Google Finance

O principal catalisador para o otimismo dos investidores é a repercussão de um relatório divulgado pelo Bank of America (BofA), que reiterou sua recomendação de compra para os papéis.

Embora o banco de investimentos tenha reduzido o preço-alvo da companhia, a análise aponta que as ações continuam subvalorizadas e que as medidas que vêm sendo tomadas pela empresa para melhorar sua estrutura financeira, especialmente as ligadas à sua controlada Raízen (RAIZ4), têm o potencial de destravar um valor significativo para os acionistas.

Preço-alvo reduzido, mas com alto potencial de valorização

A análise do Bank of America sobre a Cosan trouxe uma mensagem mista, mas com um viés final positivo. O banco reduziu o preço-alvo para as ações da companhia de R$ 14 para R$ 11. No entanto, a instituição manteve sua recomendação de compra para o papel.

A justificativa para a manutenção do otimismo, mesmo com o corte na projeção, é que o novo preço-alvo de R$ 11 ainda representa um potencial de valorização de aproximadamente 75% em relação ao preço atual da ação no mercado.

Essa percepção de que os papéis estão subvalorizados é o que sustenta a visão positiva. Segundo o relatório, a Cosan tem trabalhado em diversas frentes para fortalecer sua posição financeira e se tornar mais resiliente em um ambiente de juros elevados, o que, na visão do banco, ainda não está totalmente refletido no preço da ação.

As frentes de fortalecimento da estrutura financeira

O relatório do BofA destacou as diferentes iniciativas que a gestão da Cosan tem implementado para melhorar sua estrutura de capital e suas operações. A primeira frente é a gestão de passivos, com a empresa atuando para reduzir seu endividamento líquido.

Outra medida importante nesse sentido é a venda da participação que a companhia detém na mineradora Vale (VALE3), um movimento que permite à empresa levantar um volume significativo de caixa para abater suas dívidas.

A terceira e talvez mais importante frente de atuação são os ajustes operacionais em sua principal investida, a Raízen. A Cosan tem trabalhado em mudanças na gestão e na venda de ativos da produtora de açúcar e etanol, com o objetivo de melhorar a eficiência e a rentabilidade da companhia.

Todas essas iniciativas, segundo o banco, contribuem para que a Cosan se torne uma empresa financeiramente mais robusta e preparada para o atual cenário macroeconômico.

O potencial destravamento de valor com a Raízen

Um dos principais pontos que sustentam a tese de investimento na Cosan, segundo a análise do Bank of America, é um possível aumento de capital na Raízen. O banco analisou o cenário de uma captação de recursos pela Raízen, estimada entre R$ 10 bilhões e R$ 15 bilhões. Nessa operação, a Cosan não participaria diretamente com novos aportes, o que resultaria em uma diluição de sua participação na controlada.

No entanto, essa diluição seria muito pequena, estimada em apenas 2%. Em contrapartida, a entrada de um novo investidor estratégico na Raízen fortaleceria enormemente a estrutura de capital da produtora de açúcar e etanol, o que, por consequência, geraria uma valorização indireta para a própria Cosan.

Esse movimento é visto como um importante gatilho para o "destravamento de valor" das ações da holding no médio prazo, já que a melhora na percepção de risco da Raízen se refletiria positivamente em sua controladora.

Raízen acelera venda de ativos, mas aumento de capital gera incerteza

Em um relatório separado, o Bank of America destacou a recente venda de duas usinas da Raízen em Mato Grosso do Sul (Rio Brilhante e Passa Tempo), por um valor de R$ 1,5 bilhão. 

Para o banco, o movimento é positivo e o processo de desinvestimento em ativos de cana-de-açúcar já superou as metas iniciais da companhia. Desde novembro de 2024, a Raízen já vendeu cinco ativos de cana, levantando R$ 3,4 bilhões, um valor acima da expectativa inicial de venda.

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RAIZ4. Fonte: Google Finance

Com as vendas, a Raízen opera agora com 25 usinas e uma capacidade de moagem de 75 milhões de toneladas. Embora a estratégia de reciclagem de portfólio seja vista como positiva e esteja avançando acima do esperado, a companhia anunciou, junto com os resultados fracos do primeiro trimestre, que pretende realizar um aumento de capital no curto prazo para acelerar seu processo de desalavancagem.

Na avaliação dos analistas, a empresa precisa reduzir cerca de R$ 15 bilhões em dívida por meio de uma combinação de vendas de ativos e do aumento de capital. Assim, a incerteza quanto ao tamanho da nova emissão de ações e ao risco de diluição para os atuais acionistas continua sendo um peso relevante para as ações da Raízen, o que justifica a manutenção de uma recomendação neutra para o papel, com preço-alvo de R$ 1,25.

Isenção de responsabilidade: este artigo representa apenas a opinião do autor e não pode ser usado como consultoria de investimento. O conteúdo do artigo é apenas para referência. Os leitores não devem tomar este artigo como base para investimento. Antes de tomar qualquer decisão de investimento, procure orientação profissional independente para garantir que você entenda os riscos.

 

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