Ouro recua de máximas históricas enquanto investidores adotam cautela diante da recuperação do dólar

Ouro atinge novo pico histórico nesta quarta-feira em meio a fundamentos favoráveis
A expectativa de cortes de juros pelo Fed, a incerteza sobre tarifas comerciais dos EUA e o tom de risco mais fraco sustentam o par XAU/USD.
No entanto, uma continuação da valorização do dólar limita os ganhos, em meio a um RSI sobrecomprado no gráfico diário.
Ouro (XAU/USD) mantém tendência de alta das últimas duas semanas e atinge novo pico histórico na região de US$ 3.546-3.547 durante a sessão asiática desta quarta-feira. A crescente expectativa de que o Federal Reserve dos EUA corte os juros ainda este mês continua impulsionando o metal amarelo (que não rende juros). Além disso, as persistentes incertezas comerciais mostram-se outro fator que beneficia o status de safe-haven (refúgio seguro) do metal precioso e contribui para a forte alta.
Em paralelo, a ansiedade sobre as finanças governamentais continua a pressionar a Libra Esterlina (GBP) e o Iene Japonês (JPY), o que, por sua vez, auxilia o Dólar Americano (USD) a operar com viés positivo pelo segundo dia consecutivo. Esse movimento acaba limitando ganhos adicionais para o ouro, diante de condições de overbought (sobrecompra) extremas em gráficos de curto prazo. Os investidores também parecem relutantes diante da expectativa do relatório de Nonfarm Payrolls (NFP) dos EUA desta sexta-feira, que poderá oferecer mais pistas sobre o cronograma de cortes de juros do Fed e influenciar o par XAU/USD.
Principais Movimentos do Mercado: Ouro faz pausa técnica enquanto dólar continua firme
De acordo com a Ferramenta FedWatch do CME Group, os traders precificam uma probabilidade superior a 90% de que o Federal Reserve (Fed) reduza os custos de empréstimo em 25 pontos-base (0,25%) ao final da reunião de política de dois dias em 17 de setembro. Além disso, os participantes do mercado esperam que o banco central realize pelo menos dois cortes de juros até o final deste ano – movimento que continua impulsionando o ouro (ativo que não rende juros).
Em paralelo, o presidente dos EUA, Donald Trump, tem exercido pressão pública sobre o chairman do Fed, Jerome Powell, para cortar juros. Além disso, a tentativa de Trump de remover a governadora do Fed, Lisa Cook, sob alegações de fraude hipotecária, levantou preocupações sobre a capacidade do banco central de funcionar sem interferência política. Isso, somado às incertezas comerciais, elevou o par XAU/USD a um novo pico histórico.
Trump afirmou na terça-feira que seu governo pedirá à Suprema Corte uma decisão acelerada sobre tarifas que um tribunal de apelações dos EUA considerou ilegal na semana passada. Isso adiciona outra camada de incerteza aos mercados, uma vez que a decisão da Suprema Corte pode alterar radicalmente o cenário macroeconômico – fator visto como mais um suporte para o metal precioso, considerado um safe-haven (ativo de refúgio).
Déficits fiscais crescentes, inflação persistente e a credibilidade erodida dos bancos centrais continuam a empurrar os rendimentos dos títulos globais para cima, alimentando ansiedades sobre as finanças governamentais. Isso levou à queda abrupta da Libra Esterlina (GBP) e do Iene Japonês (JPY) – o que, por sua vez, auxilia o Dólar Americano (USD) a preservar seus ganhos recentes e segura os compradores de ouro (ouro) de assumirem novas posições diante de condições de sobrecompra (overbought).
Os investidores aguardam ansiosamente a divulgação do relatório US JOLTS Job Openings para oportunidades de curto prazo, ainda hoje. A agenda econômica dos EUA desta semana também destaca o relatório da ADP sobre emprego no setor privado e o PMI de Serviços do ISM, na quinta-feira. O foco, no entanto, permanecerá voltado para o relatório de Folhas de Pagamento Não Agrícolas dos EUA, aguardado com atenção, na sexta-feira, que deve dar um novo impulso ao par XAU/USD.
Ouro pode passar por consolidação antes de próxima alta, com RSI diário em sobrecompra extrema
Do ponto de vista técnico, o momentum durante a noite, além da marca psicológica de US$ 3.500, validou o rompimento da semana passada, ultrapassando uma faixa de negociação de três meses, e corrobora a hipótese de ganhos adicionais. Dito isso, o Índice de Força Relativa (RSI) diário está sinalizando condições de sobrecompra, tornando prudente aguardar alguma consolidação ou uma modesta retração antes da próxima fase de alta.
Enquanto isso, qualquer queda corretiva pode agora encontrar um suporte decente perto da marca de US$ 3.500. Uma nova queda tem maior probabilidade de atrair novos compradores e permanecer limitada perto do forte ponto de rompimento da resistência horizontal de US$ 3.440. Este último deve atuar como uma base de curto prazo para o preço do ouro, que, se rompido, pode levar a algumas vendas técnicas e abrir caminho para uma queda em direção ao valor redondo de US$ 3.400.
Por outro lado, a máxima da sessão asiática, em torno da região de US$ 3.546-3.547, pode atuar como um obstáculo imediato. No entanto, o preço do ouro pode estender o movimento ascendente em território desconhecido e mirar na conquista da marca de US$ 3.600, que é a meta de rompimento da faixa de negociação.
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