A Nvidia acaba de desembolsar US$ 20 bilhões em cash para comprar a Groq, uma startup de chips que fabrica hardware para inteligência artificial.
Este é o maior negócio da Nvidia até hoje, superando em quase o triplo a aquisição da Mellanox em 2019, que valia cerca de US$ 7 bilhões. Este novo negócio será pago em cash, diretamente da crescente reserva de cash e investimentos de curto prazo da Nvidia, que totaliza US$ 60,6 bilhões. Essa reserva era de apenas US$ 13,3 bilhões no início de 2023. Agora, eles estão gastando tudo.
A Groq fabrica chips de alto desempenho para executar grandes modelos de linguagem mais rapidamente. Seu hardware ajuda esses modelos a concluir tarefas de inferência com agilidade. A empresa nem estava à venda quando a Nvidia entrou em contato, mas o negócio foi fechado rapidamente.
Alex Davis, CEO da Disruptive, principal investidora na rodada de financiamento mais recente da Groq, afirmou que tudo aconteceu muito rápido. A Disruptive já investiu mais de US$ 500 milhões na Groq desde sua fundação em 2016.
Há três meses, a Groq levantou US$ 750 milhões, atingindo uma avaliação de US$ 6,9 bilhões. Essa rodada contou com grandes nomes como Blackrock, Neuberger Berman, Samsung, Cisco, Altimeter e 1789 Capital, onde Donald Trump Jr. é sócio.
E agora a Nvidia está comprando a empresa inteira por quase três vezes esse valor.
A Groq deverá informar seus investidores ainda hoje. Mas Davis afirmou que nem tudo está incluído. A Nvidia está comprando todos os ativos da Groq, com exceção de um: a Groq Cloud, a nova divisão de nuvem da empresa. Essa parte permanecerá na Groq e não faz parte da aquisição. O restante, porém, será incorporado pela Nvidia.
A Groq pretende atingir um faturamento de US$ 500 milhões este ano, graças à enorme demanda global por chips que alimentam a IA, uma demanda real e crescente.
A tecnologia da Groq aparentemente tem ajudado empresas a acelerar a forma como os modelos de IA respondem a comandos e tomam decisões. Esse tipo de tecnologia está em alta no momento, e a Nvidia claramente queria entrar nesse mercado.
A Groq foi fundada por engenheiros que deixaram o Google, incluindo o CEO Jonathan Ross. Ele ajudou a construir a Unidade de Processamento Tensorial (TPU) do Google, chips personalizados usados por algumas empresas em vez dos chips da Nvidia.
Ross e Douglas Wightman, outro ex-engenheiro do Google, constavam no primeiro registro da Groq na SEC em 2016, quando a empresa captou US$ 10,3 milhões. Wightman trabalhava no laboratório experimental do Google, o Google X.
A Nvidia tem investido pesado em todo o ecossistema de IA ultimamente. Investiu na Cohere, uma empresa que desenvolve modelos de IA, e na Crusoe, que combina IA com infraestrutura de energia. A Nvidia também aumentou seus investimentos na CoreWeave, uma plataforma em nuvem focada em IA que está se preparando para um IPO.
Em setembro, a Nvidia também afirmou que pretendia investir até 100 bilhões de dólares na OpenAI.
Em contrapartida, a OpenAI teria que usar pelo menos 10 gigawatts do hardware da Nvidia. Esse acordo ainda não foi finalizado. No mesmo mês, a Nvidia anunciou que investiria US$ 5 bilhões na Intel em um acordo separado.
Outras startups de semicondutores também estão se movimentando. A Cerebras Systems, outra empresa na área de IA, planejava abrir seu capital este ano. Mas, em outubro, desistiu após levantar mais de US$ 1 bilhão em financiamento privado.
Enquanto isso, Elon Musk, dono da startup de IA xAI, publicou no X que "a xAI terá mais poder computacional de IA do que todas as outras empresas juntas em menos de 5 anos". A empresa de Elon está começando a competir diretamente com a Nvidia no mercado de chips de IA, embora ele continue se declarando um "amigo próximo" do CEO da Nvidia, Jensen Huang, até o momento da publicação desta notícia.
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