Copasa sobe 2,70% com plano de R$ 21 bilhões; Ibovespa atinge 160 mil pontos com PIB dos EUA de 4,3%
- Dólar rompe R$ 5,52 e metais disparam com tensão externa
- Ethereum trava nos US$ 3 mil mas fundamentos on-chain divergem do preço
- O ouro avança para perto das máximas de sete semanas em meio ao arrefecimento do mercado de trabalho dos EUA
- Os analistas de Wall Street mantiveram suas recomendações de compra para as ações da Nvidia, apesar das preocupações com a avaliação da empresa e da concorrência mais acirrada.
- As ações da Tesla fecharam em um novo recorde de US$ 489,88 após uma alta de 3,1% na terça-feira.
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As ações da Copasa (CSMG3) encerraram o pregão desta segunda-feira com alta de 2,70%, cotadas a R$ 44,03. O desempenho foi impulsionado pela divulgação dos números regulatórios finais da ARSAE-MG, que definem os parâmetros tarifários para o ciclo de 2026.

Fonte: Google Finance
O mercado reagiu favoravelmente à nova metodologia do WACC, que agora estabelece uma remuneração regulatória bruta de impostos. Segundo o Itaú BBA, essa mudança permite que a companhia capture integralmente os benefícios fiscais gerados pela distribuição de Juros sobre Capital Próprio (JCP).
Essa alteração estrutural no cálculo do custo de capital aumenta a eficiência da remuneração e protege o retorno do acionista ao longo do próximo ciclo. A medida era um dos principais pleitos dos investidores institucionais para garantir a previsibilidade do fluxo de caixa operacional.
Expansão do plano de investimentos entre 2026 e 2030
A companhia oficializou um novo plano plurianual de investimentos (Capex) que prevê o aporte de R$ 21 bilhões em um horizonte de cinco anos. O cronograma de desembolsos começa com R$ 3,1 bilhões em 2026, elevando-se para R$ 3,9 bilhões em 2027.
O pico dos investimentos está programado para 2028, com R$ 4,8 bilhões, seguido por R$ 4,7 bilhões em 2029 e R$ 4,5 bilhões em 2030. Esse volume de capital supera as projeções anteriores do mercado e foca no cumprimento das metas do novo marco legal do saneamento.
O aumento planejado nas despesas de capital visa a expansão da rede de abastecimento e o tratamento de esgoto em Minas Gerais. Investidores monitoram agora a capacidade de alavancagem da empresa para suportar esses aportes sem comprometer a política de dividendos.
Cronograma de privatização e precificação do ativo
O Bradesco BBI fixou o preço-alvo da CSMG3 em R$ 56,00 para o final de 2026, baseando a tese na venda do controle acionário da estatal. O plano do governo mineiro envolve a alienação de aproximadamente 45% das ações, mantendo apenas 5% de participação.
A revisão tarifária técnica e justa é considerada o marco crítico para elevar o valuation da companhia antes da oferta pública. Com as tarifas de 2026 já definidas, os potenciais compradores conseguem projetar o retorno sobre o investimento com maior precisão matemática.
A recomendação neutra de algumas casas de análise reflete o fato de o preço atual já incorporar parte das melhorias confirmadas pela ARSAE-MG. O potencial de valorização residual depende agora da execução rigorosa do cronograma de desestatização previsto para abril de 2026.
Acordo em Belo Horizonte e redução de riscos regulatórios
A assinatura do novo contrato de concessão em Belo Horizonte é esperada para as próximas semanas e deve ser o último gatilho de redução de risco local. Este acordo é essencial para consolidar a base de ativos regulatórios da companhia antes da privatização.
A modelagem do Bradesco BBI já contempla a curva de compartilhamento de eficiência de despesas operacionais proposta pela Copasa em agosto. Não são esperadas mudanças relevantes nas estimativas de lucro líquido após a confirmação desses parâmetros pela agência reguladora.
Ibovespa retoma 160 mil pontos com IPCA-15 abaixo do esperado e PIB robusto nos Estados Unidos
O Ibovespa operou em alta nesta terça-feira, revertendo integralmente as perdas da sessão anterior com o suporte de uma agenda econômica carregada. O principal índice da Bolsa brasileira avançava 1,32% no fim do dia, atingindo o patamar de 160.232 pontos em um dia de liquidez reduzida pelo feriado.

Fonte: Google Finance
A divulgação do IPCA-15 de dezembro trouxe alívio aos investidores ao registrar uma alta de 0,25%, vindo abaixo da mediana das projeções do mercado, que estimava 0,27%. Embora o índice tenha acelerado em relação aos 0,20% de novembro, o número foi lido como uma confirmação de que a inflação segue sob controle.
Crescimento econômico americano e o cenário de soft landing
O impulso externo veio diretamente dos Estados Unidos, onde o PIB do terceiro trimestre de 2025 surpreendeu positivamente ao registrar um crescimento de 4,3%. Este resultado superou as expectativas e marcou a retomada da atividade após o maior shutdown da história da economia norte-americana.
A robustez dos dados fortaleceu a tese de um "soft landing", reduzindo os temores de uma recessão profunda e influenciando as apostas para os juros do Federal Reserve. Com a inflação PCE também no radar, o mercado passou a precificar uma maior probabilidade de cortes de juros pelo banco central americano.
Para analistas da Fatorial Investimentos, esse cenário de atividade resiliente nos EUA favorece o fluxo de capital global em direção aos mercados emergentes. O Brasil, especificamente, beneficia-se por possuir um diferencial de juros reais elevado e um perfil de exportação fortemente atrelado ao ciclo de commodities.
Reestruturação da Azul e oferta de R$ 7,4 bilhões em ações
No âmbito corporativo, a Azul (AZUL4) anunciou o lançamento de uma oferta pública de ações no montante de R$ 7,4 bilhões. A operação é uma etapa crítica de seu processo de recuperação judicial, visando a capitalização compulsória de dívidas financeiras contraídas no exterior.
Uma alteração significativa ocorreu no pregão da B3 nesta terça-feira com a adoção do código de negociação AZUL54. Este ticker representa agora um lote padrão de 10 mil ações, uma manobra técnica necessária devido ao valor unitário extremamente baixo dos papéis.
O ativo estreou em leilão com preço de tela de R$ 8.100 por lote, o que equivale a apenas R$ 0,81 por ação individual.
Após o início das negociações, o papel registrou uma queda acentuada de 53,99%, recuando para o patamar de R$ 3.727 por lote. Essa desvalorização coloca o valor real de cada unidade da ação na casa dos R$ 0,40.
Cenário político e redução da volatilidade institucional
No campo político, a redução de ruídos contribuiu para a estabilidade do índice ao longo do pregão. O cancelamento de entrevistas do ex-presidente Jair Bolsonaro e o esclarecimento de notas do Supremo Tribunal Federal sobre encontros institucionais ajudaram a acalmar os ânimos nas mesas de operação.
Especialistas apontam que o cenário para 2026 começa a apresentar uma bifurcação clara no campo conservador, o que exige cautela nas projeções de risco. Enquanto uma ala mantém fidelidade à base bolsonarista, setores da centro-direita buscam nomes moderados para a disputa presidencial.
Adicionalmente, notas oficiais sobre a aplicação da Lei Magnitsky em contextos específicos foram divulgadas para evitar interpretações equivocadas sobre a relação entre o Judiciário e o Banco Central.
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