A crescente demanda por eletricidade para manter os centros de dados em funcionamento aumentou a probabilidade de apagões na maior parte dos EUA durante condições climáticas extremas de inverno.
Essa situação foi constatada depois que a North American Electric Reliability Corporation (NERC), agência que monitora a estabilidade da rede elétrica, divulgou relatórios datados de terça-feira, 18 de novembro, destacando o aumento do consumo de energia, que cresceu significativamente em 20 gigawatts em comparação com o inverno passado.
Para melhor compreensão e esclarecimento das circunstâncias, esses relatórios explicaram que um gigawatt possui uma capacidade semelhante à de uma usina nuclear típica. No entanto, ao comparar a oferta, descobriu-se que o aumento não foi tão rápido quanto o da demanda.
Essa descoberta gerou preocupações em relação a tempestades de inverno severas, principalmente na América do Norte. Segundo analistas, se essa condição retornar ao continente e trouxer um vórtice polar, como já ocorreu diversas vezes nos últimos anos, poderá resultar em escassez de energia em toda a América. Ou seja, do Noroeste até o Texas e as Carolinas. Geralmente, essas áreas possuem recursos suficientes em circunstâncias normais.
Em uma mensagem enviada por e-mail, Mark Olson, gerente de avaliações de confiabilidade da NERC, reconheceu que os centros de dados contribuem significativamente para o aumento da demanda por fornecimento de eletricidade em áreas onde o consumo aumentou consideravelmente desde o último inverno.
Por outro lado, algumas fontes destacaram que a rede elétrica americana está exposta a uma ameaça crescente de apagões há anos devido à sua infraestrutura obsoleta, que sofre com o desgaste causado por tempestades severas e incêndios florestais.
Atualmente, os relatórios indicam que a aceleração do desenvolvimento de centros de dados impulsionada pela inteligência artificial está exercendo mais pressão sobre o fornecimento de eletricidade após duas décadas de estagnação.
Vale ressaltar que, durante o inverno, essa estação pode ser extremamente perigosa, pois há menos horas de luz solar disponíveis para a geração de energia solar, o que afeta o desempenho da bateria.
Além disso, o fornecimento de gás pode cair drasticamente devido a problemas nos gasodutos ou condições de congelamento. As regiões que a NERC dent como estando mais vulneráveis à escassez de energia mudaram desde o inverno passado. Para este inverno, as áreas que se prevê serem afetadas incluem o sudeste dos Estados Unidos e partes do oeste dos Estados Unidos, como Washington e Oregon.
O Texas continua sendo uma área de interesse após as falhas ocorridas em fevereiro de 2021, que deixaram milhões de pessoas sem energia elétrica por vários dias, resultando em mais de 200 mortes. Outra região de foco é a Nova Inglaterra, que, segundo relatos, enfrenta riscos crescentes devido a possíveis restrições em gasodutos.
Um relatório divulgado recentemente sugeriu que o conceito de desligamento de centros de dados durante os horários de pico de demanda, sem a necessidade de construir novas usinas de energia, poderia custar bilhões aos consumidores de serviços públicos.
Isso ocorreu após uma análise divulgada na quinta-feira, 13 de novembro, pela Monitoring Analytics LLC, que monitora de formadento mercado da PJM Interconnection LLC, estimar que a intenção de construir novos e grandes centros de dados, que devem reduzir seu consumo de energia durante emergências na rede, sem gerar energia adicional, poderia adicionar um custo anual de capacidade de até US$ 5,48 bilhões e ainda mais em custos reais de energia.
No relatório, a Monitoring Analytics afirmou que "a alegação de que grandes cargas de novos data centers podem funcionar como recursos do lado da demanda e não precisam de nova capacidade é irrealista".
Eles também observaram que, considerando que os centros de dados normalmente exigem 99,99% de confiabilidade no fornecimento de energia elétrica, a opção de interromper o fornecimento para esses clientes não é uma solução viável.
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