Ibovespa cai 0,47% e interrompe sequência de 15 altas; dólar volta a subir para R$ 5,33 com cautela externa
- Bitcoin (BTC) cai 3,4% com otimismo sobre fim do "shutdown" nos EUA; mercado rotaciona para ações e ouro
- O ouro se consolida perto da máxima de três semanas, com o apetite por risco compensando apostas em um Fed dovish
- Ouro retoma os US$ 4.200 à medida que o dólar enfraquece diante de preocupações econômicas e sentimento de aversão ao risco impulsiona demanda
- Bitcoin (BTC) se recupera de fundo duplo em US$ 100 mil, mas dados on-chain mostram sinais mistos
- Ouro atinge máxima de três semanas à medida que apostas em Fed dovish compensam otimismo com reabertura do governo dos EUA
- O ouro sobe para o maior valor em mais de duas semanas, com as preocupações econômicas reafirmando as apostas na redução das taxas pelo Fed

Caiu. O Ibovespa interrompeu sua sequência histórica de 15 pregões consecutivos de alta e fechou esta segunda-feira (17) em território negativo. O índice teve uma queda de 0,47%, aos 156.992,93 pontos, uma perda de 745 pontos em relação ao recorde da última sexta-feira.

Fonte: Google Finance
O movimento de realização de lucros foi pressionado pela forte cautela dos mercados em Wall Street, onde os investidores aguardam dados cruciais. O dólar comercial voltou a subir diante do real, com alta de 0,66%, a R$ 5,331.
Alívio em tarifas de Trump não anima mercados
O pregão desta segunda-feira começou logo após uma notícia relevante divulgada na sexta-feira. O presidente dos EUA, Donald Trump, assinou um decreto para isentar uma ampla gama de importações de alimentos, incluindo carne bovina, café e bananas, das tarifas impostas no início deste ano.
A medida beneficia diretamente 80 itens que o Brasil vende aos EUA, mas a sobretaxa de 40% continua afetando a maior parte dos produtos brasileiros. Apesar de indicar disposição para negociar, a notícia não foi suficiente para injetar ânimo nos mercados hoje.
Wall Street em modo de espera por Nvidia e "payroll"
O principal motivo para a queda foi a aversão ao risco vinda de Nova York. As bolsas em Wall Street operaram com pessimismo e cautela, com dois grandes motivos tirando o dinheiro do jogo.
O primeiro é a expectativa pelo balanço trimestral da Nvidia, que sai após o fechamento de quarta-feira (19). "Será importante para a Nvidia confirmar que a demanda ainda existe, que não estão vendo uma desaceleração", disse Ross Mayfield, estrategista da Baird, à CNBC.
O segundo motivo é a volta dos indicadores econômicos, com destaque para o "payroll" de quinta-feira (20), o relatório mais importante sobre o mercado de trabalho nos EUA. A cautela antes desses dois eventos levou as bolsas europeias a também terminarem o dia em queda.
IBC-Br abaixo do esperado sinaliza economia mais fraca
No Brasil, os dados divulgados hoje também não ajudaram a sustentar o otimismo. O Boletim Focus, pela manhã, colocou as projeções do IPCA de 2025, pela primeira vez, abaixo do teto da meta.
No entanto, o IBC-Br, considerado a prévia do PIB nacional, veio pior do que o esperado em setembro. O indicador mostrou o peso da Selic alta e o esgotamento dos estímulos à demanda.
Segundo Rafael Perez, economista da Suno Research, "à medida que setores que anteriormente demonstravam maior resiliência, como serviços, também passam a perder tração, a tendência é que a atividade econômica exiba sinais mais claros de arrefecimento".
Vale cai e Petrobras sobe com nova descoberta
No campo das ações, o dia foi misto para os pesos-pesados. A Vale (VALE3) chegou a operar no positivo, embalada pela alta do minério de ferro, mas acabou virando no fim do dia e fechando com leve queda de 0,08%.
A Petrobras (PETR4) fechou com alta de 0,55%, embora longe das máximas do dia, mesmo com o petróleo em queda. O que animou os investidores foi o anúncio de uma nova descoberta de petróleo de excelente qualidade na Bacia de Campos.
Bancos pesam no índice; frigoríficos sobem
Foram os bancos que, de fato, ajudaram a puxar o Ibovespa para baixo. O setor, que tem grande peso no índice, fechou majoritariamente no vermelho: Bradesco (BBDC4) caiu 0,77%, Itaú Unibanco (ITUB4) desceu 0,74% e Santander (SANB11) cedeu 0,86%. Apenas o Banco do Brasil (BBAS3) terminou em alta de 0,27%.
Os frigoríficos seguiram em bom momento. Minerva (BEEF3) ganhou 1,99% e MBRF (MBRF3) subiu 4,92%. Analistas do JPMorgan afirmaram que a MBRF segue superando expectativas e recomendaram a compra das ações.
A Rumo (RAIL3) foi o destaque negativo do dia, com queda de 9,08%, com os preços do frete no radar. A semana, que é mais curta no Brasil devido ao feriado da Consciência Negra na quinta-feira, deve seguir em tom de cautela.
Dólar sobe para R$ 5,33 com cautela externa e IBC-Br fraco
Enquanto o Ibovespa realizava lucros após sua longa sequência de altas, o mercado de câmbio refletiu a cautela externa, e o dólar fechou em alta nesta segunda-feira, voltando a ficar acima dos R$ 5,30.

Fonte: Google Finance
O dólar à vista encerrou a sessão em alta de 0,61%, aos R$ 5,331 na venda. O movimento acompanhou o avanço da moeda norte-americana ante outras divisas no exterior, com investidores aguardando a retomada da divulgação de dados nos EUA após o fim da paralisação do governo.
Para Matthew Ryan, head de estratégia de mercado da Ebury, ainda há incerteza sobre quais relatórios econômicos atrasados serão divulgados e quando. Segundo ele, a decisão de juros do Federal Reserve em dezembro dependerá inteiramente desses dados, o que deixa os mercados cambiais relutantes em assumir uma direção.
No cenário doméstico, o presidente do BC, Gabriel Galípolo, reforçou em evento que, embora a economia esteja desacelerando, a política monetária tem tido efeito "mas de maneira gradual", reiterando a necessidade de cautela.
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