Ações da Oi (OIBR3) disparam com suspensão de falência; Dasa (DASA3) também sobe 19% com balanço
- Bitcoin (BTC) cai 3,4% com otimismo sobre fim do "shutdown" nos EUA; mercado rotaciona para ações e ouro
- O ouro se consolida perto da máxima de três semanas, com o apetite por risco compensando apostas em um Fed dovish
- Ouro retoma os US$ 4.200 à medida que o dólar enfraquece diante de preocupações econômicas e sentimento de aversão ao risco impulsiona demanda
- Bitcoin (BTC) se recupera de fundo duplo em US$ 100 mil, mas dados on-chain mostram sinais mistos
- Ouro atinge máxima de três semanas à medida que apostas em Fed dovish compensam otimismo com reabertura do governo dos EUA
- O ouro sobe para o maior valor em mais de duas semanas, com as preocupações econômicas reafirmando as apostas na redução das taxas pelo Fed

As ações da Oi (OIBR3; OIBR4) voltaram a ser negociadas na tarde desta sexta-feira (14) e fecharam em forte alta, após a Justiça do Rio de Janeiro suspender o decreto de falência da companhia, que havia sido proferido na última segunda-feira (10).
Os papéis, que não eram negociados desde segunda-feira às 14h58, tiveram um retorno volátil, mas terminaram o dia com ganhos expressivos.

Fonte: Google Finance
Os ativos OIBR3 fecharam com alta de 11,11%, a R$ 0,20, enquanto os papéis OIBR4 saltaram 24,28%, a R$ 3,02. O otimismo do mercado reflete a nova perspectiva de recuperação da empresa, que agora retomará seu processo de recuperação judicial, afastando o cenário de liquidação total que levaria os investimentos dos acionistas a zero.
A reviravolta na Justiça: suspensão da falência
A Oi anunciou ao mercado que a Justiça do Estado do Rio de Janeiro, em uma decisão monocrática (de apenas um magistrado), suspendeu a sentença anterior que havia convertido a recuperação judicial do grupo de telecomunicações em falência.
A decisão da desembargadora da 1ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça fluminense atendeu a recursos movidos pelos bancos Itaú Unibanco e Bradesco, que são credores da companhia e foram contra a decisão da 7ª Vara Empresarial.
A desembargadora, em análise preliminar, deferiu o pedido de efeito suspensivo para "obstar os efeitos da sentença judicial".
Ela determinou que o Juízo da Recuperação Judicial prossiga com as formalidades legais para a tramitação da recuperação judicial, "mediante o cumprimento do plano de recuperação judicial aprovado pelos credores e homologado judicialmente".
A decisão que suspendeu a falência considerou que a liquidação da empresa causaria prejuízos graves não apenas aos credores, mas também ao interesse público, dada a relevância dos serviços prestados pela companhia de telecomunicações em todo o país.
A reação do mercado: otimismo e alta volatilidade
A B3 reabriu as negociações com os papéis da Oi às 13h20 desta sexta-feira. A reabertura foi marcada por uma volatilidade extrema, com os papéis indo a leilão diversas vezes.
As ações OIBR3 chegaram a desabar 27,78% na abertura, para R$ 0,13, enquanto as OIBR4 chegaram a saltar 79,01%, para R$ 4,45, em outro momento. Após a volatilidade inicial, os papéis se firmaram em território positivo até o fechamento.
A reação positiva do mercado se justifica pela mudança drástica de cenário. "Após a divulgação da decretação de falência da Oi, os papéis chegaram a ser negociados por poucos centavos, em um cenário já fragilizado. O mercado financeiro demonstra grande sensibilidade a informações como essa", aponta Elias Menegale, gerente jurídico do Escritório Paschoini Advogados.
"A notícia da reversão da decisão, inevitavelmente, gera otimismo nos investidores. Quando ocorre a liquidação de uma empresa em processo de falência, os investidores sofrem perdas em seus investimentos.”
“A reversão da decisão, portanto, impulsiona o otimismo do mercado, aumentando a perspectiva de valorização dos papéis e, potencialmente, de recuperação da empresa", reforça o especialista.
A dura decisão de falência que foi revertida
A decisão de falência, proferida na segunda-feira pela juíza Simone Gastesi Chevrand, havia sido dura. Na sentença, a juíza afirmou que "de concreto, não há mais atividade empresarial que justifique manter o Grupo Oi às expensas de credores impagos".
A magistrada avaliou que, ao longo do tempo, os resultados positivos da Oi não vieram de sua atividade principal, mas sim de "alienações de ativos e contração de empréstimos".
A juíza citou que a Oi "sempre se manteve com o produto de alienações de ativos e oneração. Não houve um momento sequer em que a atividade empresarial se mostrasse bastante para mantê-la". Com a suspensão dessa sentença, a Oi ganha um novo fôlego para tentar provar que seu plano de recuperação é viável.
Ações da Dasa (DASA3) disparam 19% com resultados fortes no 3T25
Enquanto as ações da Oi dispararam com a reversão de sua falência, o pregão desta sexta-feira (14) também foi marcado por outra forte alta: a da Dasa (DASA3), que subiu mais de 19% após divulgar resultados que animaram o mercado.

Fonte: Google Finance
O movimento foi uma reação a resultados robustos no terceiro trimestre de 2025, indicando que o processo de "turnaround" (virada da empresa) começa a ganhar tração, especialmente em margens e geração de caixa.
Análise dos bancos: otimismo com o turnaround, mas cautela com a execução
O Bank of America (BofA) avaliou os resultados como fortes, reforçando a confiança no plano de retomada da Dasa. O banco destacou a redução no prazo de recebíveis e a perspectiva de que a margem Ebitda avance para 22% em 2026.
Apesar de ver o vencimento de R$ 2,5 bilhões em dívidas em 2026 como um desafio, o BofA notou que o risco está sendo endereçado com uma nova emissão de debêntures e manteve sua recomendação de "compra".
Outros bancos, embora positivos com os números, mantiveram uma postura mais cautelosa. O Goldman Sachs elogiou a combinação de redução da dívida líquida (R$ 685 milhões no trimestre) e a melhora na rentabilidade da divisão de diagnósticos, mas manteve a recomendação "neutra".
O BTG Pactual também destacou a melhora nas margens e o forte fluxo de caixa livre (R$ 368 milhões), mas permaneceu "neutro", citando o "alto risco de execução" do turnaround. O Bradesco BBI viu uma "melhora operacional relevante", mas também manteve a recomendação "neutra" devido ao valuation limitado.
Leia mais
Isenção de responsabilidade: este artigo representa apenas a opinião do autor e não pode ser usado como consultoria de investimento. O conteúdo do artigo é apenas para referência. Os leitores não devem tomar este artigo como base para investimento. Antes de tomar qualquer decisão de investimento, procure orientação profissional independente para garantir que você entenda os riscos.
Os Contratos por Diferença (CFDs) são produtos alavancados que podem resultar na perda de todo o seu capital. Esses produtos não são adequados para todos os clientes; por favor, invista com rigor. Consulte este arquivo para obter mais informações.


