Dólar se fortalece com ameaças de novas tarifas dos EUA

O índice do dólar (DXY) subiu 0,07% nesta segunda-feira (14/08), atingindo o maior patamar em duas semanas e meia.
A valorização da moeda americana foi impulsionada principalmente pela queda nas bolsas, que elevou a demanda por liquidez, beneficiando o dólar como ativo de proteção.
Outro fator que favoreceu a moeda dos Estados Unidos foram as declarações do ex-presidente Donald Trump. No fim de semana, ele anunciou que pretende impor tarifas de 30% sobre produtos importados da União Europeia e do México a partir de 1º de agosto.
A medida, caso implementada, pode pressionar a inflação americana, o que reduziria a probabilidade de cortes nos juros pelo Federal Reserve — algo que sustenta o valor do dólar no curto prazo.
Além disso, comentários considerados "hawkish" por parte da presidente do Fed de Cleveland, Beth Hammack, reforçaram o movimento de alta da moeda.
Ela afirmou que ainda não vê espaço para cortes nas taxas de juros, pois deseja observar uma queda mais significativa da inflação antes de apoiar qualquer flexibilização monetária.
Segundo ela, o componente inflacionário da meta dual do Fed ainda não foi atingido, e é prudente aguardar os efeitos das políticas recentes antes de tomar qualquer decisão.
A autoridade monetária disse que é preciso observar como as novas diretrizes econômicas vão influenciar a inflação antes de considerar qualquer flexibilização.
Diante desse cenário, as chances de um corte de 25 pontos-base na reunião do FOMC dos dias 29 e 30 de julho caíram para apenas 4.7%, de acordo com dados de mercado.
Fonte: CME Group / FedWatch Tool
Euro recua com ameaça de tarifas, mas é sustentado por alta nos juros alemães
O par EUR/USD atingiu hoje o menor nível em duas semanas e meia, operando em leve baixa. A queda do euro foi provocada pela ameaça de tarifas de 30% sobre importações da União Europeia anunciada por Trump, o que pode enfraquecer a economia do bloco e pressionar a moeda.
Apesar disso, as perdas foram limitadas graças à alta nos rendimentos dos títulos públicos da Alemanha.
O juro do bund alemão (título do governo alemão) de 10 anos subiu para o maior patamar em três meses e meio, o que ajuda a melhorar o diferencial de juros em relação ao dólar e dá algum suporte ao euro.
Nos mercados futuros, os swaps precificam apenas 2% de chance de um corte de 25 pontos-base na reunião de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), marcada para 24 de julho.
Fonte: Investing
Iene se recupera com avanço nos juros do Japão e expectativa de inflação mais alta
O dólar operou em leve queda frente ao iene nesta segunda-feira, com o par USD/JPY recuando 0,04%.
A moeda japonesa se recuperou após atingir mínima de três semanas, impulsionada pela alta dos rendimentos dos títulos públicos do Japão.
O juro da dívida japonesa de 10 anos subiu para 1,587%, o maior nível em três meses e meio, o que reforçou o diferencial de juros a favor da moeda local.
Além disso, um relatório da Bloomberg indicou que o Banco do Japão (BoJ) pode elevar suas projeções de inflação na próxima reunião, marcada para os dias 30 e 31 de julho.
Isso é visto como um sinal de endurecimento da política monetária japonesa, o que também contribuiu para a valorização do iene.
Dados mistos no Japão aumentam incerteza sobre economia local
Os indicadores econômicos do Japão divulgados nesta segunda vieram mistos. Por um lado, o índice terciário de maio — que mede a atividade no setor de serviços — subiu 0,6% na comparação mensal, superando as expectativas de alta de apenas 0,1%.
Por outro lado, os pedidos centrais de máquinas caíram 0,6% no mesmo mês, um recuo menor do que a projeção de -1,5%, mas ainda assim sinalizando fraqueza na demanda por investimentos.
Já a produção industrial de maio foi revisada para baixo, passando de uma alta de 0,5% para uma queda de 0,1%, o que indica desaceleração no setor manufatureiro.
Enquanto isso, o ambiente político japonês também influencia o mercado cambial.
As promessas de distribuição de dinheiro feitas pelo Partido Liberal Democrata — que atualmente está no poder — e as propostas da oposição de reduzir impostos, às vésperas das eleições da câmara alta no dia 20 de julho, geram preocupações com o equilíbrio fiscal do país.
Esse cenário é visto como negativo para o iene no médio prazo.
Metais preciosos recuam com fortalecimento do dólar e alta nos juros globais
O contrato de ouro para agosto (GCQ25) recuou 0,06% nesta segunda-feira, enquanto a prata para setembro (SIU25) caiu 0,05%. Os metais preciosos perderam força ao longo do dia, revertendo os ganhos iniciais.
O ouro recuou a partir da máxima de três semanas, e a prata devolveu parte da alta recente, com o contrato de julho de 2025 atingindo o menor nível desde 2011 nos gráficos de vencimento mais próximo.
O principal fator de pressão foi a valorização do dólar, que atingiu hoje o maior nível em duas semanas e meia, o que torna os metais mais caros para compradores internacionais.
Além disso, o avanço nos rendimentos dos títulos públicos ao redor do mundo também pesa negativamente sobre o ouro e a prata, já que esses ativos não oferecem rendimento.
Outro fator que contribuiu para a queda dos metais foi o sinal de possível endurecimento da política monetária no Japão.
A expectativa de que o BoJ possa elevar sua projeção de inflação, conforme reportagem da Bloomberg, reforça o cenário de alta nos juros globais, o que tende a desestimular a demanda por ouro e prata.
Fonte: MarketWatch
Demanda por proteção impulsionou metais no início do dia
Apesar da queda no fim do pregão, o ouro e a prata chegaram a subir durante a manhã, impulsionados pelo aumento da busca por ativos de proteção.
As ameaças de Donald Trump sobre tarifas de 30% contra a União Europeia e o México elevaram as incertezas geopolíticas e estimularam o interesse por metais preciosos como porto seguro.
A fraqueza das bolsas também contribuiu para esse movimento, ao lado da elevação nas expectativas de inflação nos EUA.
O breakeven de 10 anos, que mede a diferença entre os juros nominais e os juros reais, subiu para 2,398%, maior nível em três meses e meio.
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