Ethereum (ETH) cai 20% em novembro e testa US$ 3.000; indicador aponta 'zona de compra' histórica
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O Ether (ETH), token nativo da rede Ethereum, registrou uma queda de quase 20% ao longo do mês de novembro. O ativo saiu da casa dos US$ 3.900 para retestar o nível psicológico de US$ 3.000 no dia 17 de novembro.

Fonte: CoinMarketCap
Esse preço não era visto desde 15 de julho. A retração empurrou o ETH para uma tendência de baixa diária bem definida, marcada por topos e fundos descendentes.
Essa configuração coloca o mercado em uma zona tecnicamente frágil no curto prazo. No entanto, apesar da debilidade gráfica imediata, sinais de acumulação de longo prazo começam a emergir nos dados on-chain.
Indicador Mayer Multiple sinaliza oportunidade de compra
Um dos sinais mais relevantes vem do Mayer Multiple (MM), uma métrica da Capriole Investments. Esse indicador mede a razão entre o preço atual do ETH e sua média móvel de 200 dias.
Uma leitura abaixo de 1 indica que o Ether está sendo negociado com desconto em relação à sua tendência de longo prazo. Historicamente, esse nível tem se alinhado com as principais zonas de acumulação do ativo.

O Múltiplo de Mayer do Ether caiu abaixo de 1. Fonte: Capriole Investments.
O Mayer Multiple do ETH caiu para abaixo de 1 pela primeira vez desde meados de junho. Isso coloca o ativo de volta na chamada "zona de compra", uma região que, no passado, precedeu fortes recuperações de vários meses.
Ao longo da história do Ethereum, leituras abaixo de 1 tipicamente indicaram fundos de longo prazo. A principal exceção foi janeiro de 2022, quando a métrica permaneceu suprimida devido ao início de um mercado de baixa mais amplo.
No momento atual, os níveis do MM se assemelham mais a condições de "reset" de início de ciclo do que ao colapso estrutural visto em 2022.
Isso posiciona o mercado atual mais próximo de oportunidades históricas de compra do que de zonas de distribuição ou venda, que geralmente são encontradas quando o MM está acima de 2,4.
Liquidez "resetada", mas clusters mais baixos preocupam
Apesar da configuração favorável para acumulação no cenário macro, a ação de preço de curto prazo permanece vulnerável. Dados da Hyblock Capital mostram que o mercado ainda possui riscos de baixa.

Cluster de liquidez de posições long (compradas) do ETH abaixo de $3.000. Fonte: Hyblock Capital/X.
Mesmo após varrer a zona chave de US$ 3.000, o ETH ainda se encontra acima de vários clusters densos de liquidação de posições compradas ("longs").
A Hyblock observou que o mercado já "limpou" alguns clusters grandes. No entanto, os próximos dois clusters relevantes abaixo do preço atual estão situados entre US$ 2.904 e US$ 2.916, e mais abaixo, entre US$ 2.760 e US$ 2.772.
A existência desses bolsões de liquidez implica que o mercado pode exigir uma "limpeza" mais profunda. O preço pode precisar cair para atingir esses níveis e liquidar a alavancagem restante antes de formar uma base durável de preços.
Estrutura de liquidez e a janela de correção
Somando-se a essa análise, a plataforma Altcoin Vector destacou que a estrutura geral de liquidez do Ether foi "totalmente resetada". Essa é uma condição historicamente presente antes de cada grande fundo de mercado.
Índice de Liquidez do Ether. Fonte: Altcoin Vector/X.
Segundo a plataforma, colapsos de liquidez tendem a preceder fases de formação de fundo que duram várias semanas, em vez de resultarem em colapsos estruturais imediatos.
A análise sugere que a janela de correção permanece aberta enquanto a liquidez se reconstrói. Se houver uma reposição de liquidez nas próximas semanas, o ETH poderá entrar em sua próxima fase de expansão.
Por outro lado, quanto mais tempo a liquidez demorar para retornar ao mercado, mais prolongado se tornará o período de "grind" (movimento lateral ou de queda lenta). Isso deixaria o ETH estruturalmente mais exposto a novos movimentos de baixa.
BitMine acumula US$ 170 milhões em ETH e aposta em valorização de 100x
Apesar da vulnerabilidade técnica de curto prazo, grandes investidores como a BitMine continuam comprando Ethereum agressivamente. A BitMine, maior tesouraria de ETH do mundo, adquiriu mais 54.156 ETH (cerca de US$ 170 milhões) na última semana. Com essa compra, a empresa agora detém 3.559.879 ETH, totalizando mais de US$ 11,1 bilhões.

Maiores Detentoras de Ethereum. Fonte: CoinGecko
No ranking geral de tesourarias cripto, a BitMine fica atrás apenas da Strategy, de Michael Saylor, que possui um estoque de Bitcoin avaliado em US$ 61 bilhões.
A estratégia de acumulação continua independentemente da movimentação de preço. O Ethereum caiu mais de 14% na última semana e está 39% abaixo de sua máxima histórica de agosto.
Previsão de 'superciclo' e topo em até 36 meses
Apesar das perdas recentes, o presidente da BitMine, Tom Lee, mantém a previsão de um "superciclo" para o Ethereum. Ele acredita que os preços ainda não atingiram o pico neste ciclo.
Em uma postagem, Lee sugeriu que o Ethereum poderia registrar uma valorização de 100 vezes no longo prazo. Essa alta seria semelhante ao salto do Bitcoin desde 2017.
Segundo sua análise, o topo do ciclo cripto deve ocorrer "provavelmente" daqui a 12 a 36 meses. Ele atribui a fraqueza atual a um efeito de "aperto quantitativo" (QT) no mercado cripto.
Lee explica que o mercado ainda se recupera da liquidação recorde de outubro. Ele especula que um grande formador de mercado (market maker) pode ter sofrido perdas severas, reduzindo a liquidez disponível.
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