Bitcoin (BTC) despenca para mínima de 15 semanas com crise em bancos regionais dos EUA; mercado teme queda para US$ 100 mil

O Bitcoin (BTC) caiu para sua mínima de 15 semanas nesta sexta-feira (17), despencando para abaixo de US$ 106.000 pela primeira vez desde junho, em um movimento de forte aversão ao risco.
A queda foi desencadeada por uma nova onda de estresse no sistema bancário regional dos Estados Unidos, que ecoou a crise vista em março de 2023 e adicionou uma forte pressão vendedora sobre o preço do BTC.
O ouro, que vinha se destacando como o principal porto seguro, também começou a mostrar sinais de fraqueza após atingir novas máximas históricas, deixando os investidores em um estado de grande incerteza.
Os mercados de criptomoedas reagiram mal às preocupações com os bancos regionais americanos, que começaram a cair de forma semelhante ao que ocorreu no ano passado.
Naquela ocasião, o Bitcoin e as altcoins também sofreram um "flash crash" antes de uma forte recuperação, com o BTC chegando a ser negociado abaixo de US$ 20.000. A repetição desse padrão acendeu um alerta no mercado, com traders agora focados no suporte crucial de US$ 100.000 e no risco de uma correção ainda mais profunda.
O catalisador da queda: o retorno da crise bancária de 2023
A forte pressão vendedora que atingiu o Bitcoin nesta sexta-feira tem uma origem clara: o retorno dos temores sobre a saúde do sistema bancário regional dos Estados Unidos. As ações de vários bancos regionais começaram a cair de forma acentuada, em um padrão que lembrou aos investidores a crise de março de 2023.
"Em março de 2023, as ações dos bancos regionais entraram em colapso, a crise foi 'contida', mas nada realmente mudou", escreveu a trading resource The Kobeissi Letter em uma postagem no X, capturando o sentimento de "déjà vu" do mercado.
Na época da crise de 2023, o Bitcoin também sofreu uma queda inicial acentuada, um "flash crash", antes de se recuperar fortemente, com os investidores buscando no ativo uma alternativa ao sistema financeiro tradicional.
Desta vez, no entanto, a reação inicial foi puramente de aversão ao risco, com os investidores se desfazendo de ativos voláteis em um movimento de "fuga para a qualidade", ou seja, para a segurança de ativos como o dólar e os títulos do tesouro, embora o ouro também tenha começado a ceder.
Análise técnica: suportes rompidos e os próximos alvos de preço
Com a forte queda, o Bitcoin perdeu importantes níveis de suporte técnico. O suporte de US$ 108.000, que vinha sendo defendido pelos compradores, foi perdido, e o preço do ativo chegou a tocar sua média móvel de 200 dias pela primeira vez em mais de seis meses, um sinal de fraqueza de longo prazo.
A análise técnica agora se volta para os próximos níveis de suporte que podem conter a sangria. "O BTC perdeu o nível de suporte de US$ 108.000. Agora, há pouco ou nenhum suporte até US$ 101.000-US$ 102.000", concordou o investidor e empresário de criptoativos Ted Pillows.
"Se o Bitcoin conseguir recuperar o nível de US$ 110.000 a partir daqui, poderemos ver uma recuperação. Caso contrário, espere mais dor antes de um alívio", acrescentou.
Fonte: SuperBro
Outros traders alertaram para a possibilidade de um novo teste e até mesmo de uma falha do suporte-chave de US$ 100.000. Alguns veem o movimento atual como uma tentativa do mercado de "preencher" um "pavio" de uma vela diária da semana passada, que levou o preço a US$ 102.000 na Binance em meio a preocupações com a guerra comercial entre EUA e China.
"O BTC está trabalhando no pavio da Binance. Se não terminar aqui, pode preencher todo o pavio perto da média móvel de 50 semanas", escreveu o trader SuperBro no X, sugerindo que uma queda para a região de US$ 98.000 é uma possibilidade.
O debate dos portos seguros: Peter Schiff vê ouro a US$ 1 milhão antes do Bitcoin
A crise bancária também começou a afetar o ouro, que vinha sendo o grande vencedor no mercado atual e que havia atingido novas máximas históricas no fechamento do dia anterior. A queda do ouro, mesmo que modesta, frustrou parte dos investidores que buscam proteção e gerou um intenso debate sobre qual ativo é o verdadeiro porto seguro.
Os defensores do ouro celebraram sua divergência em relação ao Bitcoin. Peter Schiff, um conhecido cético do Bitcoin e economista-chefe da Europac, previu que o metal precioso atingiria a marca de US$ 1 milhão por onça antes do Bitcoin.
"Não é apenas uma negociação de desdolarização, mas uma negociação de desbitcoinização. O Bitcoin falhou no teste como uma alternativa viável ao dólar americano ou como ouro digital", argumentou ele em recentes trocas de mensagens no X.
Outros, no entanto, sugeriram que uma "rotação" de capital do ouro para o Bitcoin é agora o cenário mais provável.
"De qualquer forma, faz sentido ver os lucros saírem do ouro em breve, pela maneira como o mercado se comporta", disse o trader de criptoativos Jelle no X, compartilhando um gráfico que mostrava as fases em que o Bitcoin lidera e "alcança" o ouro ao longo dos anos
A visão é de que, após o forte rali do metal precioso, os investidores podem realizar seus lucros e buscar ativos com maior potencial de valorização, como o Bitcoin, que agora está em um patamar de preço mais descontado.
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