Bitcoin (BTC) cai para US$ 111 mil com pressão vendedora; mercado teme novo teste do suporte em US$ 102 mil

A pressão de venda sobre o Bitcoin (BTC) aumentou na abertura de Wall Street nesta quarta-feira (15), com o preço da principal criptomoeda recuando para a faixa de US$ 111.000.
O movimento de queda, que representa uma baixa de quase 2% no dia, consumiu a liquidez de compra que havia se formado em níveis mais baixos, com os compradores ainda se mostrando incapazes de impulsionar o preço para cima da zona de resistência, pouco abaixo de US$ 114.000.
Fonte: CoinMarketCap
A análise técnica do mercado aponta para a possibilidade de uma nova queda em direção às mínimas da semana passada, na região de US$ 102.000, um nível que é visto como crucial para a manutenção da estrutura de alta de longo prazo. A fraqueza do Bitcoin ocorre em um momento em que o ouro, seu análogo no mercado tradicional, atinge novas máximas históricas, com o criptoativo falhando em capitalizar o cenário macroeconômico que deveria ser favorável aos ativos de risco.
Análise técnica aponta para falha na reversão e risco de queda
A ação de preço do Bitcoin nos últimos dias levou a uma deterioração do sentimento de curto prazo. A recuperação vista no início da semana agora começa a parecer uma "configuração de reversão falha", segundo a análise do trader Roman.
A visão é de que a incapacidade dos compradores de sustentar o preço em patamares mais elevados aumenta o risco de o mercado buscar preencher o "pavio" de baixa da semana passada, o que poderia levar o preço de volta para a região de US$ 102.000.
Fonte: Ted Pillows
Uma queda para US$ 102.000 representaria um recuo de 19% em relação às últimas máximas históricas do Bitcoin, um tipo de correção que tem sido comum durante o atual ciclo de alta, que começou no início de 2023.
O nível de US$ 102.000 é visto como um suporte fundamental para a estrutura de alta de longo prazo. "Enquanto o nível de US$ 102.000 se mantiver, o Bitcoin estará em um ciclo de alta", afirmou o analista Ted Pillows. "Se o BTC fechar uma vela mensal abaixo do nível de suporte de US$ 102.000, eu ficaria preocupado", acrescentou.
Ouro atinge máxima histórica e deixa o Bitcoin para trás
A fraqueza do Bitcoin é particularmente notável quando comparada ao desempenho de outros ativos. O mercado não conseguiu capitalizar os ventos favoráveis macroeconômicos que estão se formando para os ativos de risco.
Em um discurso na terça-feira, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, reforçou as esperanças de um novo corte na taxa de juros na próxima reunião de outubro, um movimento que deveria ser positivo para o Bitcoin.
No entanto, o principal beneficiário desse cenário foi o ouro, que atingiu uma nova máxima histórica, superando os US$ 4.200 por onça. A alta do metal precioso, enquanto o Bitcoin recua, frustra parte dos investidores que apostam na tese do "ouro digital".
"Apesar da volatilidade do fim de semana, a correlação entre o Bitcoin e o ouro subiu para mais de 0,85, destacando os fluxos sincronizados entre os ativos de reserva de valor tradicionais e digitais", escreveu a trading company QCP Capital em sua última atualização de mercado.
Fonte: Investing.com
A empresa questiona se o Bitcoin conseguirá manter sua utilidade de "ouro digital" no futuro, mas pondera que a tese de alta para o ativo ainda é válida. "Enquanto o ouro continua a registrar novas máximas, o Bitcoin tocou brevemente um novo recorde pouco antes do fim de semana.
Com as tesourarias institucionais acumulando posições e os fluxos de ETFs permanecendo robustos (US$ 102,7 milhões para ETFs de BTC e US$ 236,2 milhões para ETFs de ETH ontem), a configuração para um novo rali pode já estar se formando", afirmou a QCP.
Conflito entre mercado à vista e derivativos aponta para volatilidade
O cenário de conflito também é visível na diferença entre o mercado à vista e o de derivativos. Enquanto a média móvel de 30 dias do fluxo líquido das corretoras mostra uma saída histórica de 5.620 BTC, sinalizando a confiança dos detentores de longo prazo e a diminuição da oferta para venda, uma tendência oposta se desenrola na arena dos derivativos.
Fluxo interno da exchange de Bitcoin. Fonte: CryptoQuant
Entre quinta-feira e quarta-feira, cerca de 364.000 BTC foram mobilizados dentro das carteiras internas das corretoras de derivativos, principalmente na Bitfinex, Bybit e Binance. Esses movimentos internos refletem traders "armando" suas contas de margem com capital existente para se prepararem para posições alavancadas significativas.
Esse choque entre uma base de oferta no mercado à vista cada vez mais apertada e um aumento da atividade de preparação para alavancagem nos derivativos prepara o cenário para uma volatilidade elevada. Embora a tendência macro permaneça de alta, a configuração de curto prazo sugere um ponto de inflexão iminente para o BTC.
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