Bitcoin (BTC) despenca para US$ 113 mil com ameaça de tarifas de Trump; liquidações em cripto ultrapassam US$ 1,28 bilhão

Pedro Augusto Prazeres
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Fonte: DepositPhotos

O mercado de criptomoedas foi duramente atingido por uma onda de aversão ao risco nesta sexta-feira (10), que varreu os mercados globais após o ex-presidente Donald Trump ameaçar impor novas e "massivas" tarifas sobre produtos chineses.

O Bitcoin (BTC) despencou, caindo 7,17% no dia, para US$ 113.809, e apagou todo o rali que havia acumulado em outubro. O movimento de pânico desencadeou uma cascata de liquidações que eliminou mais de US$ 1,28 bilhão em posições alavancadas no mercado de cripto.

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Fonte: CoinMarketCap

A queda não se limitou ao Bitcoin. O Ethereum (ETH) recuou para US$ 3.845, e outras altcoins sofreram perdas ainda mais acentuadas, com Solana (SOL) caindo 15,90% e o XRP despencando 21,50%. O "banho de sangue", como foi descrito por operadores, também atingiu as ações de empresas de tecnologia e os principais índices de Wall Street, que fecharam em forte queda, com o índice de volatilidade VIX, conhecido como o "medidor de medo", disparando para seu nível mais alto em meses.

O gatilho: a ameaça de tarifas de Trump e a reação em cadeia

O estopim para o pânico nos mercados foi uma postagem do ex-presidente Donald Trump em sua rede social, a Truth Social.

Ele afirmou que não via mais "nenhuma razão" para se encontrar com o presidente Xi Jinping na próxima cúpula da APEC e que seu governo estava calculando "um aumento massivo das tarifas sobre os produtos chineses que entram nos Estados Unidos".

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Fonte: Donald Trump

A declaração foi uma resposta direta à decisão da China de impor um controle mais rígido sobre as exportações de metais de terras raras, exigindo licenças para qualquer remessa. Trump classificou a medida como uma "tomada de reféns global".

A reação dos mercados foi imediata e severa, com os investidores fugindo de ativos de risco em antecipação a uma nova escalada na guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo.

Efeito dominó: liquidações em massa e a queda do Bitcoin

O mercado de criptomoedas, que opera 24 horas por dia, foi um dos primeiros a sentir o impacto. Assim que a notícia da ameaça de Trump se espalhou, o Bitcoin, que era negociado acima de US$ 122.000 pela manhã, despencou.

O movimento acentuado de queda acionou uma cascata de liquidações forçadas de posições compradas e alavancadas. Segundo dados da CoinGlass, o total de liquidações ultrapassou US$ 1,28 bilhão nas últimas 24 horas.

Esse tipo de evento, conhecido como "long squeeze", ocorre quando a queda no preço força os investidores que apostavam na alta com o uso de alavancagem a venderem seus ativos para cobrir as perdas, o que, por sua vez, empurra os preços ainda mais para baixo, criando um efeito dominó.

A queda desta sexta-feira efetivamente apagou todo o rali que o Bitcoin havia construído ao longo do mês de outubro, quando o ativo chegou a subir 10,5% e a atingir uma nova máxima histórica de US$ 126.000. Agora, os traders estão de volta a observar os níveis de preço do início do mês.

Ações de criptoativos e o setor de tecnologia em queda

A onda de vendas também atingiu as ações de empresas de capital aberto com exposição ao mercado de criptomoedas e ao setor de tecnologia, que são particularmente sensíveis a tensões geopolíticas com a China.

A MicroStrategy (MSTR), maior detentora corporativa de Bitcoin, viu suas ações caírem até 10% durante a sessão, atingindo a mínima de cinco meses. O papel, que é frequentemente visto como uma aposta alavancada no preço do Bitcoin, perdeu todos os ganhos que havia acumulado em 2025.

Outras empresas do setor de tecnologia com forte exposição à China também foram duramente penalizadas. As ações da Nvidia caíram quase 5%, as da AMD despencaram 8% e as da Tesla cederam 5%. O movimento mostra que os investidores estão reduzindo sua exposição a qualquer ativo que possa ser afetado negativamente por uma nova guerra comercial.

Mercados tradicionais também sentem o impacto

Os mercados de ações tradicionais seguiram a mesma tendência de queda. O índice Dow Jones encerrou o dia com uma baixa de quase 900 pontos, ou 1,9%.

O S&P 500 caiu 2,71%, sua pior queda desde abril, e o Nasdaq foi o mais atingido, com uma desvalorização de 3,56%. O índice de volatilidade VIX disparou acima de 22, sinalizando um forte aumento no medo e na busca por proteção por parte dos investidores.

Os preços do petróleo também recuaram, com os traders temendo uma desaceleração da demanda global.

Em meio à forte queda do setor de tecnologia, a Oracle recebeu um surpreendente voto de confiança do Citi. O analista Tyler Radke elevou seu preço-alvo para a ação de US$ 395 para US$ 415, prevendo um potencial de alta de quase 40%, e manteve sua recomendação de compra.

Radke reconheceu a recente queda, mas escreveu que a demanda por infraestrutura de IA permanece forte dentro do negócio de nuvem da Oracle.

"Após um primeiro trimestre histórico, as ações da ORCL recuaram mais de 10% das máximas recentes por preocupações com a qualidade da carteira de pedidos, preocupações com a lucratividade após uma série de reportagens e preocupações mais amplas com a bolha/circularidade da IA", disse ele.

Por fim, chamou a queda de uma oportunidade de compra e espera "potencial substancial para revisões para cima" nas perspectivas da Oracle.

Isenção de responsabilidade: este artigo representa apenas a opinião do autor e não pode ser usado como consultoria de investimento. O conteúdo do artigo é apenas para referência. Os leitores não devem tomar este artigo como base para investimento. Antes de tomar qualquer decisão de investimento, procure orientação profissional independente para garantir que você entenda os riscos.

 

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