Ouro atinge recorde acima de US$ 4.300 com aversão ao risco; dólar cai com expectativa de corte de juros nos EUA

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O ouro fechou em forte alta e atingiu o patamar inédito de US$ 4.300 por onça-troy pela primeira vez na história nesta quinta-feira (16), marcando sua quinta sessão consecutiva de ganhos.

O metal precioso foi impulsionado por comentários de dirigentes do Federal Reserve (Fed) que apoiam novos cortes de juros nos Estados Unidos e, principalmente, por uma deterioração no sentimento de risco nos mercados em Nova York ao longo da tarde.

A prata também acompanhou o movimento e renovou sua máxima histórica de fechamento.

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Na Comex, a divisão de metais da bolsa de Nova York, o contrato de ouro para dezembro encerrou em alta de 2,45%, a US$ 4.304,60 por onça-troy, após atingir a máxima de US$ 4.314,70 durante a sessão.

A prata para dezembro subiu 3,73%, para US$ 53,29 por onça-troy, depois de alcançar US$ 53,61. Ambos os metais renovaram seus recordes de fechamento, consolidando-se como os principais portos seguros para os investidores em meio a um cenário de crescentes incertezas.

Aversão ao risco em Wall Street impulsiona a busca por segurança

A forte valorização do ouro foi impulsionada, mais uma vez, pela crescente aversão a risco dos investidores globais. O "VIX", índice que mede a volatilidade do mercado e é conhecido como o "termômetro do medo", atingiu seu maior nível desde maio, sinalizando um aumento na busca por proteção.

A deterioração no sentimento foi agravada por temores sobre a saúde do setor de crédito nos Estados Unidos, após o banco regional Zions Bancorp informar uma baixa contábil de US$ 509 milhões para cobrir dois empréstimos problemáticos, e o Western Alliance anunciar que abriu um processo contra um de seus tomadores de empréstimos por fraude.

Essas notícias do setor bancário regional reacenderam as preocupações com a estabilidade do sistema financeiro americano, levando os investidores a se afastarem de ativos de maior risco, como as ações.

O cenário de incerteza é amplificado pelas tensões comerciais entre os EUA e a China, que continuam sem uma solução clara, e pela paralisação ("shutdown") da máquina pública norte-americana.

Esta já chegou ao seu 16º dia consecutivo e caminha para ser uma das mais longas da história, injetando mais cautela nos mercados e impulsionando a busca por ativos de segurança.

Falas de dirigentes do Fed cimentam apostas em corte de juros

A tese de investimento no ouro também foi fortemente sustentada por novas declarações de dirigentes do Federal Reserve, que continuaram a pavimentar o caminho para um corte de juros na maior economia do mundo.

Nesta quinta-feira, o diretor do Fed, Christopher Waller, disse que está de acordo com outro corte na taxa de juros na reunião de política monetária deste mês, devido às leituras mistas sobre a situação do mercado de trabalho.

"Com base em todos os dados que temos sobre o mercado de trabalho, acredito que [o comitê de política monetária do Fed] deve reduzir a taxa de juros em mais 25 pontos-base em nossa reunião que termina em 29 de outubro", disse Waller, no texto de um discurso a ser proferido em Nova York.

Ele também destacou que a paralisação do governo impede a divulgação de dados econômicos importantes, e que os dados do setor privado estão enviando sinais mistos sobre a situação das contratações, o que justifica uma postura mais cautelosa e preventiva por parte do banco central.

Outro diretor do Fed, Stephen Miran, afirmou não estar preocupado com o risco de que a flexibilização da política monetária possa inflacionar ainda mais os preços de ativos que já estão em níveis historicamente altos. "Meu foco é a inflação e o emprego máximo", disse ele, sinalizando que a prioridade do banco central no momento é sustentar a economia, mesmo que isso gere alguma euforia nos mercados de ativos.

Mercado precifica corte de juros em outubro e debate a magnitude

As falas dos dirigentes do Fed reforçaram as apostas do mercado em um corte de juros iminente. Na tarde de hoje, os operadores viam uma chance de 96,8% de o Fed cortar os juros em 0,25 ponto percentual na próxima decisão do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc), em 29 de outubro.

Curiosamente, a probabilidade de um corte mais agressivo, de 0,50 ponto percentual, que era nula na véspera, subiu para 3,2% hoje, segundo a ferramenta FedWatch, do CME Group.

Embora ainda seja uma chance pequena, o aumento mostra que o mercado está cada vez mais convencido de que o Fed adotará uma postura mais "dovish" (branda), o que é extremamente positivo para o ouro.

Juros mais baixos diminuem o "custo de oportunidade" de se manter um ativo que não paga rendimentos, como o metal precioso, tornando-o mais atrativo em comparação com os títulos do Tesouro.

Prata também atinge recorde, mas com maior risco especulativo

Assim como o ouro, a prata atingiu um novo preço recorde e continua a se valorizar. No entanto, a análise de mercado aponta para uma dinâmica diferente para os dois metais.

A prata tem um papel duplo, sendo tanto um metal de investimento quanto um metal com forte demanda industrial.

No momento, no entanto, o metal "parece preso em uma onda especulativa que pode se mostrar mais volátil e menos durável" do que a alta do ouro, segundo a Sucden Financial.

A menor liquidez e o caráter mais especulativo do mercado de prata a tornam mais suscetível a correções bruscas, caso o sentimento de risco dos investidores mude rapidamente.

Dólar tem dia de queda com cenário externo e dados fracos de atividade no Brasil

A moeda norte-americana oscilou em baixa em relação ao real durante todo o dia, guiada pelo cenário externo, onde o dólar caía ante divisas fortes como o euro e a libra, além de ceder ante moedas de países emergentes, como o rand sul-africano e o peso mexicano.

Por trás do movimento estavam o desconforto persistente com o embate comercial entre EUA e China e a perspectiva de que o Fed seguirá cortando os juros em suas próximas reuniões.

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No Brasil, o dólar atingiu a menor cotação do pregão, de R$ 5,4215, pela manhã, para depois moderar as perdas ao longo da tarde. O destaque na agenda doméstica foi a divulgação do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), que subiu 0,4% em agosto.

A alta, que veio após três meses seguidos de queda, ficou abaixo da projeção de 0,6% do mercado. O resultado mais fraco do que o esperado, na visão de alguns analistas, sugere a continuidade da desaceleração da economia, um cenário que está de acordo com as projeções do próprio BC.

Apesar dos dados de atividade mais fracos, o discurso de autoridades do Banco Central sobre a taxa Selic, hoje em 15% ao ano, seguiu cauteloso. Em evento nesta quinta-feira, o diretor de Política Monetária da autarquia afirmou que a instituição compreende que a política monetária atual está mais restritiva do que em ciclos anteriores e que o desejo é que ela permaneça assim.

No mercado de câmbio, a avaliação é de que a perspectiva de mais cortes de juros nos EUA, com a manutenção da Selic em 15%, segue favorecendo o fluxo de dólares para o Brasil.

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