TRBL11 projeta dividendos de até R$ 1,08; HGLG11 tem queda no lucro, mas mantém dividendo de R$ 1,10

Pedro Augusto Prazeres
Atualizado em
coverImg
Fonte: DepositPhotos

O fundo de investimento imobiliário Tellus Rio Bravo (TRBL11) divulgou seu relatório gerencial referente ao mês de agosto, informando um resultado total de R$ 2,335 milhões, o que equivale a R$ 0,30 por cota.

O desempenho ficou abaixo do registrado no mês anterior, quando o fundo havia contabilizado um valor extraordinário de R$ 21,566 milhões, proveniente de um ganho de capital. O principal foco do fundo no momento é a locação de seu maior ativo, o galpão de Contagem (MG), um movimento que, se bem-sucedido, pode elevar os dividendos do fundo em mais de 25%.

1758073608888

Fonte: StatusInvest

A gestão do fundo traçou cenários detalhados para os próximos meses, que levam em conta tanto o fluxo de receitas recorrentes e não recorrentes quanto o impacto da futura ocupação do imóvel de Contagem. O relatório também trouxe uma atualização sobre a disputa jurídica com os Correios, antigo inquilino do galpão.

Análise do resultado e da composição da receita

O resultado recorrente do TRBL11, que já considera as despesas com a vacância do imóvel de Contagem, os custos operacionais e os encargos de juros de um CRI, se mantém em um patamar de aproximadamente R$ 0,27 por cota ao mês.

No entanto, o resultado final do fundo tem sido complementado por uma fonte de receita não recorrente.

As parcelas excepcionais provenientes da venda de um ativo no Rio de Janeiro continuam a compor o resultado do fundo, representando um adicional de aproximadamente R$ 0,41 por cota ao mês.

Essa combinação de receitas recorrentes e não recorrentes tem permitido ao fundo manter uma distribuição de dividendos mais robusta. Para o restante do semestre, a distribuição estimada pelo fundo gira em torno de R$ 0,60 por cota, sem contabilizar possíveis novas receitas que possam vir da locação do imóvel de Contagem.

Projeções para 2025 e o impacto da locação de Contagem

As projeções do fundo para 2025 levam em conta um impacto pontual de uma despesa prevista para outubro, referente à correção da última parcela da compra do ativo GRU LOG, que deve gerar um efeito médio mensal estimado em R$ 0,05 por cota. O principal fator que deve influenciar o desempenho do fundo nos próximos trimestres, no entanto, é a locação do imóvel de Contagem.

17580736414124

Fonte: Rio Bravo

A gestão traçou dois cenários para os resultados futuros. Em um cenário conservador, sem nenhuma nova ocupação no ativo, o resultado projetado é de cerca de R$ 0,86 por cota ao mês. Já em um cenário otimista, caso a área do galpão seja integralmente alugada, o potencial de resultado estimado sobe para um patamar próximo de R$ 1,08 por cota ao mês. Esse valor já considera as condições comerciais alvo para a locação e a redução dos custos com a vacância do imóvel.

A estratégia comercial para ocupar o galpão

Para concretizar o cenário otimista, a estratégia comercial do fundo para o imóvel de Contagem já está em andamento.

A consultoria imobiliária CBRE foi contratada para conduzir o processo de locação. As ações incluem a elaboração de material de marketing, a divulgação de um "teaser" para o mercado e o contato direto com potenciais inquilinos interessados no ativo.

O empreendimento é classificado como de padrão "Triple A", com especificações técnicas de destaque no mercado, o que, segundo a gestão, deve facilitar o processo de locação.

A previsão é de que a ocupação total do imóvel seja concluída em um prazo de até doze meses. O ritmo da absorção da área dependerá do tipo de contrato a ser fechado, das negociações e dos eventuais descontos comerciais que possam ser concedidos aos novos locatários.

Atualização sobre a disputa com os Correios

O relatório do fundo também trouxe uma atualização sobre a situação do imóvel de Contagem, cuja entrega de chaves pelos Correios já foi concluída.

A gestão informou que a locação do ativo pode ser estruturada para até quatro ocupantes diferentes, o que confere maior flexibilidade comercial. A liquidez do ativo é considerada relevante, sustentada pelo seu alto padrão construtivo e por sua localização estratégica em uma região de alta demanda e baixa vacância.

No campo jurídico, o fundo mantém em andamento um processo para a cobrança de cerca de R$ 328 milhões dos Correios, valor que é relativo à multa por rescisão antecipada e a aluguéis não pagos.

A gestão ressaltou que esse montante não integra as projeções atuais de resultado do fundo, mas que, caso o recebimento se concretize, o valor entrará como uma receita extraordinária, com potencial para gerar uma distribuição de dividendos muito expressiva para os cotistas.

Diferenciais do fundo e a qualidade do portfólio

A gestão do TRBL11 também destacou alguns aspectos que considera diferenciais do fundo. A estrutura financeira segue com uma alavancagem abaixo de 20% do patrimônio e com um cronograma de amortização ajustado para reduzir o endividamento nos próximos 12 meses.

Além disso, a substituição do lastro de um CRI foi aprovada sem alteração na taxa ou no prazo.

Segundo a gestão, o portfólio remanescente mantém uma boa qualidade contratual e estabilidade operacional. O ativo One Park segue ocupado integralmente há bastante tempo, enquanto no GRU LOG, a demanda aquecida na região de Guarulhos favorece futuras negociações de reajuste de aluguel.

O contrato com a Ambev permanece vigente até 2027, e os recebíveis da venda do ativo de Duque de Caxias devem reforçar o caixa em 2026.

HGLG11 tem queda no lucro, mas mantém dividendo de R$ 1,10

Enquanto o TRBL11, um fundo com foco em desenvolvimento, lida com a locação de seu principal ativo, o fundo imobiliário HGLG11 encerrou o mês de agosto com uma receita de R$ 40,212 milhões, que gerou em um resultado distribuível de R$ 32,154 milhões.

O número ficou abaixo do registrado pelo fundo no mês anterior, quando o resultado havia alcançado R$ 42,068 milhões. O resultado por cota foi de R$ 0,95. Apesar da queda, a distribuição de dividendos do HGLG11 se manteve em R$ 1,10 por cota, com o pagamento realizado em 12 de setembro. Após o pagamento, o fundo ainda preserva uma reserva acumulada de R$ 0,50 por cota.

17580736919856

Fonte: StatusInvest

O mês foi marcado por uma gestão ativa do portfólio de locatários, que manteve a vacância física do fundo em 3,0%. Entre as movimentações, a Shopee expandiu sua área em 9.500 m² no ativo de Betim, enquanto a Infracommerce desocupou 8.000 m² no ativo DCR.

A gestão também firmou a renovação de contratos importantes com a Brascabos, a Algar Tech e a Quick. Para os próximos meses, estão previstas algumas saídas em ativos como o Syslog Galeão e o HGLG São José dos Campos, mas que já estão sendo parcialmente ou totalmente compensadas pela entrada de novos ocupantes ou pela expansão de inquilinos já presentes.

A gestão também avançou em frentes estratégicas, com o aditamento de um contrato para a compra de dois módulos em expansão e a aquisição de 50% de participação em dois galpões logísticos já em operação no Espírito Santo.

Além disso, o fundo submeteu ao CADE um pedido de análise para assumir o controle unitário de SPEs responsáveis por quatro outros empreendimentos logísticos, uma operação que segue em fase de diligência.

Isenção de responsabilidade: este artigo representa apenas a opinião do autor e não pode ser usado como consultoria de investimento. O conteúdo do artigo é apenas para referência. Os leitores não devem tomar este artigo como base para investimento. Antes de tomar qualquer decisão de investimento, procure orientação profissional independente para garantir que você entenda os riscos.

 

Os Contratos por Diferença (CFDs) são produtos alavancados que podem resultar na perda de todo o seu capital. Esses produtos não são adequados para todos os clientes; por favor, invista com rigor. Consulte este arquivo para obter mais informações.


goTop
quote
Você achou este artigo útil?
Artigos Relacionados
placeholder
Ibovespa renova máxima histórica com otimismo sobre juros; dólar abre em queda antes de 'Super Quarta'O Ibovespa registrou mais um recorde nesta terça-feira (16/09), em uma sessão que, apesar da baixa liquidez, levou o principal índice da bolsa brasileira a superar novas marcas. A alta foi de 0,36%, aos 144.061,74 pontos, o maior patamar de fechamento da história, batendo o recorde que havia sido alcançado na véspera. Durante o dia, o índice também renovou sua máxima histórica intradiária, atingindo 144.584,10 pontos.
Autor  Pedro Augusto Prazeres
2 horas atrás
O Ibovespa registrou mais um recorde nesta terça-feira (16/09), em uma sessão que, apesar da baixa liquidez, levou o principal índice da bolsa brasileira a superar novas marcas. A alta foi de 0,36%, aos 144.061,74 pontos, o maior patamar de fechamento da história, batendo o recorde que havia sido alcançado na véspera. Durante o dia, o índice também renovou sua máxima histórica intradiária, atingindo 144.584,10 pontos.
placeholder
BTLG11 aumenta dividendo para R$ 0,79; RCRB11 tem maior lucro em 10 meses com gestão de vacânciaO fundo de investimento imobiliário BTG Pactual Logística (BTLG11) anunciou um aumento em seus dividendos mensais, que passarão a ser de R$ 0,79 por cota. O novo valor, que é isento de Imposto de Renda para pessoas físicas, representa o maior patamar de distribuição do fundo nos últimos oito meses e será pago aos cotistas no dia 25 de setembro.
Autor  Pedro Augusto Prazeres
Ontem 02: 03
O fundo de investimento imobiliário BTG Pactual Logística (BTLG11) anunciou um aumento em seus dividendos mensais, que passarão a ser de R$ 0,79 por cota. O novo valor, que é isento de Imposto de Renda para pessoas físicas, representa o maior patamar de distribuição do fundo nos últimos oito meses e será pago aos cotistas no dia 25 de setembro.
placeholder
Ações do Magazine Luiza (MGLU3) disparam com dados de inflação; Ibovespa renova máxima histórica com otimismo sobre jurosAs ações do Magazine Luiza (MGLU3) registraram uma das maiores altas do mercado nesta segunda-feira (15), com os papéis avançando 7,41% e sendo cotados a R$ 10,58, minutos antes do fechamento do pregão. O forte movimento de alta foi uma reação direta à queda nas taxas de juros futuros, que trouxe um renovado otimismo para as empresas do setor de varejo.
Autor  Pedro Augusto Prazeres
Ontem 01: 57
As ações do Magazine Luiza (MGLU3) registraram uma das maiores altas do mercado nesta segunda-feira (15), com os papéis avançando 7,41% e sendo cotados a R$ 10,58, minutos antes do fechamento do pregão. O forte movimento de alta foi uma reação direta à queda nas taxas de juros futuros, que trouxe um renovado otimismo para as empresas do setor de varejo.
placeholder
KNCA11 lucra R$ 20,6 milhões e anuncia novo CRA; TRXF11 compra ativo do Mercado Livre por R$ 207 milhõesO Fiagro Kinea Crédito Agro (KNCA11) divulgou seu relatório gerencial referente ao mês de agosto de 2025, informando um resultado líquido de R$ 20,6 milhões. O valor representa uma queda em relação ao montante de R$ 31,7 milhões que havia sido apurado em julho. Apesar da redução no lucro, o fundo manteve sua política de distribuição de dividendos, anunciando o pagamento de R$ 1,00 por cota aos seus investidores.
Autor  Pedro Augusto Prazeres
9 Mês 15 Dia Seg
O Fiagro Kinea Crédito Agro (KNCA11) divulgou seu relatório gerencial referente ao mês de agosto de 2025, informando um resultado líquido de R$ 20,6 milhões. O valor representa uma queda em relação ao montante de R$ 31,7 milhões que havia sido apurado em julho. Apesar da redução no lucro, o fundo manteve sua política de distribuição de dividendos, anunciando o pagamento de R$ 1,00 por cota aos seus investidores.
placeholder
Neoenergia (NEOE3) sobe com Iberdrola ampliando fatia; Ibovespa renova máxima histórica com dados dos EUAAs ações da Neoenergia (NEOE3) reagiram positivamente ao anúncio de que sua acionista controladora, a gigante espanhola Iberdrola, chegou a um acordo para comprar a participação de 30,29% que pertencia ao fundo de pensão Previ. A transação, avaliada em R$ 11,95 bilhões, consolida ainda mais o controle da Iberdrola sobre sua subsidiária brasileira. No fechamento do pregão desta quinta-feira (11), os papéis da companhia chegaram a subir 3,76%, a R$ 29,25, e fecharam o dia com uma alta de 2,38%, cotados a R$ 28,86.
Autor  Pedro Augusto Prazeres
9 Mês 12 Dia Sex
As ações da Neoenergia (NEOE3) reagiram positivamente ao anúncio de que sua acionista controladora, a gigante espanhola Iberdrola, chegou a um acordo para comprar a participação de 30,29% que pertencia ao fundo de pensão Previ. A transação, avaliada em R$ 11,95 bilhões, consolida ainda mais o controle da Iberdrola sobre sua subsidiária brasileira. No fechamento do pregão desta quinta-feira (11), os papéis da companhia chegaram a subir 3,76%, a R$ 29,25, e fecharam o dia com uma alta de 2,38%, cotados a R$ 28,86.