Ações do Magazine Luiza (MGLU3) disparam com dados de inflação; Ibovespa renova máxima histórica com otimismo sobre juros

Pedro Augusto Prazeres
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Fonte: DepositPhotos

As ações do Magazine Luiza (MGLU3) registraram uma das maiores altas do mercado nesta segunda-feira (15), com os papéis avançando 7,41% e sendo cotados a R$ 10,58, minutos antes do fechamento do pregão. O forte movimento de alta foi uma reação direta à queda nas taxas de juros futuros, que trouxe um renovado otimismo para as empresas do setor de varejo.

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 Fonte:  Google Finance

O alívio na curva de juros foi impulsionado por uma combinação de fatores, incluindo a divulgação de um indicador de atividade econômica mais fraco do que o esperado e uma nova redução nas projeções de inflação para 2025.

Com isso, os investidores aumentaram as apostas de que o Banco Central poderá iniciar um ciclo de cortes na taxa Selic antes do previsto, um cenário altamente favorável para as varejistas, que são muito sensíveis às condições de crédito e ao poder de compra do consumidor.

Juros futuros recuam e impulsionam o setor de consumo

O principal motor para o otimismo com as ações de varejo no dia foi o comportamento da curva de juros futuros. As taxas dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI), que refletem as expectativas do mercado para a taxa Selic no futuro, recuaram em diversos vencimentos. 

No início da tarde, o contrato com vencimento em janeiro de 2026 caía de 14,90% para 14,89%, enquanto o para janeiro de 2027 recuava de 14,02% para 13,97%. Nos prazos mais longos, a queda foi ainda mais acentuada, com o contrato para janeiro de 2029 passando de 13,20% para 13,12% e o para janeiro de 2031, de 13,44% para 13,35%.

A queda nos juros futuros é um sinal de que o mercado está precificando uma política monetária menos restritiva no futuro, o que beneficia diretamente as empresas de consumo. Essa percepção foi reforçada por dados divulgados nesta segunda-feira.

O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) de julho, considerado uma "prévia" do PIB, veio com uma queda mais forte do que o esperado, contribuindo para o movimento de baixa dos juros.

Além disso, os investidores continuam a monitorar a expectativa de cortes de juros tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, com as decisões do Banco Central e do Federal Reserve previstas para esta semana.

Boletim Focus e a melhora nas projeções de inflação

O cenário de otimismo foi complementado pela divulgação do Boletim Focus nesta segunda-feira.

A pesquisa semanal do Banco Central com os principais economistas do mercado mostrou uma nova redução nas estimativas de inflação para 2025. A projeção para o IPCA deste ano passou de 4,85% para 4,83%, enquanto a de 2026 foi mantida em 4,30%.

Embora os números ainda estejam acima da meta oficial de 3%, a trajetória de revisões para baixo nas projeções de inflação gera expectativas de que a taxa Selic possa cair mais cedo ou em maior intensidade do que se previa anteriormente.

Uma Selic mais baixa tem um impacto duplo sobre as varejistas: de um lado, reduz os custos de crédito e financiamento para as famílias, estimulando o consumo; de outro, diminui as despesas financeiras das próprias companhias, que muitas vezes dependem de capital de terceiros para financiar suas operações e estoques.

O impacto no setor de varejo e o foco em Magazine Luiza

O setor de varejo é um dos mais sensíveis às variações na taxa de juros, e o Magazine Luiza é um dos principais exemplos dessa dinâmica. A empresa, cujo modelo de negócio é fortemente dependente do consumo de bens duráveis, como eletrônicos e eletrodomésticos, se beneficia diretamente de um ambiente de crédito mais acessível para os seus clientes.

A possibilidade de os consumidores financiarem suas compras com juros mais baixos é um fator crucial para impulsionar o volume de vendas da companhia.

Além do impacto no lado do consumidor, a queda dos juros também alivia as despesas financeiras da própria empresa. Com um custo de dívida menor, a tendência é de uma melhora nas margens e na lucratividade.

É a combinação desses dois efeitos — estímulo à demanda e redução de despesas — que explica a forte reação positiva das ações do Magazine Luiza à perspectiva de um ciclo de cortes na Selic, mesmo que ele ainda não tenha começado.

O cenário favorável reforçou a demanda não apenas pelas ações do Magazine Luiza, mas também por outros papéis do setor. Por volta das 16h50, as ações da C&A (CEAB3) subiam 1,08%, e as da Lojas Renner (LREN3) avançavam 2,33%. No mercado, as projeções já apontam para uma taxa básica de juros terminando 2026 em 12,5% e alcançando 10,5% em 2027.

Esse movimento é considerado essencial para a recuperação do varejo, pois melhora as condições de crédito e amplia o poder de compra da população. Enquanto as varejistas se destacavam, o mercado como um todo teve um dia de recuperação, impulsionado por notícias de deflação também nos Estados Unidos, que reforçaram a aposta em um corte de juros pelo Federal Reserve.

Ibovespa sobe com deflação nos EUA e avanço dos bancos

Após duas quedas seguidas, o Ibovespa voltou a subir nesta quarta-feira, com uma alta de 0,52%, aos 142.348,70 pontos, o segundo maior patamar de fechamento da história.

O otimismo foi impulsionado pela divulgação do índice de preços ao produtor (PPI) nos EUA, que registrou uma deflação inesperada. O dado reforçou a aposta do mercado em um corte de juros pelo Federal Reserve na próxima semana, o que animou os investidores e fez o dólar cair 0,53%, para R$ 5,407.

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Fonte: Google Finance

Apesar dos dados positivos, os mercados em Wall Street fecharam mistos e sem força, com os investidores preferindo aguardar a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI) nesta quinta-feira para confirmar a tendência.

O dia no Brasil também foi marcado pela divulgação do IPCA de agosto, que, embora tenha mostrado deflação, veio acima do esperado e não animou o mercado local.

No campo político, o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no STF teve a primeira divergência de voto. No Ibovespa, o avanço foi sustentado pelas ações de maior peso, como Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4), que subiram mesmo com a queda de suas commodities de referência. O Banco do Brasil (BBAS3) foi o grande destaque, com alta de 3,04%, liderando o volume de negócios do dia.

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