KNCA11 lucra R$ 20,6 milhões e anuncia novo CRA; TRXF11 compra ativo do Mercado Livre por R$ 207 milhões

O Fiagro Kinea Crédito Agro (KNCA11) divulgou seu relatório gerencial referente ao mês de agosto de 2025, informando um resultado líquido de R$ 20,6 milhões. O valor representa uma queda em relação ao montante de R$ 31,7 milhões que havia sido apurado em julho. Apesar da redução no lucro, o fundo manteve sua política de distribuição de dividendos, anunciando o pagamento de R$ 1,00 por cota aos seus investidores.
Fonte: StatusInvest
O resultado do mês foi sustentado majoritariamente pela carteira de Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs), que gerou R$ 18,5 milhões em receitas.
O período também foi marcado por uma nova e relevante alocação de capital, com o fundo investindo R$ 29 milhões em um CRA de uma joint venture do setor de bioenergia, em uma operação de longo prazo e com garantias robustas.
Análise do resultado de agosto e da política de dividendos
O resultado do KNCA11 em agosto foi composto pela receita de R$ 18,5 milhões de sua carteira de CRAs, complementada por R$ 1,9 milhão vindo de sua exposição em um Fiagro FIDC. As despesas do período somaram R$ 2,4 milhões. A partir desses números, o fundo definiu a distribuição de R$ 1,00 por cota, com o pagamento agendado para o dia 11 de setembro.
Dividendos por cota (R$). Fonte: Kinea
O rendimento representa uma taxa mensal de 0,98%, considerando o preço médio de entrada de R$ 101,77 por cota. Esse retorno equivale a 84% da taxa DI do período ou, de forma mais comparável para o investidor pessoa física, 99% do CDI após o ajuste da alíquota de 15% de Imposto de Renda. A gestão do fundo destacou que a reserva de lucros acumulada encerrou o mês em R$ 1,48 por cota, um nível considerado adequado e que funciona como uma ferramenta relevante de gestão, embora a equipe ainda veja espaço para reforçar essa reserva no futuro.
Novo investimento milionário no CRA da Pirapitinga
O principal movimento na carteira do fundo em agosto foi a alocação de R$ 29 milhões no CRA da Pirapitinga. A devedora é uma joint venture formada pelos grupos CMAA e Aroeira, ambos com forte atuação no setor de bioenergia no estado de Minas Gerais.
A operação total, da qual o KNCA11 adquiriu uma fatia, é de R$ 250 milhões e possui um prazo de 10 anos. A taxa de aquisição para o fundo foi de CDI + 3,00% ao ano, uma remuneração considerada atrativa para o risco.
A estrutura de garantias do CRA é robusta, incluindo a alienação de terras agrícolas, a cessão de recebíveis de contratos de arrendamento e o aval dos acionistas da companhia. A Pirapitinga possui um patrimônio de 16,5 mil hectares que são arrendados para seus próprios controladores, o que confere maior segurança à operação de crédito.
O impacto da inflação e dos juros nos resultados
O relatório da gestão também trouxe um esclarecimento importante sobre a dinâmica de repasse dos índices de inflação para os resultados do fundo. Os CRAs indexados à inflação que compõem a carteira refletem, em média, as variações do IPCA registradas dois meses antes.
Isso significa que os resultados de agosto, que serão distribuídos em setembro, ainda foram impactados pelas taxas de inflação mais baixas de junho (0,24%) e julho (0,26%), que ficaram bem abaixo dos níveis observados no início de 2025.
Por outro lado, a parcela da carteira que é atrelada ao CDI, o principal indicador de renda fixa do país, continua a se beneficiar do patamar elevado da taxa Selic. A taxa básica de juros foi mantida em 15,00% ao ano na última reunião do Copom, em julho.
A expectativa é de que esse nível de juros continue sustentando os rendimentos dos CRAs atrelados ao CDI nos próximos meses, ajudando a compensar o efeito da inflação mais baixa na outra parte do portfólio.
TRXF11 compra imóvel logístico locado ao Mercado Livre por R$ 207 milhões
Enquanto o Fiagro KNCA11 reforça sua carteira de crédito no agronegócio, o fundo imobiliário TRXF11 concluiu a aquisição de 43,82% de um imóvel logístico localizado em Araucária (PR), na região metropolitana de Curitiba.
O ativo, que foi construído sob medida para o Mercado Livre, possui um contrato de locação atípico com prazo de 10 anos. A fração adquirida pelo fundo corresponde a uma área bruta locável de 39,9 mil metros quadrados.
Fonte: StatusInvest
O valor total da transação é de R$ 207,9 milhões. O pagamento será feito com uma entrada de R$ 105,9 milhões e duas parcelas semestrais de R$ 51 milhões, corrigidas pelo IPCA. Com o pagamento da entrada, o TRXF11 já passa a ter direito à receita de locação proporcional à sua participação.
Para neutralizar o impacto de carências e descontos previstos no contrato de aluguel, o fundo receberá uma renda mínima garantida do vendedor nos próximos quatro meses. O "yield on cost" estimado da transação é de 12% ao ano.
Segundo a gestora do fundo, a aquisição está alinhada com a estratégia de montar um portfólio com ativos bem localizados e de primeira linha, alugados para grandes empresas em contratos de longo prazo.
A operação também amplia a diversificação geográfica e setorial da carteira, marcando a entrada do fundo no estado do Paraná e em um segmento logístico estratégico, com um inquilino de altíssima qualidade de crédito. Após a aquisição, o TRXF11 passa a contar com 73 imóveis em seu portfólio, com mais de 80% da receita proveniente de contratos atípicos, que oferecem maior segurança aos cotistas.
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