RZAT11 sente impacto de IPCA baixo; VISC11 mantém dividendo de R$ 0,81 pelo 6º mês
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O fundo imobiliário Riza Arctium Real Estate (RZAT11) divulgou seu relatório gerencial referente ao mês de setembro, reportando um resultado líquido de R$ 2,874 milhões. O desempenho representa um recuo relevante em comparação ao mês anterior.
Em agosto, o fundo havia registrado um lucro de R$ 3,836 milhões. A retração no resultado contábil é reflexo direto da dinâmica de indexação da carteira, que possui forte exposição aos índices de inflação.

Fonte: RZAT11
As receitas totais de setembro somaram R$ 3,325 milhões. As despesas operacionais e financeiras do período ficaram próximas de R$ 451,3 mil, resultando no lucro líquido distribuível mencionado.
Apesar da queda no resultado gerado, a gestão optou por manter a estabilidade na distribuição de proventos. O fundo anunciou o pagamento de R$ 0,90 por cota aos seus investidores.
Estratégia de linearização e impacto da inflação
O valor distribuído está em linha com o que vinha sendo indicado pela gestão nos relatórios anteriores. Para sustentar esse patamar, o fundo utilizou grande parte do resultado do mês.
Atualmente, o RZAT11 preserva apenas R$ 0,01 por cota em reserva de caixa acumulada. Esse valor residual é destinado a compor futuras distribuições em momentos de maior volatilidade.
A gestão destacou que o desempenho financeiro de setembro foi diretamente pressionado pelo índice de inflação (IPCA) observado em agosto, que ficou em patamares baixos (0,11% conforme o relatório, embora dados oficiais apontem deflação leve no período, o que impacta a correção monetária).
Como a carteira do fundo é fortemente indexada ao IPCA, períodos de inflação baixa ou negativa reduzem a atualização monetária do saldo devedor dos contratos, comprimindo a receita contábil.
Para mitigar esse efeito cíclico, o RZAT11 adota uma estratégia de retenção de parte do resultado nos meses de alta inflação. Isso ajuda a suavizar quedas nos rendimentos distribuíveis quando o índice arrefece.
O objetivo é oferecer maior estabilidade e previsibilidade de fluxo de caixa aos cotistas ao longo do tempo, evitando oscilações bruscas no dividendo mensal.
Projeções de rendimentos (Guidance)
Nas projeções atualizadas, a gestão trabalha com uma faixa de rendimentos mensais (guidance) que varia entre R$ 0,85 e R$ 0,95 por cota para o curto prazo.
A oscilação dentro desse intervalo é influenciada predominantemente pelo componente de inflação que indexa os contratos de aluguel e os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) da carteira.

Fonte: RZAT11
A lógica é direta: meses com expectativa de inflação mais elevada tendem a gerar dividendos mais robustos, próximos ao teto da faixa. Já períodos de IPCA mais contido pressionam o resultado para o piso.
Embora as estimativas de mercado apontem para uma alta do IPCA nos próximos meses, o fato de as sobras de resultado acumulado terem diminuído levou a gestão a manter as projeções de forma conservadora.
Valor oculto no portfólio e diversificação
O portfólio do RZAT11 é composto atualmente por 11 imóveis, que estão locados para 9 inquilinos diferentes. A taxa contratual média ponderada da carteira é de IPCA + 9,7% ao ano, um retorno real significativo.
Um dado que chama a atenção no relatório é a discrepância entre o custo de aquisição e o valor de mercado dos ativos. Esses imóveis foram adquiridos pelo fundo por um total de R$ 403 milhões.
No entanto, na última avaliação de mercado realizada, o conjunto de propriedades foi estimado em R$ 718 milhões. Essa diferença sugere a existência de um "valor oculto" ou uma margem de segurança relevante no patrimônio do fundo.
A carteira apresenta diversificação por tipologia, com participação de imóveis industriais, comerciais e logísticos. Geograficamente, o fundo possui presença em sete estados diferentes, diluindo riscos regionais.
Hoje, 95% do patrimônio do fundo estão direcionados à sua estratégia principal de ativos imobiliários, enquanto os 5% restantes permanecem em caixa para gestão de liquidez.
Detalhes da operação estruturada com a Aliança
O relatório também detalhou uma operação específica e estruturada realizada com a Aliança Agrícola do Cerrado. O RZAT11 adquiriu um imóvel da empresa por R$ 60 milhões, pagamento feito à vista. Simultaneamente, o fundo vendeu para a própria Aliança uma "opção de recompra" do imóvel.
O preço de exercício dessa opção foi fixado em R$ 35 milhões, valor que o fundo recebeu também à vista. Na prática, essa estrutura configura uma operação de sale and leaseback (venda e locação) alavancada.
O desembolso líquido efetivo do fundo na operação foi de R$ 25 milhões (R$ 60 milhões pagos menos R$ 35 milhões recebidos pela opção), mantendo a garantia real sobre o imóvel e o fluxo de aluguéis.
VISC11 mantém estabilidade e anuncia dividendo de R$ 0,81
Enquanto o RZAT11 ajusta suas reservas diante da inflação baixa, o fundo imobiliário VISC11 anunciou a manutenção de sua distribuição de dividendos em R$ 0,81 por cota. Este valor se repete pelo sexto mês consecutivo, confirmando a previsibilidade de renda do fundo.
Os rendimentos referem-se ao resultado de outubro de 2025. Terão direito ao recebimento os investidores posicionados no FII até o final do pregão desta sexta-feira (28 de novembro).
Fonte: StatusInvest
O pagamento está agendado para o dia 12 de dezembro. Considerando a cotação de fechamento de R$ 109,72, o valor distribuído corresponde a um dividend yield mensal de 0,738%.
O valor atual está alinhado com a estimativa da gestão. A projeção de distribuições entre R$ 0,80 e R$ 0,85 por cota segue válida até dezembro de 2025, refletindo o desempenho operacional consistente.
Estrutura de capital e desempenho operacional
Ao fim de outubro, o VISC11 contava com um patrimônio líquido de R$ 3,5 bilhões e participações em shoppings avaliadas em R$ 4 bilhões. As aplicações financeiras (caixa) somavam R$ 220,1 milhões.
O fundo possui obrigações de aquisições prévias no total de R$ 698,9 milhões, principalmente ligadas à compra do Shopping Paralela. Considerando o caixa disponível, o endividamento líquido calculado é de R$ 478,8 milhões.
Operacionalmente, o fundo mostrou força. O NOI Caixa (Geração de Caixa Operacional) atingiu R$ 96/m² em setembro, um avanço de 10,5% em relação ao mesmo período de 2024.
Quando ajustado pela composição atual do portfólio, o crescimento do NOI foi de 11,2%. As vendas por metro quadrado nos shoppings somaram R$ 1.338, registrando uma alta de 3,5% na comparação anual.
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