Petrobras (PETR4) dispara com balanço e falas do CFO; Ibovespa engata 13ª alta seguida e renova máxima histórica
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A sessão pós-resultados da Petrobras (PETR3; PETR4) prometia ser de marasmo nesta sexta-feira (7).
A companhia havia divulgado seu balanço na noite anterior, com dados operacionais fortes, mas com dividendos em linha com o esperado (R$ 12,2 bilhões) e um aumento nos investimentos (capex) que gerou cautela inicial no mercado. No entanto, em uma reviravolta no fim da manhã, os papéis da estatal dispararam.

Fonte: Google Finance
As ações ordinárias (PETR3) fecharam com ganhos de 4,83%, a R$ 34,28, enquanto as preferenciais (PETR4) avançaram 3,77%, a R$ 32,18.
O movimento de alta coincidiu com a teleconferência de resultados, na qual as declarações do diretor financeiro (CFO) da estatal, Fernando Melgarejo, sobre a política de dividendos e a disciplina de capital mudaram o humor dos investidores e reverteram a apatia da abertura do pregão.
O balanço do 3T25: capex alto e dividendos em linha
A Petrobras anunciou na noite de quinta-feira um lucro líquido de US$ 6,03 bilhões no terceiro trimestre, uma alta de 2,7% na comparação anual.
O resultado foi considerado forte e veio apesar da queda do preço do petróleo no período, sendo impulsionado por um recorde de exportações com o avanço da produção do pré-sal.
O ponto que havia gerado um sinal de alerta inicial no mercado foi o volume de investimentos (capex), que atingiu US$ 5,5 bilhões. Esse número representa uma alta de 24% em relação ao segundo trimestre e ficou bem acima da faixa de US$ 3-4 bilhões vista nos trimestres recentes.
Como ressaltou a análise de bancos de investimento, havia o receio de que o capex persistentemente alto pudesse ofuscar os fortes resultados operacionais, especialmente dias antes da atualização do plano estratégico da empresa.
Por esse motivo, os ADRs (recibos de ações negociados nos EUA) pouco se movimentaram no after-market de quinta-feira, e a abertura na B3 na manhã de sexta foi mista, com as ações alternando entre leves perdas e ganhos.
A teleconferência que mudou o humor do mercado
A reviravolta ocorreu no fim da manhã, durante a teleconferência com analistas. O CFO, Fernando Melgarejo, confirmou que a Petrobras está acelerando investimentos este ano e que o ritmo de execução dos aportes em 2025 está acima do projetado, devendo encerrar o ano entre o centro e o teto da projeção.
Embora a notícia de mais gastos pudesse ser vista como negativa, o mercado se tranquilizou com outras duas declarações cruciais.
Primeiro, Melgarejo afirmou que, para investimentos ainda não contratados, a Petrobras pode avaliar postergações caso haja uma pressão "muito grande" sobre os preços do petróleo Brent, sinalizando disciplina.
O segundo, e principal ponto que animou o mercado, foi a sinalização sobre os dividendos. O diretor financeiro afirmou que "a palavra é 'cautela'" no que diz respeito a dividendos e fusões e aquisições (M&A). Ele foi enfático ao dizer que a estatal não avalia, no momento, qualquer mudança em sua política de dividendos.
A leitura do mercado: disciplina e responsabilidade
A declaração sobre a manutenção da política de dividendos animou as ações, pois afastou o temor de uma distribuição extraordinária de proventos que pudesse comprometer o caixa, ou de uma mudança na fórmula que reduzisse os pagamentos futuros.
"O Diretor Financeiro afirmou que, atualmente, não há caixa excedente que justifique uma distribuição adicional, além da política regular da empresa", aponta a análise de especialistas em investimentos.
Essa postura foi interpretada como um sinal de gestão responsável e alinhada à manutenção do limite de endividamento estabelecido pela companhia nos últimos anos. A postura sobre o capex também foi bem recebida.
A indicação de que a empresa está acelerando o cronograma de projetos já contratados, mas mantendo cautela em relação a novos projetos caso o preço do petróleo caia, reforçou a percepção de disciplina.
A combinação desses dois fatores transmitiu ao mercado uma mensagem de estabilidade e responsabilidade na gestão da empresa. A percepção é de que a Petrobras continua investindo, mas sem comprometer sua solidez financeira ou negligenciar a disciplina que tem sustentado os resultados recentes.
A diferença de performance entre PETR3 e PETR4
A análise de bancos de investimento também ressaltou a diferença de desempenho entre os dois tipos de ação, com a PETR3 (ordinárias) tendo uma alta bem superior à PETR4 (preferenciais).
Uma possível explicação para essa diferença é que a alta da PETR3 pode ter sido impulsionada por investidores internacionais.
Enquanto os investidores locais, muitas vezes focados no curto prazo, poderiam estar preocupados com uma provável redução no yield (retorno) dos dividendos imediatos devido ao capex maior, os investidores estrangeiros, com foco no longo prazo, podem ter se concentrado nos fortes dados operacionais.
O resultado operacional acima do esperado, a confiança na execução dos projetos de exploração e produção (E&P) e o consequente crescimento da produção e da geração de caixa no médio e longo prazo teriam compensado as preocupações com o capex imediato. Bancos de investimento, como o Itaú BBA, mantiveram recomendação de compra para as ações.
Ibovespa tem 13ª alta seguida, fecha em 154 mil pontos e ignora realização em NY
O forte impulso das ações da Petrobras após a teleconferência de resultados foi o principal motor que levou o Ibovespa a mais um dia de recorde, descolando-se da cautela vista nos mercados externos.
O índice ganhou força na reta final e fechou com alta de 0,47%, aos 154.063,53 pontos, renovando o recorde de encerramento pela décima sessão consecutiva. Foi a 13ª alta diária seguida, a maior sequência desde 1997.

Fonte: Google Finance
Na primeira semana de novembro, o índice acumula ganho de 3,02% e, no ano, avança 28,08%. O giro financeiro na sexta-feira foi de R$ 24,2 bilhões. A alta foi sustentada pelo forte impulso da Petrobras e pela virada do setor financeiro no fim da tarde.
Os grandes bancos, que têm o maior peso no índice, ganharam força e fecharam com altas entre 0,10% (Itaú) e 0,56% (Santander).
Na ponta negativa, o setor metálico pesou, com a Vale (VALE3) em baixa de 1,10% e a CSN (CSNA3) perdendo 1,76%. Entre os destaques de alta, MBRF (MBRF3) disparou 5,86% com a notícia da reabertura do mercado chinês ao frango brasileiro, enquanto a ponta oposta foi liderada por Cogna (COGN3), com queda de 6,93%.
Temporada de balanços e fluxo externo sustentam otimismo
Analistas apontam que, apesar do tom ainda duro do Banco Central do Brasil, o forte apetite por ações na B3 tem se apoiado na boa temporada de resultados corporativos. Os balanços têm falado mais alto, impulsionando a bolsa.
Esse movimento é favorecido também por uma rotação de ações em nível global. Com o questionamento sobre a sustentabilidade do crescimento das "big techs" de IA nos EUA, investidores estariam buscando ativos alternativos em mercados emergentes, o que também beneficia a B3 e ajuda a apreciar o real.
Em Nova York, o Nasdaq fechou em leve baixa de 0,21%, acumulando perda de 3,04% na semana. O dólar à vista no Brasil cedeu 0,25%, a R$ 5,3357.
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