Natura (NATU3) dispara 10% após anunciar venda da Avon International por valor simbólico

Pedro Augusto Prazeres
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Fonte: DepositPhotos

As ações da Natura &Co (NATU3) dispararam nesta quinta-feira (18/09), em reação ao anúncio da venda da Avon International para um veículo de aquisição afiliado à gestora de private equity Regent.

Os papéis da gigante de cosméticos registraram I'm going to I'm going to uma forte alta de 16,46%, cotados a R$ 10,33, figurando entre os principais destaques positivos da bolsa de valores.

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O mercado reagiu de forma muito positiva à transação, que, embora fechada por um valor simbólico de uma libra esterlina, representa um passo fundamental no complexo processo de reestruturação do grupo.

A operação, que vem na esteira de outra venda recente, a das operações da Avon na América Central, reforça a nova estratégia da companhia de simplificar suas operações e concentrar todos os seus esforços e recursos em seu principal e mais rentável mercado: a América Latina.

Os detalhes da transação e os pagamentos futuros

De acordo com o comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a venda da Avon International foi fechada pelo valor simbólico de uma libra. No entanto, o acordo prevê a possibilidade de pagamentos adicionais de até 60 milhões de libras.

Esses pagamentos, conhecidos como "earn-outs", são contingentes e dependem do desempenho futuro da Avon International sob o novo controle e de outros eventos de liquidez, como uma futura venda da empresa pela Regent.

O acordo de venda possui algumas exclusões importantes. As operações da Avon no mercado russo, por exemplo, não fazem parte da transação. A Natura informou que continua explorando alternativas estratégicas específicas para esse mercado.

Mais importante ainda, a marca e todas as operações da Avon na América Latina, que é o principal mercado da empresa, também não foram incluídas no acordo e permanecem sob o controle total da Natura &Co.

Como parte do acordo, a Natura fornecerá uma linha de crédito de até US$ 25 milhões para a Avon International como suporte financeiro durante o período de transição. A conclusão final da venda ainda depende de aprovações regulatórias, previstas para o primeiro trimestre de 2026.

Um marco na reestruturação do grupo Natura &Co

A venda da Avon International é o movimento mais significativo até agora no plano de reestruturação da Natura, que busca simplificar sua estrutura e melhorar sua rentabilidade após anos de uma expansão global que se provou complexa e custosa.

A aquisição da Avon em 2020, que criou a quarta maior empresa de beleza do mundo na época, trouxe consigo uma operação global com diferentes níveis de maturidade e rentabilidade, o que aumentou significativamente a complexidade de gestão do grupo.

A decisão de vender a divisão "International", que engloba os mercados fora das Américas, é um reconhecimento de que o esforço para reerguer essas operações exigiria um volume de investimentos e um foco de gestão que a companhia prefere agora direcionar para suas prioridades estratégicas.

A transação permite que a Natura se desfaça de uma operação de margens mais baixas e com maiores desafios competitivos, ao mesmo tempo em que reduz a complexidade de sua estrutura corporativa e de sua cadeia de suprimentos.

A estratégia de foco total na América Latina

Com a venda, a estratégia da Natura se torna muito mais clara: foco total na América Latina, onde a empresa possui suas marcas mais fortes e suas operações mais rentáveis. A companhia manterá sob seu controle a marca Natura, a The Body Shop na região e, principalmente, a própria marca Avon no mercado latino-americano.

Em comunicado, o CEO da Natura, João Paulo Ferreira, reforçou a importância da marca Avon para a estratégia do grupo na região. “A Avon tem um enorme valor por sua reputação, reconhecimento de marca, geração de renda para milhares de consultoras e penetração em lares dos consumidores da América Latina.

Ficamos felizes de encontrar um parceiro com grande experiência no mercado da América Central e que continuará a impulsionar a prosperidade da marca Avon em estreita parceria com a Natura”, destacou, em referência à outra venda recente.

Essa fala sinaliza que, embora a empresa esteja se desfazendo da Avon em outros continentes, a marca continua a ser um pilar central para o crescimento na América Latina, onde será operada em sinergia com a marca Natura, aproveitando a força de sua rede de consultoras e sua forte penetração no mercado.

Venda da Avon na América Central já sinalizava a nova estratégia

A transação anunciada nesta quinta-feira ocorre apenas alguns dias após a Natura ter comunicado a venda de outra parte da operação da Avon.

A companhia vendeu as operações da marca na América Central e na República Dominicana (CARD) para o Grupo PDC, uma empresa de bens de consumo com forte atuação na América Central e no Peru. O valor dessa transação foi de US$ 22 milhões.

O mercado reagiu de forma positiva porque os movimentos, embora representem um encolhimento do tamanho total do grupo, também significam uma simplificação que deve levar a uma melhora na rentabilidade e a uma gestão mais focada.

A expectativa dos investidores é de que, ao concentrar seus esforços em seu mercado de origem, onde possui vantagens competitivas claras, a Natura consiga voltar a entregar um crescimento mais rentável e sustentável no futuro.

Isenção de responsabilidade: este artigo representa apenas a opinião do autor e não pode ser usado como consultoria de investimento. O conteúdo do artigo é apenas para referência. Os leitores não devem tomar este artigo como base para investimento. Antes de tomar qualquer decisão de investimento, procure orientação profissional independente para garantir que você entenda os riscos.

 

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