RECR11 distribui menor dividendo em 12 meses; HGRU11 mantém provento de R$ 0,95 e avança em obras

Pedro Augusto Prazeres
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Fonte: DepositPhotos

O fundo de investimento imobiliário REC Recebíveis Imobiliários (RECR11) divulgou seu relatório gerencial referente ao mês de setembro, informando um resultado líquido em regime de caixa de R$ 19,625 milhões.

O desempenho ficou abaixo do registrado em agosto, quando o fundo havia alcançado R$ 20,666 milhões. A queda no resultado, que refletiu a variação mais baixa da inflação nos meses anteriores, levou a uma redução nos dividendos distribuídos.

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Fonte: StatusInvest

Com base nos números, o fundo distribuiu R$ 19,624 milhões aos seus cotistas, o que equivale a R$ 0,7422 por cota, o menor valor pago nos últimos 12 meses. O pagamento será realizado nesta terça-feira (14).

Em paralelo, a gestão do fundo continuou com sua estratégia de alocação de capital, realizando novas aquisições em Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) e mantendo a carteira 100% adimplente.

Análise do resultado de setembro e da distribuição de dividendos

O resultado do RECR11 em setembro foi sustentado por uma receita total de R$ 22,31 milhões, que foi impulsionada principalmente pelos rendimentos provenientes de seus CRIs e de suas posições em cotas de outros fundos imobiliários. As despesas do período atingiram R$ 2,638 milhões. O dividendo de R$ 0,7422 por cota, com base na cotação de fechamento do mês, de R$ 80,73, representou um dividend yield mensal de 0,919%.

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Rentabilidade Mensal do Fundo. Fonte: REC

Esse percentual, quando anualizado, corresponde a uma rentabilidade de 11,03%, isenta de Imposto de Renda para pessoas físicas. O retorno também equivale a 97% do CDI líquido de tributos.

Desde sua oferta inicial em dezembro de 2017, o retorno acumulado distribuído aos cotistas do fundo alcançou 145,7% sobre a cota inicial de R$ 100, um desempenho que supera o CDI líquido do mesmo período, que foi de 75,7%.

O impacto da inflação nos rendimentos

A principal explicação para a redução no resultado e, consequentemente, nos dividendos, foi o impacto da variação da inflação nos meses anteriores.

Cerca de 86% da carteira do fundo está atrelada ao IPCA, e os rendimentos dos CRIs refletem a variação do índice com uma defasagem de dois meses.

Com isso, o resultado de setembro foi impactado pela inflação de julho e agosto, que foram de 0,26% e -0,11%, respectivamente.

As taxas de inflação mais baixas ou negativas desses meses se traduziram em uma correção monetária menor sobre os títulos de crédito da carteira, o que reduziu a receita do fundo no período.

Novas aquisições na carteira de CRIs

Apesar do cenário de inflação mais baixa, a gestão do fundo continuou a alocar capital em novas operações de crédito. Durante o mês, foram realizadas diversas aquisições de CRIs, com base nas recomendações do consultor de investimentos do fundo.

Entre as principais operações, destaca-se a compra de cotas do CRI Pulverizado Projetos Residenciais 2, emitido pela Habitasec Securitizadora, em um volume de R$ 1,731 milhão e com uma taxa de IPCA + 9% ao ano.

O fundo também adquiriu novas cotas do CRI Matarazzo Retail IV, da Opea Securitizadora, no valor de R$ 8,209 milhões, com uma rentabilidade de CDI + 4,95% ao ano.

Outras alocações incluíram a ampliação da posição no CRI Pulverizado Projetos Residenciais, também da Habitasec, no montante de R$ 5,929 milhões, com taxa de IPCA + 10% ao ano, e no CRI Ativos Residenciais Diversificados, da mesma securitizadora, com R$ 2,301 milhões investidos e uma taxa de CDI + 8% ao ano.

Por fim, o fundo adquiriu novas cotas do CRI Crediblue, emitido pela Vert Securitizadora, no valor de R$ 14,247 milhões, com remuneração de IPCA + 9% ao ano.

No lado das vendas, o fundo realizou alienações de posições menores para reciclagem da carteira, incluindo R$ 514,079 no CRI T-Cash e R$ 257,470 no CRI Zarin.

Ao final de setembro, o RECR11 mantinha 95% de seus recursos alocados, distribuídos entre 97 operações de CRIs e cinco posições em cotas de outros fundos imobiliários.

A gestão reforçou que todos os investimentos da carteira permaneceram adimplentes ao longo do mês, sem nenhum evento de crédito negativo.

HGRU11 mantém dividendo de R$ 0,95 e avança em obras do Passeio Dutra

Enquanto o RECR11, um fundo de "papel", ajusta seus dividendos à inflação mais baixa, o CSHG Renda Urbana (HGRU11), um fundo de "tijolo", também divulgou seus resultados, destacando a estabilidade de seus proventos e o avanço em seus projetos de desenvolvimento.

O HGRU11 apresentou em setembro um resultado de R$ 19,201 milhões (R$ 0,83 por cota), resultado ligeiramente inferior ao de agosto. Ainda assim, a gestão manteve a distribuição de R$ 0,95 por cota em dividendos, com o pagamento agendado para 14 de outubro.

A carteira do fundo, composta por 102 ativos que somam mais de 600 mil m² de área bruta locável, mantém uma taxa de vacância física de apenas 0,8% e um prazo médio de contratos de 9,7 anos.

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Fonte: Patria Investimentos

O principal avanço do fundo no mês ocorreu em seu projeto de desenvolvimento, o Passeio Dutra, que atingiu 98,6% de execução física das obras, com a conclusão prevista para meados de outubro.

Em paralelo, a gestão segue acompanhando o processo de devolução da Loja Mineirão Rio Branco e iniciou as negociações para a revisão dos aluguéis de seis lojas do grupo DMA, que estavam com valores defasados.

A alavancagem financeira do fundo está em 5,8% do portfólio, um patamar considerado equilibrado, com a gestão projetando uma redução gradual nos próximos anos.

Isenção de responsabilidade: este artigo representa apenas a opinião do autor e não pode ser usado como consultoria de investimento. O conteúdo do artigo é apenas para referência. Os leitores não devem tomar este artigo como base para investimento. Antes de tomar qualquer decisão de investimento, procure orientação profissional independente para garantir que você entenda os riscos.

 

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