VISC11 lucra R$ 20,3 milhões e projeta estabilidade; XPML11 vende 9 shoppings por R$ 1,6 bi para quitar dívida

Pedro Augusto Prazeres
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Fonte: DepositPhotos

O fundo de investimento imobiliário Vinci Shopping Centers (VISC11) divulgou seu relatório gerencial referente ao mês de agosto de 2025, informando um resultado total de R$ 20,37 milhões.

O valor, equivalente a R$ 0,71 por cota, ficou abaixo do montante distribuído aos cotistas, que receberam R$ 0,81 por cota em dividendos. A diferença foi coberta pela utilização de parte das reservas de lucros acumulados do fundo.

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Fonte: StatusInvest

O relatório também detalhou a performance operacional dos shoppings da carteira, que apresentou um crescimento moderado, e trouxe uma projeção de rendimentos (guidance) para os próximos meses, sinalizando a manutenção do patamar atual de distribuição.

Além disso, o fundo comunicou ao mercado a conclusão da compra de uma participação adicional no Shopping Paralela, um movimento que reforça sua posição no ativo.

Análise do resultado de agosto e da distribuição de proventos

O resultado de R$ 0,71 por cota apurado em agosto foi inferior aos R$ 0,81 por cota que foram distribuídos aos investidores. A decisão de pagar um valor superior ao lucro do mês foi viabilizada pelo uso das reservas do fundo, uma estratégia utilizada pela gestão para manter a previsibilidade e a estabilidade dos rendimentos mensais, mesmo em períodos com resultados ligeiramente mais fracos.

O fundo demonstrou ter uma posição de caixa robusta para suportar essa política. Ao final do período, o VISC11 encerrou com R$ 25,393 milhões em resultados ainda não distribuídos, o que equivale a um "estoque" de R$ 0,88 por cota.

Adicionalmente, o Shopping Paralela FII, um veículo de investimento que é integralmente detido pelo VISC11, possui um resultado acumulado adicional de R$ 10 milhões, ou R$ 0,35 por cota. Somando os dois componentes, a reserva total de lucros não distribuídos do fundo alcança R$ 1,23 por cota, um colchão financeiro significativo.

Desempenho operacional dos shoppings e a base de comparação

Os indicadores operacionais do portfólio do VISC11 apresentaram uma evolução positiva, embora moderada, no mês de agosto. O NOI (lucro operacional líquido) em caixa do conjunto de shoppings do fundo apresentou uma alta de 1,7%.

As vendas por metro quadrado também cresceram 0,8% em relação ao mesmo período de 2024, quando ajustadas às participações atuais que o fundo detém nos empreendimentos.

Na análise de "mesmas lojas", que compara o desempenho de um mesmo conjunto de lojistas em relação ao ano anterior, os resultados foram mistos. As vendas (SSS - Same Store Sales) tiveram uma retração de 1,1%, enquanto os aluguéis (SSR - Same Store Rent) subiram 2,2%. Segundo a gestão do fundo, o avanço mais moderado nos aluguéis e a queda nas vendas podem ser explicados, em parte, por uma base de comparação muito forte.

Em julho de 2024, a estreia do filme "Divertidamente" havia impulsionado de forma atípica o fluxo de pessoas e o consumo nos shoppings, especialmente nos cinemas, criando um patamar elevado para a comparação com este ano.

Qualidade da carteira e a conclusão de nova aquisição

Os indicadores de qualidade da carteira do VISC11 se mantiveram em níveis saudáveis. Os descontos concedidos a lojistas ficaram em 1,9%, um patamar baixo, enquanto a inadimplência líquida, já ajustada, apresentou um saldo negativo de 0,5%, o que significa que o fundo recebeu mais pagamentos de aluguéis em atraso do que registrou novas inadimplências no período. A taxa de ocupação do portfólio encerrou o mês em 94,4%.

Um dos principais movimentos estratégicos do fundo no mês foi a conclusão da compra indireta de uma participação adicional de 25% no Shopping Paralela.

A aquisição foi realizada por meio do fundo imobiliário específico que o VISC11 já utilizava para deter sua participação no ativo e do qual é o único cotista. O movimento reforça a posição do fundo em um de seus principais shoppings e deve contribuir para o aumento da receita recorrente nos próximos meses.

Projeção de dividendos para o segundo semestre

A gestão do VISC11 também divulgou em seu relatório uma projeção de rendimentos para os próximos meses. A expectativa é de que a distribuição de dividendos permaneça no intervalo entre R$ 0,80 e R$ 0,85 por cota até o final do ano, em dezembro de 2025.

Essa projeção leva em conta a performance operacional esperada para os shoppings da carteira e a estrutura de custos do fundo.

A manutenção do guidance em um patamar próximo ao que vem sendo distribuído sinaliza ao mercado uma expectativa de estabilidade na geração de caixa e na remuneração aos cotistas para o restante do ano.

XPML11 vende participação em 9 shoppings por R$ 1,6 bilhão para quitar dívida

Enquanto o VISC11 detalhava a estabilidade de sua operação, o XP Malls (XPML11), maior fundo de shoppings do país, anunciou uma grande transação para resolver sua necessidade de caixa.

O XPML11, que encerrou o mês de julho com um lucro de R$ 66,566 milhões (resultado 38,23% superior ao de junho), assinou no final de agosto um memorando de entendimentos para a venda de participações em nove shoppings de seu portfólio.

O valor da transação foi estimado em R$ 1,6 bilhão, e a compra será feita pela Riza Real Estate, que vai estruturar um novo FII para gerir os empreendimentos.

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Fonte: StatusInvest

A negociação é a solução encontrada pela gestão para resolver a necessidade de reforço de caixa do fundo, que, segundo projeções, teria um déficit de aproximadamente R$ 369 milhões até o final do ano para cumprir com obrigações de compras parceladas. O comprador fará o pagamento de aproximadamente 68% do valor (cerca de R$ 1,1 bilhão) à vista.

A XP Asset, gestora do fundo, estima que a venda será capaz de gerar uma liquidez de cerca de R$ 1 bilhão, além de um ganho de capital de R$ 278 milhões, o que representa uma potencial distribuição de dividendos bruta de aproximadamente R$ 4,90 por cota.

A transação envolve a venda de participações em shoppings como o Tietê Plaza Shopping (45%), Campinas Shopping (25%), Grand Plaza Shopping (20%) e a totalidade (100%) do Shopping Downtown, no Rio de Janeiro, entre outros.

Apesar da necessidade de caixa, a gestão destacou que o fundo possui uma estrutura sólida, com um patrimônio líquido de R$ 6,4 bilhões e uma dívida de R$ 550 milhões, o que representa um loan-to-value de 8%, patamar considerado saudável.

Isenção de responsabilidade: este artigo representa apenas a opinião do autor e não pode ser usado como consultoria de investimento. O conteúdo do artigo é apenas para referência. Os leitores não devem tomar este artigo como base para investimento. Antes de tomar qualquer decisão de investimento, procure orientação profissional independente para garantir que você entenda os riscos.

 

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