De acordo com as conclusões divulgadas na quarta-feira pelo Gabinete do Controlador da Moeda (OCC, na sigla em inglês), nove dos maiores bancos dos Estados Unidos mantiveram políticas que restringiam o acesso de certos clientes a serviços bancários entre 2020 e 2023, constituindo a primeira confirmação pública de práticas que odent Donald Trump criticou repetidamente como "desbancarização".
O OCC constatou que o JPMorgan Chase , Bank of America, Citigroup, Wells Fargo, US Bancorp, Capital One, PNC Financial Services Group, Toronto-Dominion Bank e Bank of Montreal fizeram "distinções inadequadas" entre os clientes, exigindo que alguns passassem por análises e aprovações mais rigorosas ou enfrentassem acesso restrito aos serviços bancários.
Os setores afetados foram bastante variados, incluindo exploração de petróleo e gás, mineração de carvão, fabricantes de armas de fogo, prisões privadas, empresas de empréstimo de curto prazo, empresas de tabaco e cigarros eletrônicos, empresas de entretenimento adulto, comitês de ação política e empresas de ativos digitais.
Segundo o OCC, tudo isso aconteceu entre 2020 e 2023, e o relatório de seis páginas do órgão regulador confirma que políticas e práticas semelhantes estavam em vigor em todos os bancos analisados.
“O OCC está empenhado em pôr fim a quaisquer esforços, sejam eles instigados por reguladores ou bancos, que visem instrumentalizar as finanças”, afirmou Jonathan Gould, controlador interino da agência.
As conclusões surgem após meses de maior atenção dada ao assunto pelo governo Trump. Em agosto, o presidente dent uma ordem executiva alegando que instituições financeiras restringiram o acesso a serviços com base nas crenças políticas ou religiosas dos clientes.
A ordem orientou os reguladores a eliminar o risco de reputação como fator nas decisões bancárias e a exigir que os bancos baseassem suas decisões em análises individualizadas, objetivas e baseadas em risco.
Em setembro, o OCC (Office of the Comptroller of the Currency) começou a enviar cartas aos principais bancos de Wall Street exigindo detalhes sobre suas práticas, depois que Trump e outros republicanos levantaram repetidamente preocupações sobre bancos que estariam privando certos indivíduos e empresas de serviços.
O relatório divulgado na quarta-feira representa as primeiras conclusões formais dessa investigação, embora a agência tenha afirmado que ainda está analisando milhares de denúncias paradentcasos de exclusão de clientes de instituições bancárias por motivos políticos ou religiosos.
Ao concluir sua análise, o OCC pretende responsabilizar os bancos por quaisquer atividades ilegais de desbancarização, inclusive encaminhando os casos ao Procurador-Geral, conforme exigido pela ordem executiva.
Representantes do setor bancário reagiram à descrição de suas práticas como discriminatórias. O Bank Policy Institute, uma associação comercial que representa muitas das instituições citadas, afirmou em comunicado que os bancos têm umtronincentivo para atender o maior número possível de clientes, visando impulsionar o crescimento econômico.
“O setor apoia o acesso justo aos serviços bancários e já está trabalhando em conjunto com o Congresso e o governo para garantir que os bancos possam atender clientes que cumprem a lei”, afirmou o grupo.
O Citigroup, o PNC, o BMO e o US Bancorp, assim como os demais bancos acusados, ainda não se pronunciaram sobre o assunto, de acordo com representantes das outras instituições financeiras.
Alguns executivos de bancos já defenderam maior clareza regulatória em relação ao risco reputacional, afirmando que não discriminam com base em afiliações políticas, mas mantendo que precisam gerenciar várias formas de risco.
Defensores dos direitos do consumidor argumentam que há poucas evidências de que o problema da desbancarização seja generalizado. O ex-vice-presidente do Fed, Michael Barr, afirmou em fevereiro que não havia visto evidências de desbancarização política e descreveu o fechamento de contas como uma medida apropriada de gestão de riscos.
No entanto, os críticos argumentam que os auditores bancários pressionaram as instituições financeiras a romperem laços com clientes politicamente sensíveis, mesmo quando estes não representavam nenhuma ameaça à segurança e solidez do banco.
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