Bitcoin e Ether disparam com 'short squeeze' antes do Fed; BlackRock pede ETF com staking
- Ouro cai com a recuperação do dólar americano após mais de um mês em baixa; queda parece limitada
- Com uma oferta submersa inferior a 30%, a movimentação do preço Bitcoin agora se assemelha assustadoramente ao início de 2022.
- O ouro recupera o impulso positivo em meio a perspectivas dovish do Fed e dólar americano mais fraco
- Bitcoin (BTC) pausa em US$ 92 mil; Baleias movem BTC para Binance e sinalizam risco de venda
- Ouro sobe em meio a apostas dovish do Fed e riscos geopolíticos; falta convicção otimista
- O ouro mantém-se estável acima da marca dos US$ 4.200; aguarda-se o Índice de Preços PCE dos EUA para obter algum impulso significativo

O Bitcoin (BTC) e o Ethereum (ETH) registraram uma forte valorização nesta terça-feira (09), rompendo a lateralização dos últimos dias.
O movimento foi impulsionado pela divulgação de novos dados econômicos nos Estados Unidos e pela expectativa crescente em torno da decisão do Federal Reserve.
O avanço ocorreu de forma rápida e coordenada, ajudando a impulsionar todo o setor de criptoativos. O mercado, que vinha demonstrando cautela, virou a mão para o risco enquanto aguarda o desfecho da "Super Quarta".
Fonte: CoinMarketCap
A imagem mais recente do mercado mostra o Bitcoin sendo negociado a US$ 92.865, com uma alta de 2,18% nas últimas 24 horas. Mais cedo, o ativo chegou a superar momentaneamente a barreira dos US$ 94 mil, rompendo a faixa de consolidação entre US$ 88 mil e US$ 92 mil.
O Ethereum, por sua vez, apresenta um desempenho ainda superior. A segunda maior criptomoeda do mercado é cotada a US$ 3.377,99, acumulando uma valorização expressiva de 7,97% no mesmo período, liderando os ganhos entre os ativos de grande capitalização.
Liquidações em massa aceleram a alta
A reação dos preços ganhou força explosiva após um movimento clássico de short squeeze. Dados da plataforma CoinGlass revelaram que mais de US$ 260 milhões em posições vendidas (apostas na queda) foram liquidadas em apenas quatro horas.
Mapa de Liquidação BTC/USDT da Binance. Fonte: Coinglas
Esse evento forçou os vendedores a recomprar ativos para cobrir prejuízos, o que reduziu drasticamente a oferta imediata no mercado e acelerou a pressão compradora.
Em poucas horas, a valorização se espalhou para os principais ativos digitais. O índice CMC20, que acompanha as maiores criptomoedas do mercado, avançou mais de 4,8%, confirmando o aumento do apetite dos investidores por risco.
Altcoins também acompanharam a festa. O XRP avançou cerca de 4,5%, enquanto ativos de maior volatilidade como Solana e Dogecoin registraram ganhos superiores a 8%, superando o próprio Bitcoin.
Bancos liberados para atuar como "Principal sem Risco"
No front regulatório, uma notícia estrutural importante veio do U.S. Office of the Comptroller of the Currency (OCC). O órgão confirmou que bancos nacionais regulamentados poderão executar transações de cripto como "riskless principal".
Embora a mudança pareça técnica à primeira vista, ela reduz barreiras significativas para instituições financeiras. Na prática, permite que bancos atuem como intermediários instantâneos sem precisar manter os ativos voláteis em suas carteiras.
Essa sinalização regulatória veio em um momento estratégico, abrindo caminho para operações institucionais mais seguras e integradas ao sistema bancário tradicional, justamente quando o interesse de grandes gestoras volta a crescer.
A expectativa pelo Fed e o futuro de Powell
O rali acontece apenas um dia antes da reunião crucial do FOMC. Investidores ajustam suas carteiras avaliando se o Federal Reserve confirmará mais um corte de juros, movimento que já está amplamente precificado pelo mercado.
Analistas da Nansen e da BRN destacam, porém, que o discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, pode ter um impacto maior do que a decisão em si. Um tom mais duro poderia enfraquecer o chamado "rali de Natal".
Por outro lado, o analista Nic Puckrin lembra que a visão de longo prazo segue positiva. Especulações sobre a possível substituição de Powell em 2026 por Kevin Hassett, visto como ultra-dovish (favorável a juros baixos), já começam a influenciar as teses de investimento de longo prazo.
BlackRock protocola ETF de Ethereum com Staking (ETHB)
Enquanto o mercado reage aos preços e novas regras bancárias, a maior gestora de ativos do mundo dobra a aposta no ecossistema Ethereum, buscando aprovar um produto que pode mudar a dinâmica de rendimentos institucionais.
A BlackRock deu um novo passo estratégico ao protocolar o formulário S-1 para o ETHB, um ETF que inova ao incluir o staking de Ethereum em sua estrutura. O pedido visa operar em conformidade total com a lei americana.
O fundo acompanhará o preço do ativo digital e adicionará as recompensas geradas pelo staking à performance. O documento destaca que o veículo é passivo, sem busca por retornos extras além dessa métrica, mas a proposta amplia significativamente o alcance do produto regulado.
O pedido segue a criação do fundo fiduciário de Delaware, um rito comum antes do registro. A SEC ainda não tomou decisões definitivas sobre a aprovação de staking em ETFs à vista, apesar de já existirem produtos similares de concorrentes menores.
A novidade levanta dúvidas sobre o futuro do ETHA, o ETF atual da gestora que já soma mais de US$ 11 bilhões em ativos. A BlackRock tentou incluir staking no ETHA anteriormente, enfrentando adiamentos, e não está claro se o ETHB será um substituto ou um complemento.
O domínio da BlackRock no setor é evidente. Mesmo com concorrentes como o ETHE da Grayscale ou o REX-Osprey, a gestora lidera com folga. No Bitcoin, seu fundo IBIT já ultrapassou US$ 70 bilhões. Caso aprovado, o ETHB será listado na Nasdaq.
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