Na quarta-feira, a Cisco atingiu um patamar que não alcançava desde os tempos áureos do início dos anos 2000, quando a empresa era o centro do boom da internet.
As ações subiram 1%, para US$ 80,25, quebrando seu antigo recorde ajustado por desdobramento de US$ 80,06, visto pela última vez em 27 de março de 2000, dia em que a empresa ultrapassou brevemente a Microsoft e se tornou a empresa de capital aberto mais valiosa do mundo. Aquele momento marcou o auge da mania da internet.
Todo investidor que queria se expor à ascensão da internet olhava para seus switches e roteadores. Qualquer pessoa que quisesse acessar a internet precisava dessas ferramentas. As coisas mudaram rapidamente depois disso, e a bolha da internet estourou, levando consigo mais de três quartos do valor do Nasdaq até outubro de 2002.
O colapso dizimou uma longa lista de empresas de grande sucesso, mas a Cisco sobreviveu ao caos, continuou crescendo e se reinventou. Comprou a Scientific-Atlanta em 2006 e, em seguida, aprofundou-se no setor de software com aquisições da Webex, AppDynamics, Duo e Splunk. Cada movimento a impulsionou para novas áreas, enquanto o entusiasmo inicial diminuía. A empresa continuou se expandindo mesmo com as mudanças do mercado ao seu redor.
A nova máxima das ações confere à empresa um valor de mercado de US$ 317 bilhões, colocando-a na décima terceira posição entre as empresas de tecnologia dos EUA. Isso está bem abaixo do grupo das megacaps que agora impulsiona a nova onda de entusiasmo pela tecnologia, especialmente no que diz respeito à inteligência artificial.
Analistas dizem que o atual boom da IA se assemelha muito à energia da era ponto-com. Desta vez, a principal vencedora é a Nvidia, cujos chips alimentam os grandes modelos de IA.
Esses chips ficam instalados dentro dos data centers construídos pelas principais empresas de tecnologia. A Nvidia agora tem um valor de mercado de US$ 4,5 trilhões, aproximadamente quatorze vezes maior que o da Cisco.
Mesmo com essa lacuna, a Cisco está investindo na expansão da IA. O CEO Chuck Robbins afirmou em novembro que a empresa recebeu US$ 1,3 bilhão em pedidos trimestrais de infraestrutura de IA de grandes empresas da web. A receita da empresa chegou perto de US$ 15 bilhões, um aumento de 7,5% em relação ao ano anterior.
A taxa de crescimento está longe dos 66% registrados em 2000, mas a demanda por hardware relacionado à IA impulsionou as ações em cerca de 36% até agora em 2025. O índice Nasdaq teve uma valorização de aproximadamente 22% no mesmo período.
O analista da UBS, David Vogt, apontou para a demanda por infraestrutura de IA ao elevar a recomendação das ações da Cisco no mês passado, antes da divulgação do balanço do primeiro trimestre fiscal. Ele afirmou que o fluxo de pedidos demonstra umtroninteresse por parte de empresas que desenvolvem sistemas de IA.
Mas muitos em Wall Street dizem não ter certeza se a atual onda de gastos pode continuar. Alguns afirmam que o setor está queimando cash rápido demais. Outros questionam se as normas contábeis estão sendo aplicadas corretamente, visto que as empresas estão investindo pesado em projetos de IA.
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