Mercado de criptomoedas despenca com liquidação de US$ 1,1 bilhão; Bitcoin cai para US$ 109 mil e ETH recua 8%

Uma sessão que começou difícil para os mercados de criptomoedas piorou drasticamente durante a tarde desta quinta-feira, com o Bitcoin (BTC) caindo abaixo de US$ 109.000, seu preço mais baixo em quase um mês.
A forte onda de vendas se espalhou por todo o mercado, com o Ethereum (ETH) recuando 8% e se aproximando de US$ 3.800, enquanto a Solana (SOL), que era negociada acima de US$ 250 há apenas duas semanas, despencou para baixo de US$ 200.
O índice CoinDesk 20, que acompanha os principais ativos do setor, caiu 6%, refletindo a aversão generalizada ao risco.
Fonte: CoinMarketCap
O movimento acentuado de queda desencadeou uma liquidação massiva de posições alavancadas nos mercados de derivativos, totalizando mais de US$ 1,1 bilhão em 24 horas.
A queda também atingiu em cheio as ações de empresas ligadas ao setor de criptoativos, que registraram fortes perdas, com o mercado agora testando importantes níveis de suporte que podem definir a tendência para as próximas semanas.
Efeito dominó: liquidações em derivativos ultrapassam US$ 1,1 bilhão
A principal consequência da forte queda nos preços foi uma cascata de liquidações forçadas no mercado de derivativos. Dados da plataforma CoinGlass mostram que mais de US$ 1,1 bilhão em posições de negociação alavancadas foram eliminadas.
Esse fenômeno, conhecido como "long squeeze", ocorre quando uma queda no preço força os investidores que apostavam na alta com o uso de alavancagem a venderem seus ativos para cobrir as perdas, o que, por sua vez, empurra os preços ainda mais para baixo, criando um efeito dominó.
O Ether foi o ativo com o maior volume de liquidações. Mais de US$ 400 milhões em posições compradas ("longs"), que são apostas na alta dos preços, foram eliminadas. O Bitcoin veio em seguida, com US$ 265 milhões em liquidações de posições compradas.
O grande volume de liquidações em um curto espaço de tempo indica que muitos traders foram pegos de surpresa pela intensidade da queda, e o mercado agora passa por um processo de "limpeza" do excesso de alavancagem que havia sido construído nas últimas semanas.
Ações de criptoativos também sofrem forte baque
A aversão ao risco não se limitou aos tokens digitais, mas também atingiu as ações de empresas de capital aberto com exposição ao mercado de criptomoedas.
A MicroStrategy (agora Strategy), de Michael Saylor, a maior detentora corporativa de Bitcoin, viu suas ações (MSTR) caírem até 10% durante a sessão, atingindo a mínima de cinco meses.
Fonte: Google Finance
O papel, que é frequentemente visto pelos investidores como uma aposta alavancada no preço do Bitcoin, perdeu todos os ganhos que havia acumulado em 2025 e agora está com uma queda de 1,5% no acumulado do ano.
O desempenho da ação foi pior que o do próprio Bitcoin, que, mesmo com a forte queda, ainda mantém um avanço de 16% no mesmo período, mostrando o alto risco associado a esse tipo de papel.
Outras empresas do setor também foram fortemente penalizadas. As companhias com grandes tesourarias em Ether, como a Bitmine (BMNR) and a Sharplink Gaming (SBET), caíram entre 7% e 8%. As mineradoras de Bitcoin, como a MARA Holdings (MARA) e a Riot Platforms (RIOT), também registraram quedas na mesma magnitude.
O desempenho negativo generalizado das ações de cripto mostra que os investidores de mercados tradicionais também adotaram uma postura de aversão ao risco em relação a toda a classe de ativos.
Análise técnica: Bitcoin testa importante zona de suporte
Com a forte queda desta quinta-feira, o Bitcoin está agora à beira de romper as mínimas que foram estabelecidas no final de agosto e no início de setembro, quando o preço encontrou um fundo um pouco acima de US$ 107.000.
Esse nível de preço é agora visto como a principal zona de suporte a ser defendida pelos compradores.
A expectativa do mercado é de que essa região possa, pelo menos, servir como um suporte para uma recuperação de curto prazo.
Uma análise dos livros de ordens das corretoras mostra que há um grande aglomerado de liquidez de compra posicionado nessa faixa de preço, o que poderia ajudar a absorver a pressão de venda e iniciar um repique. Se o preço do Bitcoin conseguir se segurar acima de US$ 107.000 e iniciar uma recuperação, isso seria um sinal de força.
No entanto, um rompimento decisivo abaixo desse nível poderia abrir caminho para uma correção ainda mais profunda, com o próximo suporte relevante estando na casa dos US$ 100.000. O fechamento do dia e da semana em relação a esse suporte será crucial para definir a tendência para as próximas semanas.
Reação do mercado à vista pode indicar recuperação
Apesar da pressão vendedora e do impacto das liquidações, dados da Hyblock mostram que o livro de ordens à vista do Bitcoin voltou a se inclinar para os compradores, sinalizando um aumento da demanda quando o preço se aproximou da região de US$ 110 mil.
Esse retorno de interesse no mercado spot não era visto desde o início de setembro, justamente antes do último rali que levou o BTC a superar US$ 118 mil.
BTC/USDT CVDs. Fonte: Hyblock
Embora os volumes à vista ainda sejam menores em comparação aos contratos futuros, o fato de o bid-ask ratio voltar a favorecer os compradores sugere que há disposição para defender os níveis atuais. Se essa força de compra se mantiver, o suporte em torno de US$ 107 mil pode servir como ponto de virada e abrir espaço para uma recuperação no curto prazo.
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