Ethereum (ETH) se recupera 15% de mínima e mira US$ 4.500; indicadores técnicos apontam para continuação da alta

O Ether (ETH), ativo nativo da rede Ethereum, registrou uma forte recuperação de mais de 15% nas últimas duas semanas, após ter despencado para sua mínima de dois meses, em US$ 3.435.

A recuperação do preço levou o ativo de volta para a faixa de US$ 3.900 a US$ 4.000, e múltiplos indicadores técnicos e on-chain agora sugerem que o ETH pode estender esse movimento de alta em direção ao patamar de US$ 4.500 até o final de outubro.

Fonte: CoinMarketCap

A análise técnica do gráfico do Ethereum aponta para a formação de um padrão de continuação de alta conhecido como "bandeira de alta" (bull flag).

Além disso, métricas on-chain, como as bandas de preço baseadas no MVRV, também indicam que a recente correção foi saudável e que o ativo pode estar se preparando para um novo impulso em direção a níveis mais elevados, potencialmente até mesmo a novas máximas históricas.

A formação da 'bandeira de alta' e o suporte crucial

A recente recuperação do Ethereum parece estar se formando dentro de um padrão gráfico de "bandeira de alta". Essa estrutura técnica geralmente sinaliza a continuação de uma tendência de alta predominante, após um breve período de consolidação ou de correção.

No caso do ETH, a "bandeira" é representada por um canal paralelo descendente, que se desenvolveu após o forte rali que levou o ativo de sua mínima de abril, perto de US$ 2.500, até a máxima de agosto, em torno de US$ 4.950.

Gráfico diário ETH/USDT. Fonte: TradingView.

O movimento de alta mais recente começou justamente a partir de um toque do preço na linha inferior desse canal descendente, na faixa de US$ 3.500.

Essa região de preço coincidiu com um importante nível de suporte técnico, a média móvel exponencial de 200 dias (EMA 200), que historicamente tem atraído compradores ("dip buyers") durante os mercados de alta. O repique a partir dessa confluência de suportes (linha inferior do canal + EMA 200) é um sinal técnico de força.

Se o impulso de recuperação se mantiver, a projeção técnica indica que o ETH pode ter como próximo alvo um rompimento em direção à linha superior do canal, que atualmente se encontra na área entre US$ 4.450 e US$ 4.500.

Esse seria o alvo de preço mais provável para o mês de outubro, caso o padrão de bandeira de alta se confirme.

Outras formações técnicas e os alvos de preço

A análise de outros padrões técnicos reforça a visão de uma possível recuperação. A formação de um "fundo duplo" no gráfico, por exemplo, também aponta para um alvo de preço intermediário na região da "linha de pescoço" da estrutura, em US$ 4.750, nos próximos dias.

Além disso, a manutenção do preço acima da "banda de suporte do mercado de alta semanal", uma zona de preço considerada crucial por alguns analistas, também apoia a tese de uma recuperação em direção a US$ 4.500.

Fonte: FOUR/X.

Caso o Ethereum consiga romper a linha de resistência superior da bandeira de alta, o alvo de preço projetado pelo padrão seria ainda mais ambicioso, acima de US$ 5.200, o que representaria uma nova máxima histórica para o ativo, potencialmente a ser atingida em novembro.

Os riscos de baixa e a invalidação do padrão

Apesar dos sinais técnicos otimistas, é crucial monitorar os níveis de suporte. Uma quebra abaixo da confluência de suportes na região de US$ 3.550 (linha inferior da bandeira e EMA 200) invalidaria o padrão de alta.

Nesse cenário de baixa, o ETH estaria exposto a retrações mais profundas, com os próximos níveis de suporte relevantes estando na faixa de US$ 3.000 a US$ 3.200.

Na última sexta-feira, o preço do ETH se recuperou novamente a partir da linha de suporte do canal, indicando que os compradores estão tentando manter o preço dentro do padrão.

A batalha agora se desloca para as médias móveis, que podem atuar como resistência. Se os compradores conseguirem superar essa barreira e romper a linha de resistência superior do canal, isso sinalizaria o início de um novo movimento de alta.

Há uma resistência em US$ 4.957, mas que provavelmente seria superada nesse cenário. O tempo está se esgotando para os vendedores. Eles precisariam puxar o preço rapidamente para baixo da linha de suporte para acelerar a venda, o que poderia levar a uma queda para o forte suporte de US$ 3.354.

Bandas de MVRV reforçam a tese de alta para US$ 4.500 - US$ 5.000

A análise on-chain através das "Bandas de Preço de Desvio Extremo do MVRV" também apoia a visão de que o Ethereum pode estar se preparando para um novo rali.

Essa métrica mostra que a recente retração do preço se estabilizou perto da banda média (mean band), em torno de US$ 3.900. Historicamente, essa banda média tem servido como um trampolim para novas altas.

Bandas de preço de desvio extremo MVRV do Ethereum. Fonte: Glassnode.

Cada vez que o preço do ETH se recuperou a partir desse ponto médio — incluindo no início de 2021, em meados de 2023 e no início de 2024 — o movimento foi seguido por um avanço em direção à banda de +1 desvio padrão (+1σ), que atualmente paira perto de US$ 5.000.

Essa estrutura sugere que o ETH permanece na fase de "correção saudável" de seu ciclo de alta atual, em vez de sinalizar uma exaustão do movimento.

Um impulso em direção à zona de US$ 4.500 a US$ 5.000 até o final de outubro parece estatisticamente provável, desde que o nível da banda média continue a se manter como suporte.

Atualização Fusaka do Ethereum está prevista para dezembro e foca em escalabilidade

Para manter seu bom funcionamento e escalabilidade, a rede Ethereum passa por atualizações importantes de tempos em tempos. A mais famosa foi a "Merge", em 2022. Em dezembro deste ano, outra atualização relevante deve ser concluída: a Fusaka.

Prevista para 3 de dezembro, a Fusaka "representa um passo importante na evolução do Ethereum", segundo analistas. Na prática, ela amplia a capacidade da rede de lidar com um volume muito maior de transações e dados, o que beneficia diretamente os usuários, os desenvolvedores e as soluções de segunda camada.

Um dos destaques da Fusaka é a introdução da tecnologia PeerDAS. Com ela, os validadores da rede não precisarão baixar todo o histórico de uma transação para validá-la; apenas uma amostragem de dados será necessária.

A novidade reduz "drasticamente" o consumo de banda e armazenamento, permite a diminuição das taxas de transação ("gas") e aumenta a capacidade das redes de segunda camada. Outro ponto relevante é a implementação das "Verkle Trees", que compactam provas de dados para torná-las mais rápidas de verificar.