Hack no Trust Wallet, força da BNB Chain e dúvidas sobre o futuro do Ethereum
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Relatos de um possível hack envolvendo a Trust Wallet começaram a circular logo após a atualização da extensão do navegador Chrome para a versão 2.68.0.
De acordo com publicações de usuários nas redes sociais, as perdas teriam ocorrido imediatamente após a importação das seed phrases para a nova versão da extensão. Em diversos casos relatados, os saldos das carteiras desapareceram em questão de minutos.
As publicações indicam que os fundos foram drenados assim que as frases de recuperação foram inseridas, sem qualquer interação adicional por parte dos usuários.
O investigador on-chain ZachXBT afirmou que múltiplas contas da Trust Wallet tiveram seus fundos drenados de forma inesperada em um curto intervalo de tempo.
Nos casos analisados, Bitcoin (BTC), Ethereum e BNB foram transferidos quase instantaneamente. Não houve indícios de retiradas graduais ou escalonadas: os valores foram movimentados de forma direta e imediata.
A análise on-chain indica que os responsáveis pelo ataque utilizaram diversos endereços de destino para receber os fundos. Os ativos passaram por várias carteiras intermediárias, seguindo um padrão de roteamento semelhante em diferentes ocorrências.
Drenagem estimada supera US$ 4,3 milhões
Com base em dados públicos disponíveis em blockchain, estima-se que mais de US$ 4,3 milhões tenham sido drenados das carteiras afetadas.
Esse valor considera apenas transferências visíveis ligadas a endereços associados aos relatos, sem incluir possíveis perdas ainda não identificadas.
Segundo ZachXBT, alguns dos endereços que receberam fundos incluem:
0x3b09A3c9aDD7D0262e6E9724D7e823Cd767a0c74
0x463452C356322D463B84891eBDa33DAED274cB40
0xa42297ff42a3b65091967945131cd1db962afae4
Esses endereços receberam ativos provenientes de múltiplas carteiras afetadas.
Fonte: ARKHAM
Ausência de posicionamento oficial e medidas de mitigação
Até o momento, a Trust Wallet não divulgou um comunicado oficial sobre o caso.
A empresa também não confirmou se a atualização da extensão do Chrome está diretamente relacionada às perdas relatadas. Da mesma forma, não foram anunciadas diretrizes de mitigação, medidas corretivas ou planos de recuperação para os usuários afetados.
Com base nas evidências on-chain disponíveis, o caso segue em avaliação, com o foco principal concentrado na atualização da extensão realizada em 24 de dezembro e na sequência temporal das transações observadas.
BNB Chain lidera usuários ativos e supera Ethereum e Solana em 2025
A BNB Chain encerrou 2025 como a blockchain com maior média de carteiras ativas diariamente, superando redes consolidadas como Ethereum e Solana nesse indicador de uso.
Os dados foram divulgados por plataformas de monitoramento como CryptoRank e TokenTerminal, que acompanham métricas de adoção e atividade em blockchains de primeira camada (Layer 1).
Segundo o levantamento, a BNB Chain registrou uma média de 4,32 milhões de carteiras ativas por dia ao longo de 2025, ocupando a primeira posição no ranking.
Na sequência do ranking, a Solana aparece com uma média de 3,23 milhões de carteiras ativas diárias, enquanto o NEAR Protocol ocupa a terceira colocação, com 3,15 milhões.
Os dados mostram que a diferença entre a BNB Chain e suas concorrentes vem se ampliando, à medida que o engajamento dos usuários na rede continua crescendo. O gráfico divulgado pelas plataformas destaca esse distanciamento progressivo no ritmo de adoção.
Reação de CZ reforça confiança no crescimento da rede
O fundador da Binance, Changpeng Zhao, conhecido como CZ, comentou os números em uma publicação breve na rede X.
Na mensagem, ele parabenizou desenvolvedores e participantes do ecossistema e projetou que 2026 será um ano ainda mais forte para a rede. A reação do executivo foi interpretada como um sinal de confiança na continuidade do crescimento da BNB Chain.
Analistas costumam destacar que métricas de carteiras ativas diárias oferecem uma leitura mais estrutural da adoção do que movimentos de preço isolados, pois refletem uso orgânico e recorrente da rede.
O crescimento da atividade também ocorre em paralelo ao avanço da adoção institucional. Um dos destaques citados foi o lançamento do fundo BUIDL, da BlackRock, na BNB Chain, movimento visto como um reforço de credibilidade para o ecossistema.
Além disso, a consistência no uso de aplicativos descentralizados (dApps) construídos sobre a rede sugere que o volume de interações não está concentrado em um único segmento, mas distribuído entre diferentes aplicações.
Integrações e licenciamento ampliam uso no mundo real
A BNB Chain também ganhou visibilidade recente após a plataforma Kalshi habilitar depósitos e saques em BNB e USDT por meio da rede.
Essa integração permite acesso mais rápido a um dos principais mercados globais de previsão, utilizando a infraestrutura da BNB Chain para transações mais ágeis e de menor custo.
Outro fator mencionado foi a obtenção de uma licença global em Abu Dhabi pela Binance, o que amplia o uso regulado da infraestrutura da BNB Chain e fortalece sua presença em aplicações do mundo real.
Ethereum dificilmente alcança novas máximas em 2026, avalia Ben Cowen
O analista de criptomoedas Benjamin Cowen afirmou que o Ethereum tem baixa probabilidade de atingir novas máximas históricas em 2026, considerando o atual contexto do mercado cripto.
Em participação no podcast Bankless, Cowen destacou que, caso o Bitcoin esteja de fato em um mercado de baixa, o ambiente se torna pouco favorável para uma valorização expressiva do Ether.
Segundo o analista, se o Bitcoin continuar demonstrando fraqueza estrutural, será difícil que o Ethereum sustente um movimento consistente de alta capaz de levá-lo a novos recordes.
Possível retomada do topo histórico pode virar “bull trap”
Cowen reconheceu que o Ethereum ainda pode, em tese, voltar a negociar próximo de sua máxima histórica. No entanto, alertou que esse movimento poderia configurar uma “bull trap”, ou seja, uma falsa retomada de alta seguida por uma reversão brusca.
De acordo com o analista, mesmo que o Ether volte a testar a região de US$ 4.878, nível atingido pela última vez em agosto, o movimento poderia ser seguido por uma queda acentuada, com o preço recuando para a faixa de US$ 2.000.
O Ethereum chegou a recuperar brevemente sua máxima histórica de 2021 em 22 de agosto, quando atingiu US$ 4.878, mas logo entrou em uma trajetória de queda.
Após esse movimento, o ativo perdeu força e recuou até US$ 2.767 em novembro. No momento da publicação da notícia, o Ether era negociado em torno de US$ 2.898, segundo dados do CoinMarketCap.
Uma eventual retomada até o topo histórico representaria uma valorização aproximada de 40,59% em relação ao preço atual.
Ethereum pode se destacar sozinho, sem puxar o mercado
Cowen enfatizou que, mesmo em um cenário em que o Ethereum consiga subir, isso não necessariamente provocaria um efeito dominó no restante do mercado cripto.
Segundo ele, entre as altcoins, o Ethereum é o único ativo que ainda considera com alguma chance de buscar níveis mais elevados neste ciclo. Para o analista, muitos outros projetos já perderam a janela de oportunidade para renovar máximas.
Ele acrescentou que, se determinadas altcoins não conseguiram atingir novos topos quando o mercado estava mais favorável, dificilmente conseguirão fazê-lo agora.
A visão cautelosa de Cowen se soma a outras projeções divulgadas recentemente. O trader veterano Peter Brandt, por exemplo, afirmou em dezembro que o Bitcoin poderia cair para US$ 60.000 até o terceiro trimestre de 2026.
Além disso, a Fundstrat Global Advisors alertou investidores sobre a possibilidade de uma correção relevante em 2026, projetando que o Ethereum poderia recuar para a faixa entre US$ 1.800 e US$ 2.000.
Apesar do tom mais conservador, o cenário não é consensual. O analista conhecido como Crypto With James afirmou recentemente que o Ethereum ainda não encerrou seu movimento de alta, defendendo que uma retomada de curto prazo em direção às máximas históricas continua possível.
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