Bitcoin recua para US$ 87.245; Ethereum vê prejuízo subir para 40% da oferta
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O mercado de ativos digitais enfrenta uma tarde de ajustes nesta sexta-feira (26), com o bitcoin demonstrando incapacidade de sustentar os ganhos registrados no início do dia.
A movimentação é acentuada por uma liquidez significativamente reduzida, típica do intervalo entre o feriado de Natal e o encerramento do ano civil.
Cotação do Bitcoin. Fonte: CoinMarketCap
Por volta das 19h (de Brasília), a principal criptomoeda do mundo registrava um recuo de 1,00%, sendo negociada no patamar de US$ 87.245,35.
Em uma dinâmica divergente, o Ethereum conseguia sustentar uma leve valorização de 0,87%, alcançando os US$ 2.953,04, segundo dados da exchange Binance.
O peso atual do mercado de criptoativos reside nos fluxos dos ETFs spot, que registraram a saída de 2.900 BTC — cerca de US$ 251 milhões — na última sessão.
Rotação para altcoins e o cenário de medo extremo
Nem todos os indicadores são negativos, pois surgem fluxos de diversificação em produtos relacionados à Solana e ao XRP.
Isso indica que o capital institucional não está necessariamente deixando o ecossistema cripto, mas se deslocando para ativos que apresentam narrativas de valor distintas.

Índice "Fear & Greed". Fonte: CoinMarketCap
Essa rotação torna o bitcoin temporariamente menos desejado, refletindo o sentimento de medo extremo capturado pelo índice "Fear & Greed", que atingiu os 20 pontos.
Apesar desse indicador alarmista, o quadro sob a superfície sugere uma dinâmica menos histérica do que parece.
Ethereum enfrenta erosão na base de detentores e perda de patamares importantes
Enquanto o bitcoin luta para manter sua sustentação técnica em um cenário de liquidez escassa, o Ethereum (ETH) atravessa um período de estresse ainda mais agudo em sua estrutura de lucratividade on-chain.
Cotação do Ethereum. Fonte: CoinMarketCap
Com a chegada do fim de dezembro, os investidores da rede enfrentam condições de mercado desafiadoras, com dados indicando que mais de 40% da oferta circulante está hoje operando com prejuízo.
O ativo encerrou os últimos três meses consecutivos em território negativo, registrando uma queda expressiva de 22,2% apenas no mês de novembro.
Em dezembro, a volatilidade persistente impediu que o ETH se consolidasse acima do patamar psicológico de US$ 3.000. No momento, a cotação orbita os US$ 2.927,78, acompanhando a tendência de fragilidade do setor.
Deterioração da rentabilidade e liquidez institucional
A recente fraqueza nos preços impactou severamente a saúde financeira dos detentores de longo prazo.
Segundo dados da Glassnode, o percentual de fornecimento circulante em lucro desabou de 75% para apenas 59% em um intervalo curto de tempo. Esse aumento das posições negativas sinaliza uma pressão vendedora latente, onde investidores buscam estancar perdas.
Oferta de Ethereum em lucro. Fonte: Glassnode
O fluxo institucional também não tem oferecido o suporte esperado para a segunda maior criptomoeda do mercado.
As saídas contínuas de recursos dos ETFs de Ethereum enfraquecem a demanda e impedem uma recuperação mais firme. Sem o aporte de grandes gestores, o ativo fica vulnerável às oscilações de curto prazo e à liquidação de posições alavancadas.
Rotação de baleias e a fuga para ativos alternativos
Diante da falta de ímpeto do Ethereum, grandes nomes do mercado começaram a reavaliar suas exposições estratégicas.
Erik Voorhees, fundador da Venice IA, realizou transferências de ETH para a THORChain com o objetivo de trocar sua posição por bitcoin cash (BCH). Esse movimento reflete uma busca por ativos que apresentem maior assimetria ou liquidez no cenário atual.
Arthur Hayes também tem movimentado seus ativos para exchanges centralizadas, justificando a migração para nomes de finanças descentralizadas (DeFi) de alta qualidade.
Hayes projeta que certos protocolos podem superar o desempenho do Ethereum à medida que as condições de liquidez global melhorem, indicando uma seletividade maior na alocação de risco.
Outras movimentações de vulto, como as transações da Cluster Capital para a Coinbase, somam mais de US$ 32 milhões em transferências recentes.
Embora o envio para exchanges não confirme vendas imediatas, o mercado interpreta esses fluxos como um sinal de prontidão para liquidez, aumentando a percepção de risco para os próximos dias de negociação.
Divergência estratégica entre acumulação e descrença
Apesar do pessimismo de alguns agentes, uma parcela relevante de investidores institucionais adota uma postura de acumulação contrária.
O endereço 0x46DB, por exemplo, adquiriu mais de 41 mil ETH ao longo de dezembro, mesmo enfrentando perdas não realizadas de US$ 8,3 milhões. A BitMine também realizou compras pesadas, mantendo uma aposta na valorização futura.
Essa divisão de expectativas evidencia uma polarização clara no mercado sobre o destino do ecossistema para 2026.
Enquanto os acumuladores focam no valor intrínseco e na utilidade da rede, os vendedores priorizam a preservação de capital diante de indicadores on-chain que apontam para uma pressão adicional no curto prazo.
Riscos de alavancagem e indicadores de sentimento
A análise técnica identifica pontos de vulnerabilidade que podem atrasar uma reversão de tendência.
O aumento no índice de alavancagem estimada (Estimated Leverage Ratio) sugere que o mercado está "esticado", elevando o risco de liquidações em cascata.
Quando muitos traders estão posicionados com dívida, qualquer queda acentuada força vendas automáticas.
Índice Coinbase Premium Index. Fonte: Coinglass
O Coinbase Premium Index, que mede a diferença de preços entre a exchange americana e o mercado global, atingiu o nível mais baixo em um mês.
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