VISC11 lucra R$ 21,9 milhões e projeta estabilidade; MAXR11 tem queda no resultado e anuncia menor dividendo em 7 meses

Pedro Augusto Prazeres
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Fonte: DepositPhotos

O fundo de investimento imobiliário Vinci Shopping Centers (VISC11) divulgou seu relatório gerencial referente ao mês de setembro de 2025, informando um resultado total de R$ 21,911 milhões.

O valor, equivalente a R$ 0,76 por cota, ficou abaixo do montante distribuído aos cotistas, que receberam R$ 0,81 por cota em dividendos. A diferença foi coberta pela utilização de parte das robustas reservas de lucros acumulados do fundo.

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Fonte: Vinci Compass

O relatório também detalhou a performance operacional dos shoppings da carteira, que apresentou um crescimento consistente em seus principais indicadores, e trouxe uma projeção de rendimentos (guidance) para os próximos meses, sinalizando a manutenção do patamar atual de distribuição. O fundo, que possui um patrimônio líquido de R$ 3,6 bilhões, segue com uma estratégia de gestão ativa de seu portfólio e de sua estrutura de capital.

Análise do resultado de setembro e da política de dividendos

O resultado de R$ 0,76 por cota apurado em setembro foi inferior aos R$ 0,81 por cota que foram distribuídos aos investidores. A decisão de pagar um valor superior ao lucro do mês foi viabilizada pelo uso das reservas do fundo, uma estratégia utilizada pela gestão para manter a previsibilidade e a estabilidade dos rendimentos mensais, mesmo em períodos com resultados ligeiramente mais fracos ou com variações no fluxo de caixa.

O fundo demonstrou ter uma posição de caixa robusta para suportar essa política. Ao final do período, o VISC11 encerrou com R$ 23,351 milhões em resultados ainda não distribuídos, o que equivale a um "estoque" de R$ 0,83 por cota.

Adicionalmente, o Shopping Paralela FII, um veículo de investimento que é integralmente detido pelo VISC11 para deter a participação no shopping de mesmo nome, possui um resultado acumulado adicional de R$ 10 milhões, ou R$ 0,35 por cota.

Somando os dois componentes, a reserva total de lucros não distribuídos do fundo alcança R$ 1,18 por cota, um colchão financeiro significativo que confere segurança e flexibilidade para a gestão.

Desempenho operacional dos shoppings mostra crescimento

Os indicadores operacionais do portfólio do VISC11 apresentaram uma evolução positiva e consistente no mês de setembro. O NOI (lucro operacional líquido) em caixa do conjunto de shoppings do fundo, assim como as vendas por metro quadrado, registraram um avanço de 2,8% em comparação com o mesmo mês do ano anterior.

O crescimento do NOI é um indicador fundamental da saúde operacional dos imóveis, pois reflete o aumento da receita de aluguéis e a eficiência na gestão dos custos.

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Fonte: StatusInvest

Na análise de "mesmas lojas", que compara o desempenho de um mesmo conjunto de lojistas em relação ao ano anterior, os resultados também foram positivos. As vendas (SSS - Same Store Sales) cresceram 1,7%, enquanto os aluguéis (SSR - Same Store Rent) subiram 5,2% no mesmo intervalo. O forte crescimento dos aluguéis em mesmas lojas demonstra a capacidade do fundo de reajustar seus contratos e de capturar o bom momento do setor de varejo, repassando o crescimento para suas receitas.

Qualidade da carteira e a estrutura financeira do fundo

Os indicadores de qualidade da carteira do VISC11 se mantiveram em níveis saudáveis, reforçando a resiliência do portfólio. A taxa de ocupação do fundo encerrou agosto em 94,5%, um patamar elevado para o setor de shoppings. Os descontos concedidos a lojistas ficaram em 1,9%, um nível baixo, enquanto a inadimplência líquida, já ajustada, ficou em 3,3%.

No balanço patrimonial, o fundo registrava ao final de setembro um patrimônio líquido de R$ 3,6 bilhões, enquanto o valor de suas participações em shoppings somava R$ 4 bilhões. A estrutura financeira do fundo também é um ponto de atenção.

O fundo possui obrigações relacionadas a aquisições anteriores no valor de R$ 702,6 milhões, referentes principalmente às parcelas pendentes da compra do Shopping Paralela. Para fazer frente a esses compromissos, o fundo mantém uma posição de caixa e aplicações financeiras que somavam R$ 224,9 milhões.

Desse total, R$ 218,9 milhões estão alocados em títulos públicos e fundos referenciados ao DI com liquidez imediata, o que confere segurança e agilidade para a gestão. Com isso, as obrigações líquidas do fundo totalizam R$ 477,7 milhões.

Projeção de dividendos para o segundo semestre

A gestão do VISC11 também divulgou em seu relatório uma projeção de rendimentos para os próximos meses, uma prática que aumenta a transparência e a previsibilidade para os cotistas. A expectativa é de que a distribuição de dividendos permaneça no intervalo entre R$ 0,80 e R$ 0,85 por cota até o final do ano, em dezembro de 2025.

Essa projeção leva em conta a performance operacional esperada para os shoppings da carteira e a estrutura de custos do fundo.

A manutenção do guidance em um patamar próximo ao que vem sendo distribuído sinaliza ao mercado uma expectativa de estabilidade na geração de caixa e na remuneração aos cotistas para o restante do ano.

A gestão ressalta, no entanto, que a previsão não deve ser interpretada como uma garantia de rentabilidade futura, mas apenas como uma estimativa baseada nas condições atuais do portfólio e do mercado. 

MAXR11 tem queda no resultado e anuncia menor dividendo em 7 meses

Enquanto o VISC11, um dos gigantes do setor de shoppings, projeta estabilidade, o fundo Max Retail (MAXR11), focado em imóveis comerciais, divulgou seus resultados de agosto com uma queda no lucro e anunciou o menor dividendo dos últimos sete meses.

O MAXR11 apresentou em agosto um resultado líquido de R$ 270,7 mil, um valor significativamente abaixo dos R$ 465,18 mil obtidos em julho. O resultado foi sustentado principalmente por receitas imobiliárias de R$ 314,07 mil.

Como reflexo do desempenho mais fraco, o fundo anunciou nesta última terça-feira (7) o pagamento de R$ 0,317 por cota em dividendos para outubro, o menor patamar dos últimos sete meses.

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Fonte: StatusInvest

A taxa de ocupação do fundo está em 74,19%, e o administrador informou que continua empenhado em atrair novos locatários para os espaços vagos. O relatório também destacou o encerramento formal do contrato de consultoria do fundo, após uma deliberação em Assembleia Geral Extraordinária (AGE).

Em relatórios recentes, o consultor havia apontado falhas de manutenção em imóveis que são ocupados pelas Lojas Americanas. O administrador do fundo notificou a empresa sobre a necessidade de reparos e informou que acompanha de perto as medidas corretivas, além de avaliar a execução de benfeitorias próprias para garantir a preservação do portfólio.

O portfólio do fundo inclui imóveis comerciais com contratos de vencimento em 2029, localizados em cidades como Manaus, que responde por 31,09% da receita, Brasília (24,89%) e Belém (13,79%).

Isenção de responsabilidade: este artigo representa apenas a opinião do autor e não pode ser usado como consultoria de investimento. O conteúdo do artigo é apenas para referência. Os leitores não devem tomar este artigo como base para investimento. Antes de tomar qualquer decisão de investimento, procure orientação profissional independente para garantir que você entenda os riscos.

 

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