Méliuz (CASH3) sobe 4% após aprovar recompra de 10% das ações; banco vê potencial de alta de 35%

Pedro Augusto Prazeres
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Fonte: DepositPhotos

As ações da Méliuz (CASH3), uma empresa de tecnologia que também atua como uma "Bitcoin Treasury Company", fecharam em alta de 4% nesta quarta-feira (8), cotadas a R$ 4,41.

O movimento de valorização foi uma reação direta ao anúncio da companhia de que seu conselho de administração aprovou um novo programa de recompra de até 9,1 milhões de ações, o que representa 10% dos papéis em circulação no mercado.

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Fonte: Google Finance

A decisão, que tem como objetivo maximizar a geração de valor para os acionistas, foi anunciada um dia após um grande banco de investimento, o BTG Pactual, tnr divulgado um relatório com projeções otimistas para a empresa, no qual já antecipava a possibilidade de um programa de recompra.

A combinação do movimento da própria companhia com a visão positiva do mercado reforçou o sentimento otimista em relação ao papel.

Os detalhes do novo programa de recompra de ações

O programa de recompra aprovado pela Méliuz autoriza a aquisição de até 9,1 milhões de ações, com um prazo de até 18 meses para sua execução. O objetivo principal da medida, segundo a companhia, é "maximizar a geração de valor para o acionista".

Programas de recompra são geralmente vistos como um sinal positivo pelo mercado, pois indicam que a administração da empresa acredita que suas próprias ações estão sendo negociadas a um preço abaixo de seu valor justo.

Ao recomprar os papéis, a empresa reduz o número de ações em circulação, o que, por sua vez, aumenta a participação de cada acionista remanescente nos lucros e nos ativos da companhia.

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Preço Bitcoin. Fonte: CoinMarketCap

No caso da Méliuz, que adota uma estratégia de manter parte de seu caixa em Bitcoin, a empresa destacou um objetivo adicional: a recompra pode "fornecer um eventual percentual de participação e, com isso, um aumento do número de bitcoin por ação".

Isso significa que, com menos ações em circulação, a fatia do tesouro em Bitcoin que corresponde a cada ação aumenta, o que reforça a tese de investimento na companhia como uma forma de exposição indireta ao criptoativo.

A posição financeira da Méliuz e a percepção de valor

Para executar o programa, a Méliuz conta com uma posição de caixa robusta. A empresa informou que possui atualmente 604,69 bitcoins, avaliados em cerca de R$ 397,3 milhões, além de R$ 71,5 milhões em caixa tradicional. Somados, os ativos de alta liquidez da companhia chegam a quase R$ 470 milhões.

Esse valor se aproxima do próprio valor de mercado da empresa, que era de aproximadamente R$ 479 milhões no fechamento da última terça-feira, quando as ações eram negociadas a R$ 4,24.

A proximidade entre o valor do caixa e o valor de mercado é um dos principais argumentos de quem acredita que a ação está subvalorizada. A tese é de que o mercado estaria atribuindo um valor muito baixo, ou até mesmo nulo, para a operação de cashback da empresa, que é seu negócio principal.

A visão do mercado e as projeções otimistas

O anúncio do programa de recompra veio em linha com as expectativas de parte do mercado. 

Em um relatório divulgado na véspera, o BTG Pactual já havia afirmado que "não se surpreenderia em ver a Méliuz explorando alternativas para executar um programa de recompra", citando o nível de preço atual das ações e a melhora operacional do negócio legado de cashback.

A análise do banco traça um paralelo com ciclos anteriores da companhia, nos quais reduções de capital, que somaram cerca de R$ 440 milhões (equivalentes a 85% do valor de mercado antes da primeira distribuição), impulsionaram fortemente a cotação das ações.

O relatório também destacou que, se o negócio legado de cashback fosse avaliado em aproximadamente R$ 200 milhões, o que implicaria um múltiplo EV/EBITDA abaixo de três vezes, as ações da Méliuz poderiam subir até 35%.

"A assimetria da tese segue favorável para o lado positivo", escreveu o banco. A instituição mantém uma recomendação de compra para as ações da Méliuz, com um preço-alvo de R$ 9,00 para os próximos 12 meses.

A melhora operacional do negócio de cashback

A visão otimista do mercado não se baseia apenas na percepção de que a ação está barata, mas também em uma melhora nos fundamentos operacionais da companhia.

Na análise do BTG, o "negócio de cashback está ganhando força, embora ainda não esteja totalmente refletido no preço das ações".

O banco projeta que o Ebitda da companhia, um indicador de sua geração de caixa operacional, deve alcançar cerca de R$ 20 milhões no terceiro trimestre de 2025.

O número representa uma revisão para cima em relação à estimativa anterior, que era de R$ 16 milhões, e sinaliza que a operação principal da empresa está em uma trajetória de recuperação de rentabilidade, um fator crucial para a sustentação do preço das ações no longo prazo.

Isenção de responsabilidade: este artigo representa apenas a opinião do autor e não pode ser usado como consultoria de investimento. O conteúdo do artigo é apenas para referência. Os leitores não devem tomar este artigo como base para investimento. Antes de tomar qualquer decisão de investimento, procure orientação profissional independente para garantir que você entenda os riscos.

 

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