Ibovespa sobe com recuo de Trump sobre tarifas; dólar cai para R$ 5,46 com alívio no risco externo

O Ibovespa iniciou a semana em tom de recuperação e fechou em alta de 0,78%, aos 141.783,36 pontos, recuperando parte das fortes perdas registradas na semana passada.
Embora o índice ainda precise de um caminho considerável para voltar à sua máxima histórica de 147 mil pontos, conquistada há duas semanas, o movimento de hoje foi visto como um bom começo, impulsionado por um alívio nas tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China.
Fonte: Google Finance
O principal motor para o otimismo nos mercados globais, incluindo o brasileiro, foi a mudança de postura do presidente dos EUA, Donald Trump, que recuou em suas ameaças de impor novas tarifas sobre produtos chineses.
A fala mais branda acalmou os investidores e levou a um dia de alta nas bolsas de Wall Street e da Europa. No entanto, o mercado ainda opera com cautela, com alertas sobre a possibilidade de mais volatilidade nos próximos dias.
Trump recua em ameaça de tarifas e acalma mercados globais
O que ditou o ritmo dos mercados nesta segunda-feira foi a mudança no discurso do presidente americano, Donald Trump, em relação à China. Na última sexta-feira, os mercados globais despencaram após Trump ameaçar a China com novas e pesadas tarifas de importação.
No entanto, durante o fim de semana, o presidente adotou um tom muito mais conciliador. "Não se preocupem com a China, vai ficar tudo bem! O respeitadíssimo Presidente Xi acaba de passar por um momento ruim.
Ele não quer uma depressão para o seu país, e eu também não", escreveu Trump em uma rede social, acrescentando que "os EUA querem ajudar a China, não prejudicá-la".
O recuo foi reforçado na manhã de hoje pelo secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent. Em entrevista à Fox Business, ele afirmou que a tarifa de 100% contra bens da China não precisa ser efetivada e que as linhas de diálogo com as autoridades chinesas foram reabertas.
A mudança de tom foi o suficiente para acalmar os mercados, com os principais índices em Wall Street e na Europa fechando em alta. A percepção do mercado, como resumiu um estrategista da Ebury, é de que "o latido de Trump é pior do que a mordida".
Alerta de volatilidade e outros riscos no radar
Apesar do alívio momentâneo, a visão de grandes bancos de investimento, como o JPMorgan, é de que o sobe e desce dos mercados deve continuar nos próximos dias.
A forte alta na volatilidade vista na última sexta-feira pode forçar fundos de investimento que possuem metas de volatilidade a reduzirem sua alavancagem, o que poderia gerar vendas adicionais de até US$ 30 bilhões em ações, mesmo que o mercado continue a se recuperar. O alerta serve como um contraponto ao otimismo visto no pregão de hoje.
Outros fatores de risco também continuam no radar dos investidores. A paralisação do governo americano continua, sem um acordo à vista, e o próprio secretário do Tesouro alertou que a situação já está afetando a economia.
Nesse ínterim, o ouro, principal ativo de proteção do mercado, segue batendo recordes históricos e já superou a marca de US$ 4.100 a onça, um sinal de que a busca por segurança continua. Em uma nota geopolítica mais positiva, Trump esteve no Egito para assinar um acordo de cessar-fogo em Gaza, o que pode reduzir as tensões no Oriente Médio.
Desempenho dos pesos-pesados: Vale e Petrobras sobem
No pregão da bolsa brasileira, a alegria foi quase geral, com as ações de maior peso no índice liderando os ganhos. A Vale (VALE3) foi um dos principais destaques, com uma alta de 1,49%, em um dia em que os preços do minério de ferro na Ásia deram suporte ao papel.
As ações da Petrobras (PETR4) também tiveram um bom desempenho e fecharam em alta de 0,97%.
O movimento acompanhou a recuperação dos preços do barril de petróleo no mercado internacional, e ocorreu apesar de projeções de um aumento da oferta global e da percepção de uma redução do risco geopolítico no Oriente Médio.
Bancos e varejo em direções opostas
O setor bancário, que tem grande peso no Ibovespa, também teve um dia positivo e contribuiu para a alta do índice.
As ações do Banco do Brasil (BBAS3) ganharam 1,31%, as do Bradesco (BBDC4) subiram 0,42%, e as do Itaú Unibanco (ITUB4) avançaram 0,40%. O Santander (SANB11) também virou para o positivo na reta final do pregão e fechou com uma leve alta de 0,14%.
O setor de varejo, no entanto, teve um dia misto e com viés negativo. Os destaques de queda ficaram com o Magazine Luiza (MGLU3), que caiu 2,38%, e com o Assaí (ASAI3), que perdeu 2,07%.
Entre outros destaques individuais, a Sabesp (SBSP3) subiu 1,08%, em um dia em que diferentes bancos expuseram visões divergentes sobre a ação, enquanto a BB Seguridade (BBSE3) caiu 0,46%, após a divulgação de dados de agosto.
Dólar tem dia de ajuste, cai 0,79% e fecha abaixo de R$ 5,50
Após disparar mais de 2% na sessão anterior, o dólar passou por um dia de ajustes no Brasil e encerrou esta segunda-feira em queda, abaixo do patamar de R$ 5,50. A moeda norte-americana à vista fechou com uma baixa de 0,79%, cotada a R$ 5,4603.
O movimento foi uma reação direta ao alívio no discurso do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em relação à China.
Fonte: Google Finance
Na sexta-feira, o dólar havia fechado em forte alta, a R$ 5,5038, após Trump anunciar uma tarifa de 100% sobre os produtos chineses.
No entanto, durante o fim de semana, o presidente adotou um tom mais conciliador, afirmando que as tensões com a China "ficarão bem" e que os EUA não querem prejudicar o país asiático.
A mudança de postura abriu espaço para a busca por ativos de maior risco, como as moedas de países emergentes, incluindo o real.
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