BLMG11 atinge yield de 13,4% e zera dívidas; XPLG11 expande portfólio para R$ 4,4 bilhões
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O BLMG11 reportou um lucro líquido de 1,772 milhão de reais no encerramento de outubro, registrando uma leve retração frente aos 1,933 milhão de reais apurados em setembro. A receita total do período somou 2,292 milhões de reais, enquanto as despesas operacionais foram contidas em 520,2 mil reais.
Com base nesse desempenho, o fundo manteve a distribuição de dividendos no patamar de 0,36 real por cota. O valor representa um dividend yield anualizado de 13,4%, calculado sobre o preço de fechamento da cota no mercado secundário ao final do mês de referência.
Resultados financeiros e o impacto da distribuição mensal
A oscilação marginal no resultado contábil entre setembro e outubro reflete ajustes pontuais no fluxo de recebimentos das receitas de locação. A gestão manteve a disciplina financeira para garantir que o repasse aos cotistas permanecesse estável, preservando a previsibilidade do fluxo de caixa distribuível.
O payout de 0,36 real demonstra a resiliência do portfólio atual em converter a receita imobiliária bruta em rendimentos líquidos para o investidor.
O dividend yield de 13,4% anualizado posiciona o fundo em um nível competitivo dentro do segmento de renda urbana e logística. Esse retorno é sustentado pela qualidade dos contratos vigentes e pela gestão ativa das vacâncias, que busca minimizar períodos de inatividade dos ativos físicos.
Desalavancagem total e a transação com o GGRC11
O ponto central do relatório de outubro foi a conclusão da venda da participação remanescente no ativo Triple A e no terreno em Cabreúva. A operação foi realizada junto ao fundo GGRC11 e marcou o encerramento definitivo da exposição do BLMG11 a dívidas estruturadas.
Com o desfecho desta transação, o fundo eliminou todas as suas obrigações financeiras, tanto diretas quanto indiretas, atingindo um patamar de 0% de alavancagem. O balanço patrimonial agora está totalmente limpo, eliminando o impacto negativo das despesas de juros sobre o resultado mensal.
Nova estratégia multiestratégia e mudanças regulatórias
Acompanhando o saneamento financeiro, o fundo implementou alterações profundas em seu regulamento para flexibilizar a tese de investimento. A principal mudança simbólica foi a retirada do termo “Logística” de sua denominação, sinalizando uma transição para um modelo multiestratégia.
As novas regras permitem que o BLMG11 adquira imóveis de diferentes segmentos e invista em operações com lastro imobiliário diversificado.
O novo regulamento também autoriza a implementação de um programa de recompra de cotas pelo próprio fundo.
A estratégia agora foca na aquisição de ativos considerados resilientes e com elevado potencial de geração de renda em diversas regiões do país. A meta é buscar ganho de capital através da reciclagem do portfólio e da geração de valor operacional direto no relacionamento com os inquilinos.
Conclusão do turnaround e foco em centros urbanos
O encerramento da alavancagem marca o fim de um processo de reestruturação iniciado em outubro de 2022. Naquela época, o fundo operava com um endividamento próximo a 67% do patrimônio, nível que exigiu uma gestão de passivos rigorosa ao longo dos últimos dois anos.
A BlueMacaw executou uma estratégia de desinvestimento seletivo para reduzir o passivo sem comprometer a qualidade estrutural da carteira. A transição para uma estrutura com dívida zero demonstra a conclusão bem-sucedida do turnaround financeiro planejado pela equipe de gestão.
XPLG11 expande portfólio bilionário com aquisição de ativos da RBR
Enquanto o mercado acompanha a desalavancagem total do BLMG11, o setor logístico presencia uma das maiores transações de portfólio do ano com a consolidação de ativos da RBR pela XP Asset.
A transação bilionária envolve a transferência de cinco ativos logísticos do RBRL11 e do imóvel Bricklog Guarulhos para o portfólio do XPLG11. Além disso, a gestão avançou na diligência para a incorporação do CL Imigrantes V, ativo estratégico que pertencia ao fundo RDLI11.
Fonte: StatusInvest
O valor total da negociação foi fixado em aproximadamente 1,59 bilhão de reais, após um semestre de negociações intensas e cumprimento de condições precedentes. Este movimento consolida a XP Asset como um dos players mais agressivos na reciclagem de galpões premium do país.
A estrutura de pagamento foi desenhada de forma híbrida para preservar o caixa do comprador enquanto oferece liquidez ao vendedor. O desembolso imediato em dinheiro somou 322,8 milhões de reais, complementado pela assunção de 20 milhões em dívidas estruturadas de longo prazo.
A maior parte do montante, cerca de 936 milhões de reais, foi liquidada através da subscrição e integralização de cotas da 8ª emissão do XPLG11. Essa estratégia permite que os fundos vendedores mantenham exposição ao setor logístico através de um veículo com maior liquidez de mercado.
Métricas operacionais e a dominância do Mercado Livre na carteira
Com a integração total desses novos ativos, o patrimônio líquido do XPLG11 atinge o patamar de 4,4 bilhões de reais. O portfólio agora é composto por 25 empreendimentos distribuídos por seis estados brasileiros, totalizando 1,41 milhão de metros quadrados de área bruta locável.
A diversificação da base de locatários atinge 78 companhias diferentes, embora a exposição ao Mercado Livre permaneça como o principal vetor de receita. A natureza dos contratos é equilibrada, com 32% da receita proveniente de acordos atípicos que oferecem maior previsibilidade.
O prazo médio ponderado de vigência dos contratos, conhecido como Waly, foi estabelecido em 5,1 anos, garantindo fluxo de caixa estável no médio prazo. Esse indicador é fundamental para sustentar o guidance de dividendos, atualmente mantido em 0,82 real por cota.
O cap rate projetado para o primeiro ano da operação é de 9,7%, um nível atraente considerando o atual custo de oportunidade do mercado. Essa rentabilidade reflete a qualidade técnica dos ativos adquiridos e a capacidade da gestão em extrair valor operacional imediato das locações.
Arbitragem e potencial de valorização para os cotistas do RBRL11
Do lado do vendedor, o RBRL11 recebeu 40 milhões de reais em espécie, além da quitação integral de obrigações financeiras assumidas pelo comprador. O fundo agora detém uma posição relevante em cotas do XPLG11, totalizando aproximadamente 630 milhões de reais.
Uma cláusula importante da negociação prevê o pagamento de um prêmio de locação de 48 milhões de reais pelo RBRL11 ao comprador nos próximos três anos. Parte deste valor está estritamente condicionada ao atingimento de métricas específicas de performance dos imóveis transferidos.
A RBR Asset estima que o valuation intrínseco do RBRL11 esteja em 106,96 reais por cota, o que aponta para um potencial de valorização superior a 21%. Esse cálculo considera o desconto expressivo entre o preço de mercado atual e o valor patrimonial estimado pela gestora.
Para mitigar o impacto da transição no curto prazo, os cotistas do RBRL11 ficarão totalmente isentos da taxa de gestão pelos próximos 36 meses. Essa medida visa compensar a incerteza sobre o novo guidance de dividendos, que passará a depender dos repasses feitos pelo XPLG11.
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