Mercados em 2026: Ouro, Bitcoin e o Dólar voltarão a fazer história? — Veja o que pensam as principais instituições
- Dólar rompe R$ 5,52 e metais disparam com tensão externa
- Ethereum trava nos US$ 3 mil mas fundamentos on-chain divergem do preço
- O ouro continua registrando máximas recordes diante do aumento das tensões geopolíticas e das apostas em cortes de juros pelo Fed
- Os analistas de Wall Street mantiveram suas recomendações de compra para as ações da Nvidia, apesar das preocupações com a avaliação da empresa e da concorrência mais acirrada.
- Bitcoin consolida sua posição como uma opção de investimento segura.
- O ouro recua levemente apesar das expectativas de cortes de juros pelo Fed em meio ao arrefecimento da inflação nos EUA

Após um ano turbulento, o que esperar dos mercados de commodities, forex e criptomoedas em 2026?
Ouro (XAU/USD)
Perspectiva do mercado
"Em 2025, os preços do ouro avançaram 60% — o maior aumento anual desde 1979 — beneficiados por diversos fatores: cortes de juros do Fed, compras sustentadas por bancos centrais e tensões geopolíticas recorrentes.
Olhando para 2026, o World Gold Council indica que o ouro pode trazer novas surpresas. Com a expectativa de novos cortes de juros pelo Fed, fraqueza do dólar americano e riscos geopolíticos em intensificação, o ouro pode subir entre 5% e 15% em 2026.
Em cenários extremos — como uma desaceleração econômica global combinada com afrouxamento monetário agressivo do Fed — o ouro poderia subir entre 15% e 30% no próximo ano.
Os principais bancos de investimento seguem amplamente otimistas, com preços-alvo concentrados entre US$ 4.500 e US$ 5.000 por onça.
O Goldman Sachs espera que o ouro alcance US$ 4.900/onça até o fim de 2026, apoiado pelo crescimento contínuo da demanda de bancos centrais e pelos fluxos para ETFs.
O Bank of America reforça que a expansão dos déficits fiscais dos EUA e o aumento da dívida devem fornecer suporte estrutural persistente aos preços do ouro, projetando US$ 5.000/onça em 2026."
Bitcoin (BTC/USD)
"Em 2025, o Bitcoin atingiu uma máxima histórica, mas depois recuou, encerrando o ano praticamente estável.
Olhando adiante, o Standard Chartered revisou seu preço-alvo para o Bitcoin de US$ 200.000 para US$ 150.000, citando a expectativa de que empresas de tesouraria cripto (Digital Asset Treasury, DAT) interrompam compras de Bitcoin — embora os fluxos para ETFs devam continuar sendo um forte fator de suporte.
A Bernstein também projeta o Bitcoin em US$ 150.000 em 2026 e US$ 200.000 em 2027.
Segundo a Bernstein, o Bitcoin rompeu seu ciclo clássico de quatro anos e agora estaria em um ciclo de alta prolongado. O Morgan Stanley, por outro lado, discorda, alertando que o ciclo de quatro anos ainda permanece válido e que o mercado de alta pode estar próximo do fim."
Índice Nasdaq 100 (NAS100)
"Em 2025, o índice Nasdaq 100 subiu 22%, superando o ganho de 18% do S&P 500 e marcando seu terceiro ano consecutivo de alta.
A maioria das instituições espera que o desempenho das ações dos EUA continue forte em 2026, sustentado por investimentos persistentes em inteligência artificial (IA).
O JPMorgan destaca que os operadores de data centers em larga escala — incluindo Amazon, Google, Microsoft e Meta — devem manter níveis elevados de investimento nos próximos anos, com gastos acumulados podendo chegar a centenas de bilhões de dólares até 2026. Esse ciclo de investimentos deve beneficiar empresas-chave do Nasdaq 100, como NVIDIA, AMD e Broadcom.
O JPMorgan traçou cenários de alta para o S&P 500, nos quais o índice poderia se aproximar do nível de 7.500 em 2026, enquanto o Deutsche Bank apresenta cenários ainda mais otimistas, apontando para cerca de 8.000 pontos até o fim de 2026, condicionados a forte crescimento de lucros e continuidade dos investimentos em IA.
Com base nesses alvos para o S&P 500, analistas indicam que o Nasdaq 100 poderia ultrapassar 27.000 pontos em 2026."
Prata (XAG/USD)
"Impulsionados por escassez de oferta e por uma forte compressão na relação ouro/prata, os preços da prata registraram ganhos expressivos em 2025, superando amplamente o desempenho do ouro.
O Silver Institute alerta para um déficit estrutural persistente no mercado global de prata, impulsionado por forte demanda industrial, recuperação da demanda por investimento e crescimento mais lento da oferta. A entidade espera que esse desequilíbrio entre oferta e demanda persista — e possivelmente se amplie — em 2026, sustentando os preços da prata.
O UBS elevou seu alvo para a prata em 2026 para US$ 58–60/onça, com potencial de alcançar US$ 65/onça. O Bank of America também projeta a prata em US$ 65/onça em 2026."
Ethereum (ETH/USD)
"Em 2025, o Ethereum apresentou volatilidade maior do que o Bitcoin, também encerrando o ano praticamente estável.
Para 2026, as instituições estão, em geral, otimistas quanto às perspectivas do Ethereum. O JPMorgan destaca o enorme potencial da tokenização, que depende fortemente da infraestrutura da blockchain do Ethereum.
Tom Lee, chairman da BitMain, acredita que a onda de tokenização irá remodelar o próximo superciclo cripto. Ele projeta o ETH em US$ 20.000 em 2026, afirmando que o Ethereum encontrou seu fundo em 2025 e está preparado para uma valorização significativa."
EUR/USD
"Em 2025, o EUR/USD subiu 13%, o maior ganho anual em quase oito anos, impulsionado pela desvalorização do dólar americano.
Para 2026, a maioria das instituições espera novas altas para o EUR/USD, sustentadas pela divergência de políticas monetárias entre EUA e Europa (cortes de juros pelo Fed versus manutenção dos juros pelo BCE).
JPMorgan e Nomura projetam que o EUR/USD pode alcançar 1,20 até o fim de 2026; o Bank of America é mais otimista, com alvo em 1,22.
No entanto, o Morgan Stanley alerta que o EUR/USD pode sofrer pressão no segundo semestre de 2026, à medida que a economia dos EUA supere a europeia. O banco espera que o par suba inicialmente para 1,23, antes de recuar para 1,16 no 2º semestre de 2026."
USD/JPY
"Em 2025, o USD/JPY caiu inicialmente, mas se recuperou depois, encerrando o ano com queda de aproximadamente 1%.
As projeções para 2026 são altamente divergentes: JPMorgan e Barclays estão otimistas, enquanto Citigroup e Nomura adotam uma visão mais pessimista.
O JPMorgan argumenta que as expectativas de alta de juros pelo Banco do Japão (BOJ) já estão precificadas, e que a expansão fiscal no Japão pode pressionar o iene. O banco projeta o USD/JPY em 164 até o fim de 2026.
A Nomura, por outro lado, afirma que a redução do diferencial de juros deve diminuir a atratividade do carry trade em iene. Caso os indicadores macroeconômicos dos EUA enfraqueçam, investidores podem desmontar essas posições, provocando valorização do iene. A instituição projeta o USD/JPY em 140 antes do fim de 2026."
Petróleo Bruto (USOIL)
"Em 2025, os preços do petróleo despencaram quase 20%, à medida que a OPEP+ restaurou a produção e a oferta dos EUA aumentou.
Para frente, muitas instituições veem os riscos inclinados para excesso de oferta, especialmente se a produção da OPEP+ permanecer elevada e o crescimento da demanda global desacelerar.
O Goldman Sachs traçou um cenário pessimista no qual o WTI poderia ter média em torno de US$ 52 por barril, e o Brent cerca de US$ 56 por barril em 2026. O JPMorgan também destaca cenários negativos, com o WTI em torno de US$ 54 por barril e o Brent perto de US$ 58 por barril, condicionados à manutenção de superávits de oferta."
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