ALZR11 projeta alta nos dividendos; PVBI11 tem lucro maior, mas revisa proventos para R$ 0,45

O fundo de investimento imobiliário Alianza Trust Renda Imobiliária (ALZR11) divulgou seu relatório gerencial referente ao mês de agosto, informando um resultado de R$ 10,592 milhões.
O desempenho foi inferior ao obtido no mês anterior, quando o fundo havia registrado R$ 12,242 milhões. Com base nos números, o fundo anunciou a distribuição de R$ 0,0836 por cota em dividendos, que serão pagos no dia 25 de setembro.
Fonte: Alianza
A notícia mais relevante do relatório, no entanto, foi a divulgação da projeção de rendimentos (guidance) para o segundo semestre de 2025, que aponta para uma alta nos dividendos recorrentes do fundo. O período também foi marcado por reajustes de aluguéis pela inflação e por um contínuo crescimento na base de investidores do fundo.
Análise do resultado de agosto e da distribuição de proventos
O resultado de R$ 10,592 milhões em agosto foi sustentado por uma receita bruta de R$ 11,716 milhões, enquanto as despesas do período somaram R$ 1,124 milhão.
A distribuição de rendimentos aos cotistas, no valor de R$ 0,0836 por cota, será paga aos investidores que possuíam posição no fundo no fechamento do pregão do dia 18 de setembro.
O resultado apurado no mês, no entanto, foi superior ao valor distribuído.
A diferença, de R$ 0,010 por cota, foi utilizada para reforçar a reserva de lucros do fundo, que, após o pagamento, passará a representar um "colchão" financeiro de R$ 0,046 por cota. Essa reserva pode ser utilizada para complementar distribuições futuras e manter a estabilidade dos rendimentos.
Posição de caixa robusta e reajustes de aluguéis no portfólio
O ALZR11 terminou o mês de julho com uma posição de caixa e valores mobiliários de R$ 249 milhões, um montante que equivale a 19% do patrimônio líquido do fundo.
Segundo a gestão, esse nível de liquidez é considerado confortável para sustentar os compromissos de longo prazo da carteira. A posição de caixa foi reforçada recentemente pelo recebimento de parcelas de vendas de ativos realizadas no passado.
No lado operacional, o mês de agosto trouxe reajustes importantes nos contratos de aluguel. Os contratos dos galpões refrigerados da BRF e do Centro de Distribuição da Coca-Cola FEMSA foram atualizados em 5,2%, percentual que corresponde ao IPCA acumulado nos últimos 12 meses.
Com essa movimentação, aproximadamente 60% dos contratos do portfólio do fundo já passaram por correção inflacionária em 2025, o que deve impactar positivamente a receita recorrente nos próximos meses.
Crescimento na base de cotistas e a visão sobre o preço da cota
O fundo também continuou a expandir sua base de investidores. Em agosto, 1.851 novos cotistas se juntaram ao fundo, elevando o total para mais de 167 mil investidores, um crescimento de 1,1% em relação ao mês anterior.
O principal catalisador para essa expansão foi o desdobramento de cotas realizado em maio, que tornou o preço da cota mais acessível e atraiu novos investidores.
Fonte: StatusInvest
Apesar da boa fase operacional e do aumento no número de investidores, a gestão observa que as cotas do fundo continuam sendo negociadas no mercado secundário com um leve desconto em relação ao seu valor patrimonial.
Na visão da equipe gestora, esse desconto é um reflexo do cenário macroeconômico ainda desafiador, e não da performance do fundo, que, segundo eles, vive o melhor momento desde sua oferta inicial (IPO).
Guidance de dividendos sinaliza alta para o segundo semestre
A principal novidade do relatório foi a divulgação de uma projeção de dividendos para o segundo semestre de 2025. A gestão estima que as distribuições mensais ficarão no intervalo entre R$ 0,080 e R$ 0,082 por cota.
Esse valor é superior ao que foi distribuído no semestre anterior, e a melhora é um reflexo direto das aquisições de novos imóveis que foram financiadas com os recursos da última emissão de cotas.
A gestão fez questão de ressaltar que essa projeção considera apenas as receitas recorrentes, como os aluguéis e os rendimentos das aplicações financeiras em caixa.
Resultados extraordinários, como o lucro obtido na venda de imóveis, não entram nessa previsão. Isso significa que, caso o fundo realize novas vendas de ativos com lucro nos próximos meses, os dividendos efetivamente pagos aos cotistas poderão ser ainda maiores do que os projetados no guidance.
A carteira do ALZR11, que é composta por 23 imóveis, também se destaca por uma movimentação relevante recente, com o pagamento de aproximadamente R$ 10 milhões referentes ao "Earn Out" da compra dos ativos Oba, após o inquilino cumprir as obrigações contratuais previstas.
PVBI11 tem maior lucro em 10 meses, mas revisa dividendo para R$ 0,45
Enquanto o ALZR11, um fundo com portfólio diversificado, projeta alta nos seus rendimentos, o VBI Prime Properties (PVBI11) registrou um resultado de R$ 14,278 milhões em agosto, o que equivale a R$ 1,06 por cota.
Este resultado representa um crescimento de 22,7% em relação a julho e foi o maior registrado pelo fundo nos últimos 10 meses. A partir desse desempenho, foram distribuídos R$ 12,208 milhões em dividendos, equivalentes a R$ 0,45 por cota, com o pagamento realizado em 12 de setembro.
Fonte: Patria
A gestão do fundo explicou que o valor do rendimento mensal foi revisado para R$ 0,45 por cota, um patamar que acompanha a geração de caixa recorrente observada pelo fundo. A expectativa é de que essa faixa seja mantida até o final do ano.
Embora o objetivo inicial fosse sustentar os R$ 0,50 por cota comunicados anteriormente, fatores como o ritmo de novas locações, os períodos de carência e os descontos concedidos a novos inquilinos acabaram pressionando os números.
Para garantir maior estabilidade, a estratégia da gestão foi preservar a reserva de lucros e ajustar a distribuição. A expectativa é de que os rendimentos evoluam gradualmente, com um potencial de recuperação da receita de até 35% à medida que a ocupação avance.
Movimentações na carteira e vacância de apenas 0,8%
O mês de agosto também foi marcado por uma gestão comercial ativa. No edifício Union, a Infra Capital assumiu uma área de 300 m², enquanto no FL 4440, a BW ampliou sua área em 2.213 m². Além disso, foram assinados contratos que terão efeito nos próximos meses, como a locação de 247 m² para a NF Advocacia no edifício The One e a entrada da Timbro Trading no Vera Cruz. Em contrapartida, estão previstas saídas da Cascione do FL 4440 em dezembro e da Julius Baer do Vera Cruz no início de 2026.
Apesar das movimentações, a vacância física do portfólio ao final de agosto era de apenas 0,8%, resultado da saída de um inquilino do Edifício Bravo Paulista. A gestão informou que já recebeu uma proposta formal para a ocupação desse espaço. Atualmente, o fundo não possui dívidas e tem aproximadamente 97% de seu patrimônio alocado em imóveis.
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