Ouro se mantém próximo do recorde histórico diante da postura dovish do Fed e das tensões geopolíticas

O ouro continua recebendo suporte do sinal dovish do Fed e do aumento das tensões geopolíticas.
O dólar (USD) prolonga sua recuperação a partir de uma máxima de vários anos e pode limitar os ganhos da commodity.
Um tom de risco positivo pode atuar como um vento contrário adicional para o par XAU/USD antes dos comentários do Fed.
Ouro (XAU/USD) tem dificuldade em sustentar a alta de sexta-feira e oscila em uma faixa estreita abaixo da marca de US$ 3.700 no início da nova semana. O dólar americano (USD) continua se recuperando da mínima desde julho de 2022, atingida na reação ao corte dovish do Federal Reserve (Fed), e se mostra um fator-chave limitando os ganhos da commodity. Além disso, um tom geralmente positivo nos mercados de ações contribui para restringir a alta do metal precioso considerado porto seguro.
Apesar desses fatores negativos, o par XAU/USD permanece próximo do recorde histórico, sustentado por um contexto fundamental amplamente favorável. O banco central dos EUA sinalizou que dois novos cortes de juros devem ocorrer até o final do ano, após reduzir os custos de empréstimo pela primeira vez desde dezembro, beneficiando o ouro, que apresenta menor rendimento. Além disso, o aumento das tensões geopolíticas e as persistentes incertezas comerciais indicam que o caminho de menor resistência para o metal precioso continua sendo de alta.
A perspectiva dovish do Federal Reserve continua atuando como vento favorável para o ouro, que não rende juros, permanecendo próximo da marca de US$ 3.700 e do recorde histórico atingido na semana passada. O banco central dos EUA reduziu sua taxa básica pela primeira vez desde dezembro e indicou a necessidade de mais dois cortes de juros neste ano, diante de preocupações com o enfraquecimento do mercado de trabalho americano.
No entanto, o presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou que os riscos de inflação estão inclinados para cima e que a redução das taxas foi uma medida de gestão de risco. Powell acrescentou que não vê necessidade de agir rapidamente e que o Fed avalia a política de juros reunião a reunião. Essa perspectiva elevou o dólar americano a uma máxima de mais de uma semana na segunda-feira.
Ainda assim, os traders acreditam que as taxas de juros cairão muito mais rápido do que o Fed planeja e agora apostam na possibilidade de que a taxa de curto prazo, atualmente na faixa de 4,00%-4,25%, caia abaixo de 3% até o final de 2026. Os mercados de ações aproveitam esse otimismo para atingir máximas históricas, o que contribui para limitar a alta do metal precioso considerado porto seguro durante a sessão asiática.
A Suprema Corte dos EUA marcou para 5 de novembro os argumentos sobre a legalidade das amplas tarifas globais impostas pelo presidente Donald Trump. Um tribunal inferior decidiu que Trump ultrapassou sua autoridade ao impor a maioria das tarifas com base em uma lei federal de emergência. As tarifas de Trump, entretanto, permanecem em vigor durante o recurso à Suprema Corte, mantendo os investidores atentos.
Forças da OTAN interceptaram três caças russos MiG-31 na sexta-feira após entrarem no espaço aéreo da Estônia. Trump expressou seu descontentamento com a incursão e disse que ajudaria a defender os membros da União Europeia caso a Rússia intensifique as hostilidades. Isso mantém os riscos geopolíticos em evidência, o que pode beneficiar o ouro como porto seguro e sustenta a perspectiva de ganhos adicionais.
Não há dados econômicos relevantes previstos para serem divulgados nos EUA nesta segunda-feira. No entanto, discursos de membros influentes do FOMC, incluindo Powell, podem impactar a dinâmica do dólar mais tarde na sessão norte-americana e gerar oportunidades de curto prazo para negociações no par XAU/USD.
O ouro pode ter dificuldade em sustentar a alta acima de US$ 3.700, diante de um RSI diário ainda sobrecomprado
Do ponto de vista técnico, o rebound da semana passada a partir do ponto de resistência do padrão de bandeira de alta, na região de US$ 3.628, e o movimento subsequente favorecem os touros do XAU/USD. Dito isso, o Índice de Força Relativa (RSI) diário ainda indica condições ligeiramente sobrecompradas, recomendando cautela antes de buscar novos ganhos. Assim, qualquer avanço acima de US$ 3.700 provavelmente encontrará resistência próxima da região de US$ 3.707, ou do recorde histórico. Uma sustentação acima desse nível, no entanto, abriria espaço para a extensão da recente tendência de alta consolidada observada no último mês.
Por outro lado, a área de US$ 3.672–3.670 parece proteger a desvalorização imediata. Um recuo corretivo adicional ainda pode ser visto como uma oportunidade de compra, permanecendo amparado na faixa de US$ 3.628–3.626, transformada de resistência em suporte. Uma quebra convincente abaixo desse nível, porém, poderia gerar vendas técnicas e arrastar o preço do ouro para a marca de US$ 3.600. A queda poderia se estender ainda mais em direção ao suporte de US$ 3.563–3.562, rumo à região de US$ 3.511–3.510, que poderia servir como uma base sólida para o par XAU/USD.
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