Em 2025, os investidores retiraram dinheiro, não o investiram. Cerca de US$ 1 trilhão deixou fundos mútuos de ações com gestão ativa, à medida que a frustração aumentava em relação à fraca seleção de ações e a um mercado que se recusava a recompensar a diversificação.
O índice S&P 500 continuou batendo recordes, mas os ganhos vieram do mesmo grupo restrito de sete gigantes da tecnologia americanas. Investir em qualquer outra empresa significava ficar para trás, e os investidores perceberam isso.
Os gestores de fundos que buscavam equilíbrio enfrentaram um cenário brutal. Uma carteira repleta de diversos setores parecia sensata no papel, mas o mercado só se importava com as gigantescas empresas de tecnologia. Essa discrepância testava a paciência, principalmente devido à enorme diferença que se formava entre esses setores vencedores e todos os outros, ano após ano.
Ao longo do ano, o fluxo cash para fora dos fundos mútuos de ações continuou constante. Estimativas da Bloomberg Intelligence, com base em dados da ICI, mostram que cerca de US$ 1 trilhão foi retirado de fundos mútuos de ações com gestão ativa.
Isso marcou o 11º ano consecutivo de saídas líquidas e a mais acentuada do ciclo. Os fundos de índice de ações passivos seguiram na direção oposta, captando mais de US$ 600 bilhões.
Os investidores não se precipitaram para a saída de seus investimentos. Eles acompanharam o desempenho. Muitos pagaram taxas por carteiras que apresentavam desempenho diferente do índice. Quando essas diferenças não se traduziram em retorno, a paciência se esgotou.
Dave Mazza, diretor executivo da Roundhill Investments, afirmou que essa configuração prejudicava os gestores ativos. "A concentração dificulta o bom desempenho dos gestores ativos", disse Mazza. "Se você não ponderar os sete principais índices de referência, provavelmente estará correndo o risco de um desempenho inferior."
Alguns analistas de mercado esperavam que a seleção de ações se destacasse. Em vez disso, o custo de se desviar do índice de referência permaneceu alto durante todo o ano. A amplitude do mercado permaneceu fraca.
Em muitos dias do primeiro semestre, menos de 20% das ações acompanharam a alta do mercado, segundo dados da BNY Investments. Esse tipo de movimento concentrado pode acontecer, mas a duração desse movimento foi crucial. Quando os ganhos se concentram em um grupo muito pequeno, a dispersão dos investimentos prejudica os resultados.
O mesmo padrão se repetiu nos índices. O S&P 500 superou sua versão com ponderação igualitária durante todo o ano. Para os investidores, a escolha era: reduzir a exposição a ações de grandes empresas e ficar para trás, ou seguir o índice de perto e explicar por que uma taxa de gestão ativa de ações fazia sentido.
Nos EUA, 73% dos fundos mútuos de ações ficaram abaixo de seus índices de referência em 2025, de acordo com Athanasios Psarofagis, da Bloomberg Intelligence. Esse foi o quarto pior desempenho desde 2007. Os resultados pioraram depois que o receio em relação às tarifas de abril diminuiu e o entusiasmo em torno da inteligência artificial consolidou a liderança do setor de tecnologia.
Houve exceções, mas elas apresentavam riscos diferentes. Uma delas veio da Dimensional Fund Advisors. Seu portfólio International Small Cap Value, de US$ 14 bilhões, obteve um retorno de pouco mais de 50%, superando seu índice de referência, o S&P 500, e o Nasdaq 100.
O fundo detinha cerca de 1.800 ações, a maioria fora dos EUA, com grande exposição aos setores financeiro, industrial e de materiais. Evitou quase completamente o índice de ações de grande capitalização dos EUA. Joel Schneider, vice-diretor de gestão de portfólio para a América do Norte, resumiu a situação: "Este ano nos deu uma lição muito valiosa", disse Schneider. "Todos sabem que a diversificação global faz sentido, mas é muito difícil manter a disciplina e, de fato, concretizá-la."
Outro exemplo veio de Margie Patel, do Allspring Diversified Capital Builder Fund. O fundo obteve um retorno de cerca de 20%, impulsionado por apostas na Micron Technology e na Advanced Micro Devices. Patel criticou a indexação disfarçada. "Muita gente gosta de ser indexadora disfarçada ou quase indexadora", disse ela à Bloomberg TV. "Os vencedores continuarão vencendo."
A valorização das ações de grandes empresas alimentou os rumores de bolha. O índice Nasdaq 100 chegou a ser negociado acima de 30 vezes o lucro e perto de seis vezes a receita.
Dan Ives, da Wedbush Securities, que lançou um ETF focado em IA em 2025 e que cresceu para quase US$ 1 bilhão, disse que a volatilidade faz parte do negócio. "Haverá momentos de muita tensão", disse Ives. "Acreditamos que esse mercado de alta do setor de tecnologia vai durar mais dois anos."
O fundo Global Resources da VanEck teve uma alta de quase 40%, impulsionado pela demanda ligada aos setores de energia, agricultura e metais, já que o fundo possui ações da Shell, Exxon Mobil e Barrick Mining, e sua equipe é composta por geólogos e analistas. Shawn Reynolds, que administra o fundo há 15 anos, afirmou que a gestão ativa permite grandes apostas matic
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