A União Europeia desferiu o seu golpe mais duro até agora contra a Rússia, depois de os legisladores e os Estados-membros terem aprovado uma proibição total que abrange o gás, o GNL, o petróleo e os produtos petrolíferos russos.
A decisão surge no mesmo momento em que Bruxelas avança com os planos de canalizar 163 mil milhões de dólares em ativos estatais russos congelados para a Ucrânia, unindo a pressão energética e a influência financeira numa só ação.
Autoridades afirmaram que as novas regras eliminaram as brechas que permitiam a entrada de combustível no bloco por rotas indiretas e garantem o fim definitivo do fluxo de dinheiro russo para o sistema energético europeu.
O acordo surge também num momento em que a Comissão Europeia trabalha num plano para transformar esses ativos estatais congelados num "empréstimo de reparação" para Kiev.
O plano cobre as necessidades financeiras da Ucrânia pelos próximos dois anos e só exige reembolso se a Rússia pagar indenizações formais pela guerra. A Comissão afirmou que sua estrutura permanece legal porque não configura confisco de propriedade soberana.
O governo belga, que supervisiona uma parte significativa dos fundos congelados mantidos em uma instituição belga, argumentou que tem preocupações, mas que suas reivindicações "não são insolúveis".
Inese Vaidere, negociadora do Parlamento Europeu para a Comissão do Comércio Internacional, afirmou que o acordo não deixa dúvidas sobre a posição do bloco.
“O acordo desta noite envia uma mensagem clara e poderosa: a Europa nunca maisdent do gás russo”, disse Inese. Ela acrescentou que o Parlamento apresentou “uma posição excepcionalmente firme e sólida” durante as negociações e pressionou a Comissão a adotar termos maistron.
Ela afirmou que o acordo final é um compromisso, pois os Estados-membros tinham interesses diferentes, mas observou que a Europa gastou mais dinheiro comprando combustível da Rússia do que enviando em ajuda a Kiev, acrescentando que cada dia de compras "significa vidas perdidas na Ucrânia".
A regra suspende todos os novos contratos de energia russos trac partir de 1º de janeiro de 2026, abrangendo gás, GNL, petróleo e produtos refinados.
Bruxelas acrescentou uma isenção de autorização prévia para importações de gás, mas a condicionou a uma fiscalização rigorosa, especialmente em relação a frotas paralelas e estruturas de propriedade complexas. Os Estados-Membros aplicarão agora sanções máximas harmonizadas, o que reduz a disparidade entre os países que antes tinham uma aplicação mais branda das leis.
Andrea Wechsler, representando a Comissão da Indústria, Investigação e Energia, afirmou que a eliminação gradual serve “à segurança, à soberania e aos valores europeus partilhados”.
Andrea afirmou que a Europa precisa acabar com essa dependência de uma forma que mantenha a energia acessível para famílias e indústrias, e que controles rigorosos agora eliminam quaisquer rotas indiretas que antes passavam despercebidas.
Ela afirmou que o sistema mantém as portas abertas para outros fornecedores, evitando encargos administrativos excessivos, e classificou o projeto como "proporcional".
A Bélgica opôs-se ao plano inicial da Comissão para transferir 140 mil milhões de euros em ativos estatais russos congelados para a Ucrânia, antes mesmo de o documento ser divulgado.
O ministro do Orçamento do país, Frédéric Prévot, afirmou que as exigências da Bélgica não foram atendidas e que outros membros demonstraram "falta de solidariedade". A preocupação da Bélgica decorre do fato de que grande parte do dinheiro congelado está retido dentro do seu sistema financeiro.
O plano da Comissão inclui um segundo canal de financiamento. Bruxelas poderia recorrer aos mercados globais e contrair empréstimos, ou poderia combinar empréstimos com os fundos congelados.
A Reuters havia noticiado com exclusividade que o empréstimo permitiria que o dinheiro chegasse a Kiev mais rapidamente, enquanto a UE resolve as complexidades legais e as disputas políticas em torno da propriedade e do reembolso.
Essas complexidades aumentaram depois que Washington apoiou um plano de 28 pontos que sugeria que alguns ativos russos poderiam ser incluídos em um veículo de investimento conjunto americano-russo, uma ideia que muitos governos europeus não acolheram bem. Ainda assim, a maioria das capitais da UE prefere usar o dinheiro russo congelado em vez de contrair empréstimos que os contribuintes teriam que reembolsar.
Segundo o modelo jurídico da Comissão, a Ucrânia só deverá restituir o dinheiro se a Rússia um dia pagar as reparações pela guerra. A Comissão afirmou que isso mantém o plano legal, pois não implica a apropriação direta dos recursos soberanos da Rússia.
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